Capítulo 2

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Bárbara

_ Filha?

Minha mãe falou no susto ao me ver na sua porta com duas malas e minha menina abraçada nas minhas pernas.

_ Só quero um abraço.

Sem me questionar me abraçou com força, chorei no seu ombro amigo e ela me acolheu como sempre.

_ Entra, meu amor.

Ela pegou Helena nos braços e consolou minha baixinha que está tão frágil quanto eu.

_ Matt!

Meu irmão veio ao seu chamado, estranhando a situação ao me ver na porta com duas malas.

_ Ajuda sua irmã.

Ele veio até mim.

_ Tudo bem, Babi?

Neguei e só o abracei sem dar uma explicação, ele beijou minha bochecha encostando sua testa na minha. Matt cresceu tanto, tá grande e bonito. Ele sorri para mim tocando meu rosto com delicadeza infinita.

Depois de me ajudar a levar as malas no meu quarto antigo dei banho em Helena e desci para o almoço, meu pai chegou bem na hora da mesa posta, ele sorriu ao me ver, me beijou no rosto depois de um abraço para logo ir até a neta e brincar horrores a fazendo gargalhar pelas cócegas.

_ Agora é hora do almoço mocinha, mais tarde fazermos a guerra do travesseiro.

Ela riu empolgada pela promessa. Comemos e todo tempo meu pai estranhou meu silêncio, me fitando misterioso, do seu jeito investigativo.

_ O que aconteceu, querida?

Fugi para cozinha logo após a refeição, para evitar justo essa pergunta, o que era inevitável se uma hora ou outra eu teria que contar.

_ Bom.

Levantei a cabeça fitando seus olhos que investigavam cada ação minha.

_ Pedi um tempo.

_ Ele te machucou?

Perguntou frio, no entanto seus dedos em cada braço meu era super acolhedor.

_ Não fisicamente, pai.

Suspirei cansada.

_ Não precisa dizer, vem cá.

Abracei ele e chorei baixinho no seu peito.

_ Vou te apoiar em qualquer decisão, prometo.

_ Obrigada, pai.

***

_ Eu acho que não quero ir, mamãe.

Depois de fazer uma linda maria chiquinha nos cabelos dela ajeitei por fim seu vestido bonito de flores.

_ Filha, seu pai sente sua falta.

Ela encolheu os ombros tristinha.

_ Eu também sinto, mamãe, mas eu quero ir com você também.

Tentou me convencer ao tomar meu rosto nas duas mãozinhas pequenas, e por pouco não conseguiu.

_ Hoje não posso, certo?

Me abraçou perdida, isso acabava comigo, já tinha uma semana e seria a primeira vez que ela veria o pai.

_ Vai ser rápido, ele só quer te levar no shopping e comer um lanche com você.

_ A vovó vai?

Ela afastou para me olhar.

_ Eu não sei meu bem.

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