CAPÍTULO 15

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Entramos no jatinho com Beatriz apontando a arma pra mim, ela me empurrou para uma poltrona e se sentou a minha frente pegando uma taça de champanhe.

— Pronta para o inferno. – Ela disse.
— Você não vai sair dessa Beatriz. – Respondi.
— E quem acha que vai me impedir você? – Me olhou. — acho que não entendeu ainda que esta em uma péssima situação aqui.
— O que vai fazer comigo. – Perguntei.
— Eu vou te torturar ate você implorar para que eu a mate e depois vou fazer vários homens te foderem. – Ela ri. — E por ultimo eu vou te matar da pior forma possível.
— Você é Horrível. – Falei com desprezo.
— Aquela velha também me disse isso, antes dela morre. – Ri. — Porque diabos ainda não decolamos. – Ela gritou.
— Estamos cercados não tem como decolar. – O piloto falou saindo.
— A onde você vai? – Ela disse. — Volte e ponha esse jato para decolar seu idiota.
— Eu tenho uma família não estou afim de ir preso. – O homem respondeu saindo.
— Isso fuja como um rato. – Ela rosnou e eu comecei a ri o que a irritou. — O que esta achando graça?
— Sabe Beatriz no fim você sempre acaba sozinha. – Falei.
— Cale a sua boca você não sabe de nada. – Gritou. — Eu tiver o Guilherme por anos. – Retrucou.
— Mas nunca teve o amor dele. – Respondi.
— Cale a sua boca antes que eu acabe com a diversão e te mate aqui mesmo. – Ela rosnou.
— Você não ver que não vai chegar a lugar nenhum. – a olhei. — Mesmo que você me mate, aqueles homens la fora não deixaram você sair desse avião viva.
Ela engoliu a seco.
— Mas antes eu a mato primeiro. – Ela disse colocando a arma em cima de um dos bancos.
— Ou eu posso te matar. – Falei a observando.

Ela se virou e eu me levantei dando um pulo em direção a arma, mas antes que eu pudesse a pegar, Beatriz me empurrou fazendo a arma escorregar ate perto da porta de saída do jato e eu cair no chao, ela me prendeu no chão ficando em cima de mim e me deu um tapa no rosto, eu a virei tentando me soltar dela e lhe dei um soco engatinhando para frente para alcançar a arma, mas ela me puxou pelas pernas batendo minha cabeça no chão com força.

— Vadia, você vai morre. – Ela gritou.
— Não antes de você.

Respondi e dei um chute em sua cara fazendo ela cai no chão, me levantei e fui em direção da arma, mas antes que eu pudesse a pega beatriz se jogou para cima de mim fazendo nos duas e a arma rolarmos pela escada para fora do jato, ela subiu em cima de mim distribuindo socos e eu tentava alcançar a arma com a minha mao.
Eu conseguir sair de seus ataques e rolamos juntas pela pista dei vários socos em seu nariz e o mesmo já sangrava enquanto ela tentava puxar o meu cabelo.

— É assim que você mata alguém? – Perguntei.

Meu corpo já estava cansado dessa luta, mas ali era morre ou viver, Beatriz não ia me deixar sair viva e eu não ia conseguir sair viva sem mata ela, era obvio isso, e para as pessoas em volta e os policiais também já que ninguém interferiu nem um momento, eu olhei para o lado e vi o Guilherme ali me olhando preocupado sendo impedido de se meter pelos policiais que estavam mirando para a gente com suas armas, vi minha família ali e uma filme de toda a minha vida passou na minha cabeça naquele estante, e uma perguntou se formou em minha cabeça, “ Você viveria por aqueles que amam?”.
E a resposta veio tão rápido como um pisca de olhos, Beatriz tentou me bater novamente mais eu desviei acertando um soco que a fez cair no chão, ela parecia desmaiada então me levantei e caminhei ate a arma a pegando ela do chão e olhei para o Guilherme que sorrio para mim mas sua expressão mudou rapidamente.

— Atrás de você. – Ele gritou.

Então me virei rapidamente vendo uma Beatriz enraivecida vindo em minha direção com uma barra de ferro e disparei a arma.
Doze é um numero grande, Doze horas em um relógio, doze itens em uma lista e dozes vezes que a cabeça da Beatriz foi perfurada pelas balas da arma em minhas mãos, quando a ultima bala foi disparada e Beatriz cuspiu sangue pela boca restando só cheiro da pólvora em minhas mãos, eu soltei a arma a fazendo cair sobre o chão e logo em seguida meus joelhos encontrou o mesmo chão gelado, eu chorei aliviada dando um grito e logo fui acolhida por um par de braços me abraçando.

— Esta tudo bem agora. – Guilherme disse.

Eu olhei para frente e só via um corpo em uma possa de sangue, eu a olhei e não conseguia sentir nem um pouco de remorso por aquilo, porem eu tinha marcas de sangue nas mãos, sangue que não era meu.

Uma semana se passou e eu ainda tenho pesadelos sobre aquele dia, eu estava na frente de um júri onde eles iam decidir a minha vida, fui condenada a homicídio culposo, irônico né? Dozes vezes disparei aquelas balas mas eles ainda acham que não ouve a intenção de cometer o crime, graças aos bons advogados de Guilherme eles não puseram uma pena muito grande, um ano, um ano longe de minha família e uma penitenciária para mulheres, trancada em uma cela pequena com mais três mulheres cada uma com uma historia diferente de porque estava la.

— Por que esta aqui passarinho? – Uma senhora com cabelos grisalhos e dentes de ouro perguntou assim que eu entrei na cela.
— Eu matei alguém. – Respondi me sentando na cama olhando as paredes.
— Bem vinda ao nosso mundo, aqui todas já mataram ou roubaram alguém. – Ela disse e as outras duas mulheres que estavam na sela riram.
— Você não tem cara de que pertence a esse lugar, você parece uma granfina que vá ao spar toda semana. – Uma das mulheres que estava na cama de cima do beliche disse.
— O que faz aqui menina? – Perguntou novamente a primeira mulher.
— Já disse, matei alguém. – Respondi.

Mal sabia aquelas mulheres que durante um ano se tornariam tão importantes pra mim que trabalhariam pra mim anos depois.
Eu fiquei um ano ali recebendo as visitas da minha família, as únicas pessoas que eu não via era as crianças, já que o presídio em que eu estava não deixava e eu também não queria que elas me vissem nesse lugar, não é um lugar bom para crianças.

— Eu sentirei falta de vocês. – Disse as três mulheres que compartilharam a cela comigo.
— E nos de você passarinho. – Uma delas respondeu.
— Quando saírem daqui me procurem. – Falei e elas assentiram.
— Vamos menina. – Um dos guardas disse.

Peguei as minhas coisas e o segui ate a saída quando abriram os portões meus olhos foram diretos a aquelas três figuras do outro lado da rua encostados no carro, eu não esperava que eles viessem me buscar.
Duda e Arthur correram ate mim e eu me abaixei os abraçando e chorei por ver seus rostinhos depois de tanto tempo.

— Mamãe estava com saudades. – Duda falou me abraçando.
— Eu também minha pequena.
— Mamãe a senhora nunca mais vai nos deixar né? – Arthur perguntou e eu olhei surpresa para o Guilherme que sorriu pra mim, era a primeira vez que ele me chamava de mãe, eu o abracei forte emocionada e depois levantei e beijei o Guilherme com saudade e amor.

MEU QUERIDO PAPAI II [ F ]Onde histórias criam vida. Descubra agora