CAPÍTULO 8

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Às vezes, medidas drásticas precisam ser tomadas, mudanças precisam ser feitas, vividas e aceitas, se, no fim, forem para melhor

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Às vezes, medidas drásticas precisam ser tomadas, mudanças precisam ser feitas, vividas e aceitas, se, no fim, forem para melhor. Eu tomei a medida drástica e aceitei o risco da mudança de ir embora com Carlos. Não vou dizer que estava totalmente plena e convicta, não, eu estava com medo, assustada e já sentindo saudade da minha mãe que ficou. Mas então, o que fez aceitar ir, além da minha situação humilhante com meu pai, afinal? Não é uma resposta difícil de encontrar:

Confiança!

Eu amava Carlos mais do que eu pensei que fosse possível amar e me entregar emocionalmente a alguém, mas acima disso, eu confiava nele, foi algo que ele conquistou, que não me deu brechas em nenhum segundo para o oposto, mesmo quando eu procurei, não encontrei. Não havia espaço para meias verdades nas suas palavras, ou para meio intenso no seu olhar e muito menos para meias certezas nas suas atitudes. Era apenas ele, despido em personalidade!

Por isso, eu não duvidei de uma palavra quando falou que havia sido perseguido na estrada, o que me preocupou e me assustou um pouco também. Ele começou a me explicar como vive, como as coisas funcionam, como a realidade dele pode envolver perigos, mas também se mostrou pronto para enfrentar qualquer um.

Em seguida foi a minha vez de explicar tudo o que aconteceu durante esses dias e ele se manteve calado, mas atento ao que falava.

—E foi basicamente isso. – finalizo, enquanto ele dirige.

—E de básico não há nada.

—Verdade... o que chegou a me surpreender, é que Suzana e eu nunca fomos amigas, mas não esperava que ele fosse fazer aquilo, parecia até proposital à situação, como se soubesse que estaria fora e tudo o que isso poderia causar.

—E foi proposital, Estela. – responde e então começa a contar sobre o caso que trabalhou a pedido do irmão e o problema que tiveram por isso, só então entendi a motivação de Suzana.

—Eu não entendo, prejudicar você ou me prejudicar, não iria isentá-la da dor dela.

—Não é sobre sanar a dor dela, é sobre nos ver sentindo o que ela sente. Eu não acho correto, mas não julgo ela na posição em que se encontra, já Bruno...

—Vocês perderam contato totalmente?

—Sim e não sei até quando isso irá durar. – responde e não prolongo o assunto, pois percebo que fica pensativo de uma forma não tão boa.

Depois de algumas horas de viagem, já estava um pouco mais cansada e então ele ajudou-me a ir para o banco de trás e entregou-me seu terno para servir como coberta. Mesmo querendo fazer companhia, não consegui e ele também informou que não precisava, pois se sentia disposto para dirigir tranquilamente.

Não sei quanto tempo se passou, mas quando despertei, já estava sendo colocada sob algo macio que identifiquei segundos depois ser um sofá, enquanto observei ele sair pela porta grande, ouvi uma batida da porta do carro e em seguida ele retornou com algumas sacolas.

CONTO - CARLOS & ESTELA FERRARIOnde histórias criam vida. Descubra agora