Capítulo 10 - De volta à casa

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A nave da Legião paira sobre o DEO e dela sai Lizzie voando com a irmã nos braços. Mon-el não as acompanha. Lena, Kara e Alex correm até as duas e as abraçam suspirando aliviadas.

- Nem acredito que vocês estão em casa. – Comemora Lena.

- Sentimos saudades de vocês, pequenas. – Kara diz com lágrimas nos olhos.

- Como conseguiram entrar em contato com a Legião? Não conseguiram reproduzir a máquina? – Alex pergunta curiosa.

- Vamos explicar tudo. Prometo. Nós juramos as versões mais jovens de vocês que não esconderíamos nada, mas – primeiro – precisamos do remédio da Liv. – Só quando Lizzie fala é que as outras percebem que Liv não parece bem.

- Claro. Vem, filha. Vamos fazer você se sentir melhor rapidinho. – Kara diz pegando a menina no colo e levando até uma maca na ala médica. Alex checa a sobrinha e prepara o soro.

- Lena, vamos ter que fazer uma intravenosa. Ela está com muita febre. O que vocês arrumaram no passado, pestinhas? – A ruiva tenta aliviar a tensão.

- Longa história. Em resumo? Tivemos uma batalha com uma vilã que invadiu o DEO enquanto estávamos no prédio e ao ser arremessada para longe a Liv sofreu um ferimento no abdômen. Ela perdeu um dos rins. Eu juro que tentei protegê-la, mães. Eu juro. – Lizzie explica.

- Tudo bem, meu bem. Vai ficar tudo bem. Isso não deve alterar a condição da Liv. Esses sintomas tem relação com a falta da medicação para controlar a batalha que as células dela travam diariamente. – A morena tenta acalmar a filha.

- Vocês estão em casa e bem. Isso que importa. Porque ninguém desceu da nave? Eles partiram rápido. Queria agradecer por terem resgatado vocês. – Kara explica.

- Bom. Essa é outra história sobre a qual precisamos conversar. Tia Alex, importa-se de nos dar um minuto a sós? – Lizzie pede.

- Claro, meu bem. Estou lá fora. Qualquer coisa é só me chamar. – Responde a ruiva.

Enquanto Alex caminha para fora do quarto, Lizzie senta com a irmã na cama e Liv segura a mão dela. O olhar cúmplice entre elas faz as mães suspirar, mas também se preocupar com o que possa ter acontecido no passado.

- Mamãe, yeyu, por favor. Tenham calma e escutem a história toda antes de dizer algo. – Pede Liv.

- Só digam o que aconteceu. – Kara pede.

- Bem. Vocês sabem que eu estive saindo com Mon-el e quando falamos sobre isso vocês me pediram para não continuar com ele. – As duas assentem. – Então, eu disse que íamos terminar e ele parou de aparecer por aqui.

- E você mentiu. Eu deveria saber. – Bufa a loira.

- Yeyu. Só escuta, por favor. – Pede Liv.

- Como você disse. Sim, eu menti. Eu sei que errei, mas na época eu só queria estar com ele. Ele tem muitos defeitos, mas é sedutor como o inferno. Você, melhor que ninguém, deveria saber disso.

- Vamos nos ater aos fatos, por favor. -Lena reclama. Ela odeia o fato de Kara já ter estado com Mon-el e de ter quase casado, obrigada, com ele.

- Okay. Enfim. Eu menti e continuamos saindo e uma semana antes de ser atirada naquele portal e jogada no passado eu descobri que estava grávida.

- Espera, Mon-el te engravidou? – Lizzie só balança a cabeça em concordância. – Ele te engravidou e não tem a coragem de descer e encarar a mim e a sua mãe? – A loira diz um pouco mais alto.

- Kara! – Lena chama a atenção da loira.

- Antes de chegarmos nesta parte, preciso continuar a história. – Kara e Lena respiram fundo e se calam. – Eu falei com ele antes de ser atirada para o passado. Ele disse que o bebê não era dele, que não existia um filho nosso na linha temporal em que vivemos e que a única explicação era eu ter traído ele. Depois dessa conversa, ele desapareceu. – Kara trava a mandíbula com força e Lena percebe que ela está a ponto de explodir. A morena então segura a mão da loira.

- Continua, meu bem. Prometemos ouvir até o fim. – Garante Lena.

- Bem, afinal, não deveria mesmo existir um filho nosso. Nesta mesma batalha que feriu a Liv, eu também me feri. – Ela respira fundo e olha para irmã antes de continuar, que continua de mãos dadas com ela. – O trauma da luta acabou causando um aborto. Eu não estou mais grávida. Não tem mais nenhum bebê.

Kara e Lena se olham e vão de encontro a filha. Abraçam ela e ficam assim por algum tempo.

- Como você está com tudo isso, meu amor? Eu sinto muito que tenha passado por tudo isso. – A morena diz beijando a testa da filha.

- Tudo bem, mãe. As coisas são como são. Não foi fácil. Eu queria o bebê, mesmo que Mon-el não o quisesse. Isto serviu para que eu abrisse os olhos e percebesse que vocês tinham razão. Me desculpem por não ter escutado.

- Não se preocupe com isso agora, filha. O importante é você estar bem. – Kara diz. – Foi por isso que ele não veio até aqui falar comigo e com sua mãe?

- Não sei, yeyu. Nós terminamos e eu não quero mais contato com ele. Só pedi ajuda para voltar porque não estávamos conseguindo reproduzir a máquina e a Liv estava piorando sem o remédio. Mal trocamos duas palavras durante a viagem até aqui. Só expliquei que tinha perdido o bebê e sai da nave quando chegamos aqui sem dizer adeus.

- Okay, querida. Vamos deixar ele para trás e focar no hoje, sim? – Intervém Lena vendo o quão a filha sofre com a situação.

- É tudo o que eu quero. – Garante Lizzie.

Dois dias depois, as coisas já estavam melhores. Lena e Kara aceitaram o fato da filha ter se envolvido com Mon-el, mas ficaram ainda mais aliviadas em saber que isso também tinha chegado ao fim. Liv já tinha se recuperado e a vida voltava ao normal. Quer dizer, ao mais normal que ser uma família de Supers e Luthors permitia.

O seu futuro te condena - SupercorpOnde histórias criam vida. Descubra agora