A Maldita Dúvida

299 11 2
                                    

- Você tem certeza disso Cecília? - Ouve uma voz, quase um sussurro, ecoar no seus ouvidos.
- Mas é claro que eu... eu... - Fabiana a olha com um olhar interrogativo, como se já soubesse sua resposta - Não tenho certeza... - Diz Cecília por fim, se rendendo A Maldita Dúvida.
- Sabia! - Exclama Fabiana, se levantando num pulo - Eu te conheço Celilia, e não é de hoje, sei que você não teve uma infância muito boa e feliz, e que não teve a criação que gostaria de ter... -
- Ei, é claro que eu tive uma boa criação! - Diz Cecília se levantando e interrompendo a amiga.
- Ah Cecília, por favor né? Sei que nunca foi tratada mal onde estava, mas, que criança sonharia em ser criada em um orfanato de freiras? - Debate Fabiana em tom de ironia. Cecília não diz nada, então Fabiana continua. - Desculpa se toquei no seu ponto fraco, amiga. - Diz calma - Sei que não foi nada fácil perder os pais tão cedo... -
- Eu não perdi os meus pais, Fabiana! - Interrompe - Eles me abandonaram! - Diz em um tom mais alto, com os olhos marejados.
- E quer saber? Eu não culpo eles, deve ser difícil criar um criança que nem ao menos foi planejada. - Cecília termina abaixando a cabeça e se sentando na cama.

Sim, Cecília teve mesmo uma infância "complicada". Seus pais a deixaram no orfanato quando tinha apenas meses de vida, eram muito novos e não tinham condições de criar uma filha na época; deixaram ela lá, não com o intuito de abandonar, mas, acharam que ali ela teria uma vida e uma educação melhor.
Cecília cresceu com bastante sabedoria e educação, era uma criança alegre, doce, gentil e com uma beleza encantadora. Amava ler livros de romance, onde a princesa se apaixonava pelo príncipe, e imaginava quando chegaria a sua vez de conhecer o seu príncipe encantado.
Mas ao decorrer dos anos, Cecília foi deixado sua imaginação para trás e olhando mais para a realidade, como foi educada por freiras começou a vê-las como uma "inspiração", e quando chegou em uma certa idade percebeu que não se via mais como uma mulher comum, e sim como uma religiosa.

- E é por isso e por outros motivos que eu vou seguir minha vocação. - Diz Cecília erguendo o rosto com autoridade - Eu vou me tornar freira... -

A Flor e o Beija-FlorOnde histórias criam vida. Descubra agora