14- I'm Not Going Without You

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Chaeyoung.

-Certo, aqui temos um mapa com as ventilações, o melhor caminho a se seguir é pela a ventilação que tem no meu quarto, se seguirem reto e virarem apenas uma vez para a esquerda, vocês conseguem sair pela floresta que há atrás do hospital.

Sana, Lalisa e Minnie me escutavam atentamente, seguindo com os olhos aonde eu apontava no mapa que havia desenhado com os meus estudos. Eu me colocava no meio quando Minnie tocava na mão de Lalisa ou abraçava ela, não gostava do contato físico das duas, e eu de verdade não sabia o porque. Sana calculava tudo milimetricamente, como se já tivesse pensado em tudo, sua inteligência me assustava.

-Nessa floresta há uma trilha se seguirem pelo norte, eu brincava lá quando era menor e sei que mais à frente tem uma pequena vila, sei que lá eles podem ajudar vocês, não contem nada do que de fato aconteceu, apenas peça ajuda a eles.
-Espera... -Lisa me olhou. -Você não vai vir com a gente, Chae?
-Eu... -Parei para pensar naquele momento, eu poderia ir? E se me pegassem? Elas poderiam ser pegar também, e eu não poderia deixar que Lalisa fosse presa aqui de novo. -Não se preocupe com isso agora, Lili. A gente irá conversar sobre isso depois.

-Eu não vou sem você... -Seus olhos agora eram suplicantes, como se tentassem me convencer de algo que eu ainda não tinha pensado com clareza. -Chaeng...

-Não se preocupe com isso, está bem? -Segurei o seu rosto levemente acariciando sua bochecha lentamente. -Caso isso não de certo, temos o plano B... O plano de Sana. Como está as chaves?
-Eu a deixo todos os dias no parapeito da janela, para absorver algum tipo de fonte. -Ela jogou a argila muito bem trabalhada para mim, estava quase no ponto certo. -Você tem certeza que essa chave, abre todas as portas, certo?
-É a chave mestra, Sana. -Eu confirmei. -Não poderão sair pela porta principal, desse jeito vocês seriam pegas fácil demais pelos guardar noturnos. A porta da cozinha é a melhor solução.
-E quando vamos fazer isso? -Minnie me perguntou com aquele seu olhar, aquele olhar que não me agradava, ela inteira não me agradava de qualquer jeito. Não importa o que Lisa me diga, minha opinião não muda e não irá mudar tão cedo.
-Três dias, daqui três dias a chave estará perfeita o suficiente para o plano de Sana. -Eu tremi, daqui três dias daria duas semanas, e se Lisa não saísse a tempo, ela teria que passar pelo projeto vinte e dois.
-Até lá... Temos que agir da forma mais normal possível.
-Tem alguém te esperando, Sana? A mulher sorriu ao ouvir a pergunta de Minnie, seus olhos vagos se encheram d'água e com as mãos trêmulas ela tirou o colar que usava, abrindo o pingente mostrando a foto de uma bela mulher.

-Tzuyu... Minha noiva... -Ela mostrou a pequena fotografia para nós. -Eu prometi a ela que voltaria, e ela me prometeu que iria me esperar... Recebo uma carta dela uma vez a cada mês, a saudade que eu sinto... Me faz querer qualquer coisa e ir embora desse lugar imundo, por ela... Somente por ela.

-Você vai sair daqui, Sana. -A confortei colocando a mão no seu ombro. -Todas vocês iram sair daqui.

-Você também, não é, Chaeng?

Acabei por não aguentar aquela pergunta, se eu continuasse olhando para ela eu desabaria em lágrimas, então apenas a puxei para um caloroso abraço, seu rosto estava escondido em meu peito enquanto seus longos braços apertavam minha cintura no abraço, senti o cheiro de morango que tinha seus fios de cabelo. Eu não aguentaria perder ela.Passei a tarde toda refletindo sobre muitas coisas, se seria melhor me afastar de Lisa, pois a despedida doeria menos, se eu fugir junto com elas... Ou se apenas... As veria partir e eu ficaria apenas com suas lembranças. Naquela noite depois do jantar, quando fui tomar banho, tudo o que eu havia segurado naquela mini reunião acabou saindo, eu mal conseguia respirar de tanto que me pus a chorar. Chorei de medo, saudade, ansiedade, a água do chuveiro se misturava com as lágrimas salgadas que desciam pelo meu rosto, as lágrimas que pareciam lâminas afiadas rasgando meu rosto de várias formas, eu nunca nem deveria ter me aproximado de Lisa, não seria tão difícil assim. Eu acho.

Mais uma vez ela olhava para o lado de fora pela janela quando abri a porta, seus olhos emanavam e despejavam esperança, ela sorria, um sorriso que eu nunca mais veria depois de três dias, por que aquilo doía tanto? Era normal doer tanto assim?
-Hey, Lili... -Sussurrei quando ela veio até mim, saltitando e batendo pequenas palmas de animação, como uma criança numa loja de brinquedos mas muito mais preciosa. Seu abraço nunca doeu tanto igual ao que havia recebido. -Trouxe isso para você. -Ela segurou a barra de chocolate ao leite com os olhinhos brilhando, como da primeira vez, porém ela se virou caminhando até debaixo do seu travesseiro e pegando uma rosa de papel machê, era tão bonita e delicada que parecia real.
-Fiz pra você... -Ela olhou para mim meio envergonhada. Meus olhos transbordaram em um pequeno lago de lágrima acumuladas, eu não quero chorar na frente dela, mas foi difícil me manter firme quando ela levantou um pouco os pés para dar um leve selar em meus lábios. -Não chore, Chaeng... Eu não vou embora sem você.
Parecia que ela sabia o que se passava em minha cabeça, ela conseguia ver o meu medo, ela conseguia sentir o meu pavor em perdê-la, eu não poderia ir junto, talvez eu pudesse mas.. E depois? Como seria tudo? Ficaríamos juntas depois disso? E se pegassem a gente?
-Eu não vou sem você, Chaeng...
-Eu tenho medo, Lili... -Disse o que sentia com a voz embargada de pavor. -E se pegarem a gente?

-Vamos ser pegas juntas então...

-Não! Quer dizer... Você não pode ficar presa aqui, você não... -Ela não deixou que eu terminasse a minha fala, e então me cortou dando um pequeno sorriso tão delicado que parecia a rosa de papel machê que ela havia me dado.
-Você também não pode ficar presa aqui para sempre, Chaeng...

-Eu posso ser morta por isso, Lili... Você não entende.

-Quero morrer com você então. -Ela não me pareceu firme com aquela fala, me fazendo parar por alguns segundos e apenas prestar atenção em nossa respiração. -Se te pegarem, eu quero que me peguem junto, se te levarem, quero que me levem junto... E se te matarem, quero que me matem também... Porque eu não vou a lugar nenhum sem você, Chaeyoung.
Todos os pelos do meu corpo se arrepiada naquele mesmo instante, parecia uma carga que apenas ela me passava, que apenas ela me deixava assim, era uma carga de energia boa e... Estranha até.
-Eu não vou sem você, Chae. [...]

1996 - Chaelisa Ver. (G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora