CAPÍTULO 5

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Carlos começou a vir sem falta, todos os dias, para a biblioteca

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Carlos começou a vir sem falta, todos os dias, para a biblioteca. Geralmente chegava cerca de trinta a quarenta minutos depois de mim e ficava a tarde inteira, até que chegasse a minha hora de ir embora. Claro que ele não vinha apenas pelas boas leituras e conversas que tínhamos, mas para, em toda e qualquer oportunidade, roubar beijos longos de mim, com suas mãos sempre a me tocarem com firmeza e a cada vez passearem um pouco mais livremente por meu corpo. Confesso que estou cada dia mais refém de seus encantos e de todas as suas características, que ficam rondando minha cabeça quando estamos distantes e me hipnotizando quando estamos cara a cara.

Hoje, como de costume, ele chegou minutos depois de mim e dessa vez veio com o vade mecum e uma pasta de couro grande nas mãos. Sentamos à mesa e percebi ele um pouco mais irritado, mesmo tentando esconder isso, enquanto afrouxava a gravata.

—Tudo bem? – pergunto

—Tudo. – responde puxando-me da minha cadeira, diretamente para o seu colo e sorrio

—Parece que não sou a única que não consegue esconder as coisas. – digo e ele sorri brevemente.

—Somente algumas coisas que saíram fora do previsto na audiência, mas nada que eu não consiga reverter.

—Se consegue reverter, por que está tão irritado assim?

—Não gosto quando as coisas fogem do meu controle.

—Que controlador. – digo e nos encaramos, até cairmos em uma risada gostosa e ele me roubar alguns beijos mais gostosos ainda.

—Trouxe algo para você. – ele diz despertando minha curiosidade e então abre a pasta de couro e entre alguns documentos, puxa um objeto grande, retangular, embalado em um papel de presente branco com alguns brilhinhos.

—O que é isso? – pergunto

—Abra. – pede e então começo a tirar a fita até conseguir abrir a embalagem sem rasgar e puxo o objeto razoavelmente pesado de dentro.

—Carlos... – falo boquiaberta encarando o livro lacrado. – Não acredito nisso... – digo ainda surpresa, tocando a capa. – Onde conseguiu? Ele é super difícil de encontrar...

—Uma livraria da cidade, que meu irmão é cliente. Repassei as descrições que me deu e eles mandaram.

—Deve ter custado muito...

—Isso não é algo com que deva se preocupar. – fala alisando meu rosto – Então, gostou?

—Está a brincar comigo? – pergunto já o abraçando forte e ele retribui sorrindo. – Eu amei, Carlos. Esse é o melhor presente que já recebi na vida!

—E eu a me iludir pensando ser eu. – fala e sorrio mais. – Fico feliz que tenha gostado.

—Eu amei! Obrigada, muito obrigada mesmo. – falo já o encarando e então o beijo uma, duas, três vezes, até que ele interrompe, dizendo estar ficando perigoso prosseguir e sinto o perigo embaixo de mim, que me faz corar e engolir em seco.

CONTO - CARLOS & ESTELA FERRARIOnde histórias criam vida. Descubra agora