Uma freira?

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- Em um internato de freiras, prima? - Pergunta Gustavo, sentado no banco do passageiro, enquanto Estefânia dirigia até em casa com um sorriso radiante no rosto.
- Sim, primo. - Responde sem tirar os olhos do volante - Seu irmão e eu não tínhamos muito tempo para ficar com a Dulce, e como o Gabriel é padre, ele conhece alguns internatos religiosos de confiança. Visitamos alguns e encontramos um perfeito para nossa carinha de anjo; ela se adaptou muito bem lá - Continua - mas não se preocupe, ela vem para casa todos os finais de semana e feriados - Termina, deixando Gustavo mais aliviado.
- E ela é feliz lá, não sente falta de vocês? -
- Acho que feliz é pouco, Dulce Maria ama aquele lugar mais que tudo, perdi as contas de quando ela praticamente implora para passar o fim de semana com a irmã Cecília. -
- Irmã Cecília? - Gustavo pergunta - Uma freira? - Ergue uma sobrancelha.
- Noviça - corrigi - Irmã Cecília é um anjo, ela cuida tão bem da nossa pequena, e tem um carinho muito especial por ela... - Estefânia diz emocionada.
- Se ela cuida bem da minha filha, eu quero conhecê-la - Diz curioso.
- Calma, primo, uma coisa de cada vez, você vai ter todo o tempo do mundo para conhecer as irmãs e a Madre superiora do colégio. - Estefânia acalma Gustavo - mas antes vamos para sua casa, que tem um Padre muito ansioso lá, aguardando sua volta. -
- Sim senhora. - Responde Gustavo, rendido.

***
- Sentiram minha falta? - Diz Gustavo entrando em seu apartamento e dando de cara com seu irmão, Padre Gabriel, e os funcionários.
- Você não faz ideia do quanto, meu irmão! - Gabriel exclama, indo ao encontro de Gustavo o abraçando.
- Você fez muita falta por aqui. -
- Também senti falta de todos - Sorri emocionado - Como vai Silvestre? - Cumprimenta o mesmo. - E você deve ser a nova cozinheira de quem a minha prima tanto fala, acertei? - Pergunta se referindo a Franciele.
- Isso mesmo, Patrão. Franciele ou Fran, como preferir, muito prazer. - Afirma, apertando a mão de Gustavo de uma forma um pouco exagerada.
- O prazer é todo meu meu, Fran. - Responde educado.
- Seja bem vindo de volta, Senhor Gustavo - Silvestre diz simpático.

- Então, como foi a "viagem"? - Pergunta Gabriel -
- Não tenho o que reclamar da Inglaterra; realmente é um bom lugar. Passei um tempo em Madri, na Espanha. Mas nada se compara com as ruas de Londres, era o lugar preferido dela... - Termina cabisbaixo - Mas tenho que seguir em frente, nunca me esquecerei da Tereza e sei que ninguém, nunca, vai ocupar o lugar dela aqui dentro... Nunca. - Engole em seco -
- Nunca esqueceremos dela, Primo. - Diz Estefânia colocando a mão em seu ombro, o acolhendo. - Tereza foi muito importante para todos nós para ser esquecida, nunca vou esquecer dos nossos momentos femininos juntas, ela foi uma grande amiga. - Se emociona.
- E, ela está em um lugar melhor agora. - Complementa Padre - Temos, ou melhor, você - Aponta para Gustavo - Tem que colocar como prioridade o maior presente que ela te deixou, sua filha. - Diz calmo.
- Não vejo a hora de ver esse reencontro! - Exclama Estefânia animada, mudando totalmente de humor.
- Podemos ir agora ao colégio? - Pergunta Gustavo se levantando.
- Paciência, Gustavo - Gabriel alerta - Temos que conversar com a Madre sobre sua volta e já está tarde, Dulce Maria já deve estar dormindo. -
- Gabriel tem razão, Gustavo - Concorda Estefânia - Mas não se preocupe, Dulce Maria deve estar dormindo, mas sei que a Madre deve estar bem acordada agora, vou telefonar pra ela e contar a novidade. - Diz empolgada. -

VOTEM!!!

A Flor e o Beija-FlorOnde histórias criam vida. Descubra agora