22- Twenty-two project three times worse

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Boa leitura amores!!

Roseanne.

Eu a encarava profundamente, me recusava a dormir, eu tinha que olha-la, pois aquela semana havia sido infernal pra mim.

Suas bochechas estavam vermelhas, seus fios grudados em seu rosto conforme ela respirava levemente ainda me abraçando fortemente. Minhas mãos grudadas em sua barriga, nada e nem ninguém faria eu tirar minhas mãos dali, poderia ser paranóia minha, mas eu queria sentir ao máximo minhas filhas dentro da barriga de Lisa.

Minhas filhas... Ou, filhos...
Acho que nunca imaginei isso, ou pensando, até mesmo falando sobre isso, e por Deus seriam duas de uma vez só, eu só poderia estar sonhando, e se tivesse não iria acordar.

Vi ao longe o sol nascer e uma dor em meu peito se instalar, apenas uma noite com ela não era necessário, e ainda mais com ela grávida, mas o meu pai estava praticamente o tempo todo em cima de mim, o tempo inteiro. Com cuidado tirei Lisa de cima do meu corpo e segui para o banheiro, não demorei no banho arrumando poucas coisas que havia deixado no quarto, sem querer acordando ela.

-Você já vai? -Murmurou se sentando na cama e coçando os olhos.

-Tenho que ir, meu amor. -Aquelas palavras doeram, se eu soubesse que o tempo passaria tão rápido, teria aproveitado mais aquela noite.

-Eu te levo até a trilha...

-Não! -A impedi de se levantar. -Está frio lá fora, e você não pode passar frio, pode fazer mal a nossas filhas... Ou filhos...

-Não está frio...

-Está sim. -Respondi me sentando ao seu lado, vi os seus olhos quase tampados pela sua franja se encherem de lágrimas, eu já havia chorado muito no banho pois teria que ser forte quando ela chorasse. Lisa abraçou a minha cintura afundando seu rosto em meu peito, coisa que já era costume pra ela. -Eu sei que uma noite não é o suficiente para nós duas, pequena, ainda mais agora, que eu deveria estar ao seu lado o tempo inteiro, mas eu vou dar um jeito... Ok?

-Você poderia ficar só mais hoje... Por favor, Rosie... -Seu pedido baixo me fez tremer dos pés a cabeça, se ela continuasse a chorar, eu facilmente ficaria de novo. -Só mais hoje...

-Eu não posso, bebê... Não é porque eu não quero, mas o meu pai está o tempo todo ao meu lado, ele não me deixa sozinha um segundo.

-Você falou que não estavam desconfiando de você.

-Não é desconfiança, pequena, ele só acha que com a fuga de vocês, eu possa fugir também.

-E você não vai fugir pra ficar comigo?

-Eu preciso fazer algo antes, Lisa. Eu preciso libertar todas as mulheres que estão lá, preciso prender o meu pai e todos que trabalham lá.

-Isso significa que você será presa também, Chae?!

-Calma, Lisa... -Eu ri. -Eu tenho um plano quase que perfeito na minha cabeça de quando tudo sair como eu planejei, serei toda sua e das nossas filhas, você acredita em mim, não acredita?

-Acredito... -Segurei o seu rosto, deixando o sorriso tomar conta dos meus lábios quando a beijei, era sempre assim, sempre aquele sorriso bobo que nascia quando sua língua tímida entrava calmamente em minha boca, querendo lutar contra a minha. A puxei pela cintura deixando-a em meu colo e deixando também que as minhas mãos tomassem conta das suas costas, passeando por ali sem aplicar pressão alguma. Lisa cortou o beijo escondendo o seu rosto na curva do meu pescoço, e eu pude sentir que ela voltou a chorar.

-Não fique triste, minha pequena... -Pedi beijando seu ombro. -Você tem que ficar bem para os nossos filhos ficarem bem também...

-Eu não quero que você vá...

-Prometo que ficarei o final de semana inteiro aqui da próxima vez, ok? Mas agora eu preciso voltar antes que sintam a minha falta no hospital. -Me levantei com ela ainda agarrada em mim, a deitando novamente na cama devagar beijando a sua testa. -Se alimente bem, e por favor, faça tudo o que for preciso pra deixar nossos bebezinhos bem, e você também. Se cuide e cuide delas, está bem? -Ela assentiu coçando os olhos e fazendo um leve bico em seus lábios. -Eu te amo, Lili...

-Eu te amo, Chaeng. -Ela sussurrou assim que deixei mais um selinho em seus lábios. -Volte logo, por favor.

-Eu irei voltar, minha pequena... Até mais...

Peguei a minha mochila mais uma vez olhando para ela antes de sair. Pude derrubar algumas lágrimas tanto de felicidade quanto de saudade que eu infelizmente já sentia dela. Entrei no hospital e como esperado tudo estava silencioso, com cuidado segui até o meu quarto e me tranquei no banheiro, a mulher que refletia no espelho tinha um enorme sorriso no rosto...

Aquela mulher seria mãe.

E aquela mãe era eu!

-Puta que pariu... gêmeas... - Eu gargalhei ainda não acreditando, mas extremamente feliz. -Gêmeas, Lili...

Após vestir o meu uniforme, desci as escadas até o refeitório, caminhando até Miyeon e Yoongi que conversavam sobre alguma coisa, suas feições eram sérias, até demais.

-Chaeyoung, graças a Deus! -Yoongi respirou aliviado assim que me coloquei ao lado deles. -Seu pai está uma fera.

-Por quê? Ele descobriu algo?

-Ele acha que você as ajudou a fugir... -Miyeon sussurrou olhando por cima do meu ombro. -Falando no diabo...

-Roseanne, na minha sala agora!

Olhei para Yoongi e Miyeon mais uma vez fazendo um sinal de silêncio, mas aquilo não seria necessário, sabia que eles nunca contariam. Segui meu pai até o segundo andar, aquela sua bengala por algum motivo me irritava tanto que eu não sabia explicas o motivo. Ele bateu a porta atrás de mim, antes de se sentar em sua cadeira de couro.

-A onde estão as pacientes 1994, 1996 e 1997?

-Eu não sei.

-Vai ficar com esse jogo até quando, Roseanne?

-Que jogo, pai? Eu não sei a onde elas estão. Não foi atoa que eu estava nas buscas essa semana inteira!

-Engraçado Lalisa fugir no mesmo dia que o projeto vinte e dois seria aplicado nela, não é mesmo? -O homem me encarou arqueando uma sobrancelha. -O que você tinha com ela, Chaeyoung?!

-Nada! Céus, por que eu me envolveria com uma paciente?

-Eu deveria mandar VOCÊ pro projeto vinte e dois! -Meu coração parou naquele segundo, e eu engoli a seco o encarando profundamente. -Mas não vou fazer isso, pelo menos não agora.

-Como assim, não agora? Você não teria coragem de fazer isso... com a sua própria filha...

-Eu fiz isso com a sua mãe, Roseanne. -Ele gargalhou de uma forma diabólica que me arrepiou e me fez fechar meus olhos por alguns segundos. -Claro que eu teria coragem de fazer a mesma coisa com você.

-Você é a porra de um doente mental... -Sussurrei me afastando.

-E você é a porra de um erro na minha vida. -O homem sorriu de lado quando meus olhos se encheram de lágrimas. -Você sabe que eu e a sua mãe nunca te desejamos e sinceramente preferia que você morresse no parto do que a sua mãe, aquela mulher me rendia boas fodas todas as noites.

-Cala a boca... -Falei agora sim chorando de verdade.

-Mas infelizmente você sobreviveu e ela não. Você sabe que a culpa é sua, não sabe? A sua mãe morreu por sua culpa.

-A culpa não foi... Não foi minha...

-Cansei de conversar com você, só saiba de uma coisa, se não encontrarmos essas pacientes, você passará pelo projeto vinte e dois, e será três vezes pior.

[...]

1996 - Chaelisa Ver. (G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora