CAPÍTULO 7

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Eles saíram do quarto ficando só eu e o Guilherme que permanecia sentado, na mesma posição, o silencio constrangedor nos acompanhava também, demorou algum tempo ate ele se levantar, observei cada movimento dele ate quando ele passou por mim e parou ele não olhava para mim.

— Descanse, quando estiver melhor peço pro motorista levar você pra casa. – Ele disse e se virou novamente para sair.
— Guilherme? – Chamei antes que ele saísse pela porta.
— Sim? – Ele continuava de costa pra mim.
— Como ela morreu? – Perguntei.

— Ela caiu da escadaria. – Ele disse e então ele saiu fechando a porta em seguida.

Eu não estou acreditando como assim ela caiu da escadaria, essa historia esta mal contada, fiquei por um tempo pensando nisso, já estava escurecendo quando minha filha entrou no quarto correndo e se jogou ao meu lado na cama.

— Mamãe, a senhora esta bem? Fiz todo mundo ir embora pra voltar logo pra cuida de você. – Ela disse.
— Estou bem meu amor. – Mas precisamos conversar sobre o que você fez hoje.
— A não mamãe. – Ela disse escondendo seu rosto entre as mãozinhas. — você também vai brigar comigo que nem o papai.
— Filha. – Falei tirando suas mãozinha de seu rosto. — Eu não vou brigar com você, mas o que fez foi errado.
— Eu só não entendo mamãe. – Ela disse emburrada.
— Não entende o que? –perguntei.
— Você e minha mamãe e ele meu papai. – Ela disse gesticulando com as mãos. — E papais e mamães ficam juntos. – Ela disse e eu suspirei.
— Meu amor eu e seu pai não estamos juntos a muito tempo. – Falei. — E as coisas não se resolvem assim, tudo tem seu tempo.
— Eu queria que vocês ficassem juntos. – Ela confessou.
— Eu sei meu amor, mas não é algo que cabe a você resolver. – Falei. — Seu pai tem a Beatriz.
— Eu não gosto dela mamãe, ela é uma bruxa. – Ela disse fazendo careta.
— Isso eu tenho que concordar. – Ri. — Mas você tem que respeitá-la por ser mais velha que você e por ser mulher do seu pai, não é saudável guarda raiva meu amor – Falei.
— A mulher do papai é você mamãe. – Ela disse

Fiquei mais um tempo conversando com ela que acabou dormindo, me levantei calmamente para não acorda-la e sai do quarto, a casa estava em total silencio, todos já deviriam esta dormindo, desci a escadaria indo em direção a porta quando ia abri-la.

— Fugindo no meio da norte, não achei que fosse sua cara fazer isso. – Guilherme disse e me assustei.
— Meus Deus Guilherme. – Falei com o susto que levei.
— A onde esta indo a essa hora? – Ele perguntou.
— Estou indo pra minha casa. – Respondi sem entender pra que esse questionamento.
— Eu te levo. – Ele disse.
Eu olhei pra ele, apesar da pouca luz dava para velo sentado no sofá e com um copo com alguma bebida na mão.
— Não precisa eu pego um taxi. – Falei e ele ri.
— A essa hora? Vamos logo esta tarde e não vou arrisca te deixar ir embora sozinha e desmaia em algum lugar novamente. – Ele disse se levantando e pegando suas chaves passando por mim.
Eu fiquei o olhando da porta enquanto ele ia ate o carro dele.
— Guilherme? – Chamei.
— Anda vai ficar parada ai a noite toda. – Ele disse e eu pensei por um momento antes de entra naquele carro.
— Esta morando com seu pai ainda? – Ele perguntou.
— Não, estou morando sozinha. – Respondi.

Durante o caminho não trocamos nenhuma palavra alem da explicação da onde era meu endereço, quando chegamos em frente a minha casa, agradeci e desci do carro ele ainda ficou olhando ate eu entra dentro de casa e então ele foi embora.

Na quela noite dormi estranhamente bem apesar dos ocorridos durante o dia, os dias foram passando e eu me revezava em fazer minha fisioterapia e outros exames de rotina e em ir ver minha filha, eu sempre ia pela tarde depois do almoço quando Guilherme estava trabalhando e saia antes dele chegar, o estranho é que todas as vezes que chegava a casa, Beatriz pegava o filho dela e subia apressadamente para o quarto e mesmo com as insistências da Duda algumas vezes para que o irmão brincasse junto ela nunca deixava.

Agora eu estava indo para uma consulta com um psicólogo que meu medico recomendou ele queria saber se realmente estava tudo bem fisicamente e mentalmente, levei minha irma comigo já que ela tinha ido a minha casa mais cedo.

— Ele acha que você pode ter ficado com algum trauma? – Savannah perguntou.
— Não, ele simplesmente acha que seria bom eu conversa com alguém, antes do acidente minha filha tinha dois anos agora ela tem cinco, pra mim é como se muita coisa fosse nova. – Expliquei.
— A você poderia conversar comigo, não precisa de um medico pra isso. – Ela disse entediada.
— Vamos preguiça, você não tinha nada melhor pra fazer então não reclame. – Falei.

A puxei para a sala do Psicólogo assim que meu nome foi chamado. Ele estava sentado apoiado na mesa olhando para uma ficha em suas mãos, eu o olhei e então reconheci, é o mesmo cara que encontrei no shopping aquele dia, como era mesmo o nome dele?

— Senhorita Yasmin montes? – Ele disse ainda olhando para ficha.
— Sim, eu mesma e minha irma. – Falei com sorriso amarelo no rosto, ele então olhou pra mim.
— Olha você por aqui, que mundo pequeno. – Ele disse surpreso.
— Ola, desculpa eu esqueci o seu nome. – Falei envergonhada.
— Vitor. – Ele disse.

Começamos a consulta e percebi que ele não tirava os olhos de minha irma, vou começar a trazer ela mais vezes comigo quem sabe né, o tempo foi ate agradável, quando cheguei em casa me joguei no sofá exausta.

— Sabe foi ate legal ver uma consulta com psicólogo. – Minha irma disse se sentando.
— Sabe o que foi legal? – Falei e ela negou. – O Vitor não tirava os olhos de você. – Falei sorrindo.
— Não, nem começa. – Ela falou me olhando irritada.
— Que foi ele é bonitão e parece ser um cara legal. – Dei de ombros.
— Para de graça Yasmin. – Ela disse.
— Alguém nessa casa tem que desencalhar irmãzinha. – Falei rindo.
— Você não existe. – Ela disse e tacou uma almofada em mim.
— Ei eu sou a mais velha aqui. – Protestei e ela ri.

Terminamos o dia com uma tigela de brigadeiro e uma coleção de filmes do Nicholas Sparks, preciso nem dizer que terminamos a noite entre risos e lágrimas, quando ela foi embora dormi e só acordei no outro dia.

MEU QUERIDO PAPAI II [ F ]Onde histórias criam vida. Descubra agora