Capítulo 17

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Victor 

Doze horas de voo e enfim chegamos em solo estrangeiro, pousamos com maior descrição possível, a missão exigia isso, como fui o melhor atirador do meu pelotão me destaquei em tudo quando ainda servia. Mesmo que o país diz ser livre para escolher servir ou não, a verdade é outra, então eu estar aqui não tem influência apenas minha, o poder de escolha por mais que eu bata no peito e assumo ser meu há algo bem maior, o general me quis aqui, então eu estou aqui, um falso livre arbítrio. 

_ Imagina quantas pessoas estão cativas? 

Meu companheiro de equipe pergunta olhando o horizonte, um belo de um deserto sem nenhuma vegetação e apenas um bugue para nos levar. 

_ Não imagino.

Respondo sem animo olhando também o nada e pensando em tudo, deixei minha mulher e minha filha para participar dessa missão que é um puta de uma emboscada, quatro agentes e uma missão totalmente discreta, se você é capturado, é um inimigo do país, se volta sem as vítimas é um covarde, se volta morto é um herói, ou seja, precisava voltar com as pessoas sequestradas, não tinha outra opção. 

_ Deixou alguém?

Ele me pega vendo o relicário que eu ganhei no meu aniversário, para nunca esquecer as chaves o coloquei no molho.  Dentro do símbolo oval tem a foto da Bárbara com nossa filha quando ainda era neném, as duas na cama, lembro desse dia pois foi eu quem tirou a foto, Lelê dormia e sua mãe não diferente dormia também, a mão minúscula da nossa menina descansava na bochecha da mãe, lembro que quando o flash se fez presente ao bater a foto ela acordou manhosa me mandando parar, foi mais motivos para eu tirar várias fotos dela sorrindo, por isso que de um lado está as duas juntinhas e do outro apenas a Bárbara com um sorriso manhoso, um olho aberto de sono e o outro fechado, os lábios corados e os dedos que tentavam em vão tampar a câmera. 

_ Victor... 

Sou arrebatado desse momento que por alguns segundos me proporcionou um belo deleite, ergo meus olhos para vê-lo. 

_ Minha esposa grávida e minha filha! 

Sorrio triste pensando no seu enjoo matinal, se ela está se alimentando ou até mesmo tomando suas vitaminas, Bárbara é uma ótima profissional mas quando se trata de coisas dela é uma boa cabeça de vento, esquece tudo. 

_ Nossa, eu deixei um garotinho de sete anos. 

Olho para ele compadecendo e pensando como vou ser bom em vigiar suas costas, não posso permitir de forma alguma que esse garotinho cresça sem pai.

_ Quero ver ele se formando e sendo um puto de profissional. 

_ E você vai, nós vamos! 

Gesticulo todos que estão no carro, mesmo que o da frente esteja dormindo e o motorista concentrado no caminho deserto, no entanto com muitas pedras.

_ Conte comigo! 

Concretizo uma amizade, como fiz há muito tempo com Vitório quando eu precisei dele e ele como um irmão me salvando, tantas vezes fiz o mesmo para ele, e ambos se ajudaram, graças a ele eu conheci o amor da minha vida. 

_ Prazer, Taylor! 

_ Victor Hugo!

Jogamos conversa fora o resto do caminho, quando chegamos aproximadamente do lugar onde íamos montar tenda nos concentramos, tivemos que deixar o bugue em uma vala com muitos galho de árvore para tampa-lo, depois entramos mata adentro e andamos cinco quilômetros até encontrar fonte de água e um lugar tranquilo para passar a noite. Como a missão se tornou sigilosa, todos nossos equipamentos eletrônicos foram tirados antes da viagem, apenas tiramos um computador não rastreável que nos permitiria falar poucos minutos.

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