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A cara de Heinz enquanto me levava até a sala de experimentos do laboratório me fazia rir. A sua ansiedade exalava pelos poros.

—O que você está aprontando?
—Lembra do projeto que te falei, não? Sobre o robô mais humano que já existiu em toda a terra?
—Sei, mas você sabe também que a Green não vai financiar o seu projeto e nós temos que continuar pesquisando sobre o ZK240.

—Nós já sabemos o que precisamos dessa porcaria de vírus, a verdade é que Green quer que a gente se limite a ser cientistas ordinários.-ele disse ainda me puxando pela mão.

O que ele disse não deixa de ser verdade. Todos os projetos ousados que apresentavamos a Green eram passados para trás e ela nos mandava usar os ratos para testar vírus e outras coisas.

Eu queria mais, Heinz queria mais e nenhum de nós iria ceder ao que a TecnoTech Science nos impunha.

—Pronta?- ele perguntou assim que paramos na frente de uma das portas do laboratório.

— Tomara que seja bonito.- disse e ele gargalhou.

— Eu sou um artista.

Heinz então passou seu cartão de identificação no sensor da porta e a mesma destravou automaticamente os três sistemas de segurança. A grande porta blindada abriu e ele saiu andando na frente.
Respirei fundo e então adentrei o lugar com calma.
Prendi meu cabelo e coloquei as mãos dentro do bolso da bata enquanto olhava em volta a procura do tal robô humanizado que Heinz criou.

—E...Voilà.-ele disse e então retirou um lençol branco e fino de uma câmara.

Arregalei os meus olhos e o meu queixo foi ao chão quando vi a sua_agora usando termos muito bem colocados_obra de arte.
Era a coisa mais bela e perfeita que eu já vi em toda a minha vida.
A sua pele, os traços enquanto parecia dormir dentro da câmara que iluminava seu corpo e  até mesmo a barba.

Heinz colocou barba em um robô humanizado!

— Santo Einstein!-disse ainda assustada e ele riu.
— O que achou? Me diz!
— É a coisa mais linda que já vi em toda minha vida, Heinz.-aproximei-me da câmara e toquei delicadamente o vidro.

Era tão lindo!

— Ah! Isso! Era isso que eu esperava!
— Ele está descarregado? Liga?
— Liga sim!-ele disse já andando até ao lado da câmara e conectando ao seu telemóvel.— Criei um sistema de conexão com o telemóvel e com isso pode até mesmo definir o idioma dele.
— Seu desgraçado!- disse rindo e o abracei.

Admirei mais um pouco o robô e me aproximei novamente da frontal da câmara para observar o quão lindo ele era.

— Há quanto tempo trabalha nessa pele? Meu Deus! É tão real!

— Eu usei algumas técnicas com enxerto e células germinativas, parece real porque é real. — ele disse rindo.
—Você já pode dominar o mundo. — disse rindo. 
—Então... 

Ouvi o barulho da câmara e logo em seguida o meu coração disparou ao ver o robô abrindo os olhos. 
Apesar da aparência ser real, seus olhos não abriram lentamente como de um ser humano. Parecia ter acordado ligado no duzentos e vinte.

—Ainda estou adaptando os comportamentos, mas ele é a minha obra prima. — Heinz disse orgulhoso e sorri. 
—Sim, Heinz. Ele é. — disse sorrindo olhando o quão belo era aquele robô.

Seus olhos castanhos com pestanas exageradamente volumosas o deixavam tão real e bonito que cheguei a pensar que o intuito de Heinz era um robô para fazer sexo. 

—Afasta, vou abrir a câmara. — ele disse e assenti.

Afastei-me e então o vidro abriu devagar, deixando a pressão vai esvair aos poucos. O robô virou a cabeça para mim e então lentamente deu um passo.
Era assustadoramente maravilhoso!

— caramba!— disse rindo.— você já deu um nome?
– eu sou o Zander!— o robô falou e eu arregalei os olhos.
— eu disse Skye, ele é o robô mais humano que você jamais verá.- ele disse orgulhoso e eu voltei a olhar para o robô.
E meu santo Deus, que robô!

— Oi Zander.
— Oi Skye.–ele disse e ergui as sobrancelhas.
—Heinz, estou apaixonada.– disse gargalhando e Heinz me acompanhou.
— paixão é o princípio de amor.– o robô disse e o olhei nos olhos.

Não pode ser! O robô de nome Zander, era real demais até mesmo para mim.

— eu quero que você teste ele para mim, Skye.
— testar?
— sim, criei um robô que possa amar.
— você está falando sério?
— Não é só sexo, quero saber se ele pode fazer alguém se sentir amada e você me parece ser a pessoa ideal.
— Está me chamando de mal amada?
— Eu posso amar você Skye.— o robô disse e já vi que estava mesmo mal amada, porque me derreti.

Ouvi Heinz gargalhar enquanto eu admirava o robô mais lindo do que qualquer humano que já vi em toda vida.

— querido amigo cientista brilhante...
—  Pois não, querida amiga cientista brilhante?
— eu aceito testar o seu robô do amor.

Metalic CrushOnde histórias criam vida. Descubra agora