3- Hold My Hand

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Lalisa.

Não parava de olhar aquela pequena janela que tinha naquele quarto, ainda estava do mesmo jeito que antes. Em choque. Pensando em como eu talvez pudesse conseguir fugir dali. E em como provar que eu não era louca, quer dizer eu não sou louca! Por que estavam me tratando como uma? De um jeito tão deprimente e horrível?

Ouvi os barulhos de chaves se debatendo novamente, a porta foi a aberta atrás de mim e a única coisa que eu fiz foi me encolher novamente mas ao perceber que era ela fiquei na minha posição normal mesmo estando assustada. Ela estava suave com um sorriso no rosto. Seu sorriso era lindo e delicado, não pude deixar de reparar em como suas bochechas ficavam fofas quando seu sorriso aparecia e como seus olhos se fechavam suavemente. Ela se encostou na porta, parecia que estava me esperando.

— Hey Lalisa, quer ir ao jardim? Está um dia lindo lá fora. Olhe, não tem nenhuma nuvem no seu céu. — Ela disse apontando para a janela, realmente estava um dia lindo lá fora mas eu não queria ir.

— Eu não quero ir... Não quero sair lá fora.

— Lalisa, olhe. Eu realmente estou querendo te dar uma hospedagem melhor, sei que é difícil mas você, sei que não é o que você quer. Mas quero te ajudar, me deixe tentar esta bem? Por favor?

Seu olhar era sincero, ela parecia estar sendo sincera. Parecia que ela estava tentando realmente me ajudar mas eu não sabia se eu poderia confiar nela. Ela trabalhava naquele local horrível e que cheirava mal. Não queria confiar em ninguém dali, não conseguia. Suspirei e fui até ela lentamente, manti uma distância entre nós, olhando por cima do seu ombro consegui ver dois homens atrás dela que também eu julguei serem enfermeiros pelas suas vestes. Eles eram altos e carregavam armas de choques caso eu tente fazer algo.

— Sua franja está bagunçada. — Ela disse docemente, a loira tentou arrumar minha franja mas eu não deixei arrumando meus fios de cabelo eu mesma. A última coisa que eu estava me importando agora era se eu estava bonita ou se estava num estado no mínimo apresentável.

Fomos até o jardim, lá várias mulheres me olhavam, algumas que pareciam ser mais velhas que eu e outras nem tanto. Elas me olhavam com pena, dor e tristeza. A loira mulher me levou até um banco, ela bateu levemente na madeira vazia me incentivando a sentar lá mas eu me levantei assim que ela se sentou ao meu lado.

— Eu não vou te machucar, Lalisa. Já conversamos sobre isso, não?

— Sim, mas. Você não, eles sim. — Ela logo entendeu depois que olhei para os dois homens que estavam do lado dela.

— Podem ir embora, se eu precisar de vocês eu aviso. — A mais alta disse para os dois homens, e então assim eles fizeram saindo de perto da gente, a encarei durante um longo tempo tentando tomar coragem para me sentar do seu lado. Soltei uma pequena lufada de ar pelos meus lábios. Encarei a loira novamente antes de me sentar no banco mas ainda sim jantando uma pequena distância entre nós duas. — Me chamo Chaeyoung, mas pode me chamar de Roseanne. Como preferir, Lalisa. Vou ficar com você até se acostumar com os horários e rotinas daqui mas se precisar de mim pode me chamar, não irei hesitar em te ajudar está bem? — Seus olhos eram marrons como avelã, eram bonitos e não conseguia parar de encara-los. Não conseguia, porque ela me olhava com tanto carinho diretamente na pupila dos meus olhos que eu também não conseguia desgrudar meu olhar do seu. — Li... Digo, Lalisa. Não crie um desprezo por mim, você pode me achar tudo mas eu estou querendo te ajudar.

— Mas... Você trabalha nesse lugar horrível e que tem um cheiro horrível. Todos que trabalham aqui são pessoas horríveis! — Ela parou de me encarar e agora ela olhava o chão.

— Oh Lalisa, é triste admitir mas você está certa. Mas nem todos são assim porque querem, as vezes as pessoas são obrigadas a serem frias com os outros, não esperem que as outras enfermeiras iram te tratar muito bem, não espere muito de mim também. Eu estou fazendo o que eu estou acostumada a fazer com as outras garotas.

1996 - Chaelisa Ver. (G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora