13- Minnie

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Lalisa.

-Lili... -Murmurou assim que senti meu corpo ser chocalhado de leve, abri um dos meus olhos vendo que o sol já nascia de longe. Chaeyoung estava vestida e ajoelhada no chão ao meu lado, ela sorria, seu sorriso era tão lindo, carinhoso e caloroso que não tive medo de maio nada naquele momento. -Eu vou sair agora, se vista antes que os guardar entrem aqui, esta bem? Assenti me espreguiçando um pouco e sentindo meu corpo um pouco dolorido, Chaeyoung beijou as minhas costas nuas antes de me dar a mão e me puxar para um abraço quente, meu corpo se encaixava no dela, de todas as formas e o seu abraço era uma das minhas formas favoritas de como eu me encaixava bem nela.

-Nos vemos mais tarde, pequena.

-Até, Chaeng.

Vesti aquele uniforme azul mais uma vez, riscando na parede meio escondido atrás da minha cama o número 25, eu estava naquele lugar à vinte e cinco dias, e me sentia cada vez mais perto de sair dali, Chaeyoung me enchia de esperança, e seu plano me parecia bom, e caso o plano dela não desse certo tínhamos o plano B, que era do de Sana. Tomei o café fraco vendo os olhos dos guardas nas portas, me fazendo fechar os olhos ao lembrar da nova paciente, mas ao mesmo tempo senti medo, Chaeyoung poderia querer cuidar dela também, proteger ela... E eu? Chaeyoung me deixaria de lado?

Chaeyoung não veio naquela noite como havia me falado, o que me fez sentir que eu seria trocada pela nova paciente, andava para lá e para cá pensando naquilo, a parede interior da minha bochecha estava inteiramente cortada de tanto que eu a mordia. As lágrimas vieram ao constatar que eu seria esquecida por ela, seria esquecida por Chaeyoung, talvez a nova paciente fosse mais bonita que eu... Todo mundo era mais bonito que eu... Deveria ter pensado nisso antes de tudo isso.

[...]

Vinte e seis dias, marquei na parede assim que acordei, estava um sol relativamente forte então fomos guiadas para o jardim, meu corpo inteiro paralisou assim que vi um rosto familiar, aquilo não era e não podia ser real, eu tremi tanto, eu queria chorar, queria correr até ela, mas eu não podia... Iria ser detida se fizesse aquilo... Mas era praticamente impossível me controlar.
-Nini... Nini... -Sussurrei para mim mesma quando ela me viu, nossos olhos se enchendo de lágrimas no mesmo segundo. -Minnie...
Caminhei até ela mas uma mão forte me puxou, era Chaeyoung. A encarei confusa assim que ela me trancou num tipo de depósito, eu poderia gritar, mas eu confiava nela e ela tinha algum motivo para fazer aquilo.

-Lisa... -Sua voz me fez arrepiar da cabeça aos pés, era minha melhor amiga... Era a Minnie. Fechei meus olhos praticamente me lançando em seus braços, a abracei com força esquecendo tudo ao meu redor, absolutamente tudo. Meus soluços eram altos, o jeito que eu a abraçada era como se ela pudesse ir embora a qualquer momento. -Eu senti tanto a sua falta, Lili...

-Eu também...
-Vim te tirar daqui, nós iremos sair daqui nem que seja a última coisa que eu faça esta bem?

-Espera, você veio pra cá de... De propósito?

-Praticamente isso... Eu escutei uma conversa que meus pais tiveram com os seus, e depois de chamar a atenção deles, eu tive o mesmo final que o seu e o das outras mulheres que vivem aqui.
-Vocês duas tem que ser discretas, eles não podem saber que vocês já se conheciam, e muito menos saber que tudo isso é armado. -Chaeyoung falou me puxando levemente dos braços de Minnie e me colocando nos seus aconchegantes braços, sorri ao me encaixar em seu corpo, o jeito que ela olhou para Minnie enquanto nos abraçávamos me deixou com algumas dúvidas, sua cara era de quem tinha poucos amigos.
-Por que não foi me ver ontem? -Eu perguntei. -Fiquei te esperando...

-Desculpa, minha pequena... Tive uma reunião com o meu pai e não consegui sair a tempo para te ver.

-Vocês duas... Tem algo? -Minnie perguntou olhando diretamente para Chaeyoung, que sem se intimidar com o olhar questionável de Minnie concordou. -Lisa! Você é louca? Olha o lugar que estam...

-Não me chama de louca! -A interrompi, aquilo ainda doía em mim, aquela pergunta tão retórica, ainda doía em mim, eu não era louca, eu não era louca, EU NÃO SOU LOUCA.

-Estamos num hospital onde tratam lésbicas, Lalisa! E você está se relacionando? Com ela ainda por cima?!

-Tem alguma coisa contra, Minnie? -Chaeyoung perguntou me colocando atrás dela, suas mãos estavam em formato de punhos, e ela os apertavam ainda mais. -Não pense que só porque conhece Lisa a mais tempo que eu, que pode determinar algo, ou ao menos ser dona dela. Lisa é maior de idade e sabe muito bem o que esta fazendo.

-O que vocês fizeram com ela?! Essa não é a Lisa que eu conheço!

-Nini... Sou eu, o que tanto vê de diferente em mim? -Sussurrei saindo da proteção de Chaeyoung, as duas se olhavam com raiva, se auto testando para ver quem era mais forte, elas sequer me deram atenção quando eu falei.

-Você não é dona da Lisa, Minnie.

-Não sou, mas eu sou a melhor amiga dela a anos, e sei que uma alguma coisa você fez com ela, Lisa nunca ficaria com você.

-Está insinuando o que Yountararak? -Chaeyoung perguntou dando um passo à frente.

-Parem... -Murmurrei.

-Está insinuando que Lisa está comigo à força? Contra a sua vontade?!

-Se foi isso que entendeu então só me resta concordar.

Meus olhos se arregalaram quando Chaeyoung levantou seu punho pronta para acertar um soco em Minnie, mas eu a empurrei para trás tentando mostrar a ela o meu desespero. Parece que quando seus olhos pousaram em mim, Chaeyoung voltou ao normal, acho que meus olhos cheios d'água a trouxe de volta.

-Parem de brigar... Por favor... -Pedi olhando para as duas. -Nini, eu estou com Chae, porque ela foi a única que me protegeu, que me respeitou aqui dentro, eu gosto dela... Estou com ela porque quero.

-Eu ainda não confio nela, Lisa... Ela trabalha nesse lugar nojento de merda que chamamos de hospital, como ela pode ser uma boa pessoa?

-Ela é Cookie... Ela vai nos ajudar a sair daqui. -Eu segurei a mão de Minnie que pareceu meio incerta, mas ela relaxou quando eu sorri. ? -Eu senti sua falta Cookie...

-Eu também senti sua falta, Lili... -Ela correspondeu meu sorriso.

-Temos que sair daqui antes que sintam a nossa falta.

Dei uma baixa risada quando Chaeyoung quebrou o contato das nossas mãos abrindo a porta para que saímos daquele depósito, sentia que meus dias naquele lugar estavam acabando

[...]

1996 - Chaelisa Ver. (G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora