Capítulo 10

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Bárbara

Deito com minha pequena fazendo carinho na sua cabeça até ela acordar, seus olhinhos são tristonhos, assim como os meus, o sentimento de repulsa me invade com força, estou zangada e muito furiosa, não sei o que faria contra aquela velha por machucar minha garotinha. 

_ Mamãe? 

Sussurra confusa procurando Victor ao olhar para os lados.

_ Cadê o papai? 

Nem eu sei onde ele foi, confesso que estou preocupada, cheguei a ser rude com ele. 

_ Foi dar uma saidinha. 

Faz beicinho chorosa. 

_ Ele foi embora de novo? 

Beijo a pontinha do seu nariz. 

_ Não meu amor. 

_ Não deixa o papai mamãe, ele está triste com a mamãe dele.

Não sei como ela consegue ser tão adulta às vezes, chega a ser incrível. 

_ Vou ligar pra ele e pedi pra ele voltar, tá bom? 

Concorda esperançosa, pego meu celular ligando várias vezes pro seu telefone que cai na caixa postal. Estranho totalmente não entendendo, ele sempre me atende, a menos que aconteceu algo. 

_ Tive uma ideia, vem cá. 

Com ela no meu colo vou até o escritório do meu pai, bato na porta antes de receber uma autorização para entrar, ele parece distraído mexendo em umas folhas sobre a mesa.

_ Ajudo?

Sem me olhar pergunta.

_ Rastreia o celular do Victor, por favor. 

Agora ele ergue a cabeça estranhando. 

_ Não consigo falar com ele.

_  Papai tá triste vovô. 

Por minha fala ele já iria fazer, mas se derrete mesmo quando Lelê fala toda manhosa. 

_ É, meu amor?

Dar um sorrisão característico de vovô Caio.

_ Vem cá pra você me ajuda. 

Coloco ela no colo do meu pai que ensina passo a passo como rastrear um celular, ao encontrar vira a tela do computador. 

_ Está parado? 

Pergunto estranhando a rua afastada.

_ Sim, filha. Aconteceu algo?

_ Nada demais, me manda a localização no meu celular e fica com a Lelê, volto já! 

Passo no meu quarto apenas para pegar a bolsa que deixei na poltrona. Entro no carro e sigo certinho o gps, encontrando o carro do Victor parado no acostamento, desço do meu aproximando do seu, estranho por não vê-lo, mesmo que o gps marque  aqui, dou uma boa olhada encontrando ele no banco de trás encolhido, parece dormir? 

_ Ei... 

Dou algumas batidas na janela fazendo ele acordar elétrico, me fita atônito. 

_ Abre o carro! 

Meio sem acreditar abre a porta de trás. Entro sentando ao seu lado, é tão ruim vê-lo abatido dessa forma. 

_ Porque está aqui? 

Nega triste.

_ Vitório está possesso comigo, não quero ver minha mãe tão cedo, não achei que me quisesse por perto, estou meio sem rumo.

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