CAPÍTULO 6

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Entrei na casa rapidamente indo ate a cozinha, Maria estava de costa pra mim arrumando uma bandeja com petiscos, fiquei a olhando distraída ate que ela virou, quando ela meu viu ela tomou um susto e deixou uma bandeja cair.

— Meu Deus Yasmin você quer me matar do coração. – Ela falou colocando a mao no peito.
— Desculpa Maria. – Falei me abaixando para pegar as coisas que tinham caído.
— Deixa isso ai menina, venha aqui. – Ela disse me levantando. — Eu pedi tanto a Deus para que você saísse logo daquele hospital. – Ela disse me abraçando já chorando.
— O Maria, senti saudades. – Falei a abraçando.
— Você esta bem? Você esta um pouco diferente, esta mais mulher. – Ela falou.
— Estou Maria. – Falei sorrindo.
— Você veio para ficar? – Ela me perguntou me soltando de seu abraço. – Vai volta a mora aqui?
— Não, eu não vim pra ficar Maria. – Falei.
— Eu achei que tinha voltado para ficar aqui – Ela falou esperançosa. — Essa casa não é a mesma sem você, Beatriz torna essa casa um pesadelo.
— Desculpa Maria, mas eu não posso voltar depois de tanto tempo e bagunçar a vida das pessoas assim. – Suspirei. — Beatriz é uma pessoa horrível, mas ate ela merece ser feliz.
— Nunca pensei em te ouvir dizer isso. – Maria disse surpresa.
— É as coisas mudam. – Dei de ombros. — E minha vó ainda não a vi por aqui, ela esta na cidade?

Maria me olhou estranho e demorou pra responder, como se pensasse se devia falar ou não.

— Oh minha filha ninguém te contou ainda. – Ela disse triste.
— Contou o que Maria. – Disse apreensiva.
— Yasmin, dona Clara morreu já faz dois anos. – Ela disse lamentando.
— O que? – Falei pelo choque que levei, me virei saindo da cozinha.
— Yasmin. – Maria me gritou, mas era tarde eu corri para a sala.

Ia subir as escadas quando meus olhos fixaram no quadro de minha vó na parede, eu desabei ajoelhada no chão e lágrimas invadiram meu rosto, ela era importante pra mim, eu a amava e era ruim pensa que não a teria novamente por perto, minha família entrou na sala seguida por Guilherme naquele momento e pararam assim que me viram ajoelhada no chão.

— Yasmin o que aconteceu? – Hannah perguntou preocupada.
Eu me virei olhando pra eles e me levantei secando as lagrimas com a palma de minha mão.
— Por que vocês não me contaram? – Falei case num sussurro.
— Sobre o que filha? – Meu pai perguntou.
— Sobre a Clara. – Falei e eles me olharam surpresos. — Já faz sete meses que sai daquele maldito hospital e voces não pensaram nem um minuto em me contar.
— O que? Você já esta acordada a sete meses. – Guilherme falou surpreso, ele se aproximou de mim.
— Vocês sabem o quanto ela é importante pra mim, por que não me contaram? – Falei ignorando o Guilherme.
— Filha você ainda esta se recuperando, tivemos que contar as coisas aos poucos pra você. – Hannah falou explicando.
— Como assim você já acordou a sete meses e só aparece agora – Guilherme dizia perplexo.
— Para que você quer saber você nem se importa com isso. – Falei o olhando.
— Quem disse que não? – Ele falou rígido.
— Eu sei que não, então para de fingir que se importa. – Disparei.
— Você não tem noção do que eu me importo ou não. – Ele disse.
— Parem de brigar não é hora e nem momento para isso. – Meu pai disse.
— Sabe Guilherme, durante esses cinco anos naquele maldito hospital eu ouvir a voz de todos presentes nessa sala, ate de quem eu nunca esperaria e que foi apenas pra me perturbar. Mas nunca a sua voz. – Falei o olhando.

Todos ficaram me olhando surpresos com a confissão, mas era a pura verdade ouvir a voz de todos, menos a dele ou seja ele não foi nem um dia se quer me ver, ate a Beatriz ia raramente apenas para me perturbar e falar coisas sem sentidos, mas a voz que eu mais queria ouvir nunca apareceu por la.
Ele me olhou e abriu a boca para fala algo mas parecia que ele não conseguia pensa em nada para falar.

— Tudo bem! Você não precisa me explicar nada eu já entendi tudo. – Falei.

Quando ele ia falar algo um garotinho loiro de olhos azuis entrou correndo na sala chamando por ele.

— Papai, papai. – Ele disse afobado.

Eu olhei pra quela criança e não sei o que me deu eu paralisei e tudo em volta rodou e antes de desmaia ainda escutei minha irmã grita. “Segura ela” e logo em seguida sentir os braços do Guilherme em volta de mim então apaguei.
Acordei estava em um quarto, era o meu antigo quarto só que totalmente decorado para uma criança e mais rosa do que o normal, a Duda e um garotinho estavam no quanto da cama me olhando e os outros em volta do quarto.

— Mamãe, você esta bem? – Duda perguntou.
— Sim, estou. – Falei
— Ela é sua mamãe? – O garotinho perguntou curioso para a Duda que assentiu.
— Vamos crianças ainda é aniversario da Duda. – Bruna falou. — Venha Duda deixa sua mãe descansar.
— Ta tia Bruna. —Duda disse e correu ate mim me abraçando. — Daqui a pouco eu volto mamãe pra cuidar de você. – Ela disse e saiu de cima da cama pegando na mão da Bruna e o garotinho fez o mesmo.

Quando eles saíram os outros me olharam, Guilherme estava sentado em uma cadeira ele apenas mantém a cabeça baixa e sua expressão estava seria.

— Eu falei que você não deveria vim. – Meu pai disse.
— Eu precisava vim. – Falei com pesar.
— Pra que Yasmin? – Vitoria perguntou. — Para provar algo para alguém ou para si mesma? – Ela me olhou de relance. — Mas que merda, você quer voltar para aquele hospital de novo?
— Não sei porque esta falando assim. – Falei a olhando surpresa.
— Você não sabe? Droga Yasmin todos nesse quarto sofreram abeça com você naquele hospital, pra você sair de la agora e ficar com drama de menina rejeitada. – Ela cuspiu as palavras praticamente. — E dai que o Guilherme não foi te ver, ele não tinha obrigação nenhuma com isso, poderia ter ido? Poderia! Mas ele não foi, então para de se lamentar.
— Eu não pedi por isso. – Falei e ela negou com a cabeça.
— Vamos voltar la pra baixo porque ainda é aniversario da sua filha, se você quiser ficar ai se lamentando que fique. – Ela disse dando de ombros.

MEU QUERIDO PAPAI II [ F ]Onde histórias criam vida. Descubra agora