capítulo 18

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Babi

Já fazia cinco dias desde a última vez que falei com Victor, não tinha ideia de onde e como ele estava, a preocupação me assolava, não dormia por pensar que ele poderia me ligar e eu não ouvi a chamada no notebook, meu not ficava aberto plugado à tomada para não ter erro dele desligar por falta de carga, eu chamava aquela ligação todas as noites antes de dormir. Por cansaço ou exaustão cochilei acordando assustada ao ouvir meu notebook tremer, com pressa abrir os olhos aceitando a chamada.

_ Victor?

Tentava habituar a luz do notebook no meu rosto.

_ Sou eu baby...

Meu coração deu um salto com sua voz, mesmo que no fundo existia muita poluição sonora. 

_ Onde você está, como está?

Liguei o abajur para ele poder me ver assim como eu o via, apesar que ele se encontrava em um lugar escuro.

_ Nem eu sei, meu bem...

Sua voz era triste e cansada.

_ Andamos muito, encontramos abrigo em uma casa abandonada, está tendo guerra aqui, alguns dos nossos estão sendo oprimidos por um grupo rebelde, já tinha meses até então, viemos dar reforço.

Lágrimas inundam minha visão.

_ Como você está?

Ele passa os dedos na cabeça fazendo junção com a barba grande, apesar do rosto mais magro ele continua lindo mesmo com a barba por não fazer.

_ Cansado e com muita saudade de casa.

Toco a tela tentando tocá-lo como fiz da última vez, apenas queria dar a ele acalento.

_ Eu também tenho, fico aliviada quando manda notícias, não consigo parar de pensar em você um minuto.

Hoje apesar de muito preocupada estou mais calma com meus sentimentos, da última vez não consegui dizer uma palavra.

_ Nem eu meu amor.

Dar um fraco sorriso evidenciando seu cansaço.

_ E a Lelê?

_ Está na casa da Iza, festa do pijama.

Ele sorri, e que sorriso lindo mesmo cansado, não tem como não venerar,  é o homem mais lindo que eu já vi, e é meu, todo meu!

_ Está tomando suas vitaminas, cuidando do nosso filho?

Abaixo a tela para ele poder ver minha barriga oval, ergo a blusa evidenciando mais meu ventre que guarda nosso pequeno amor. Estou com dívidas com meu bebê, só preocupação e mal consigo acariciá-lo.

_ Todos os dias, os enjoos matinal são menos frequentes.

Minha mãe deita na minha cama toda madrugada quase de manhã, quando meu enjoo vem ela me socorre.

_ Sinto muito por deixar você em um momento desse, Bárbara.

Nego limpando minhas bochechas, estou emotiva, primeiro por sua culpa, e depois por ele me chamar de Bárbara,  confesso não gostar, e ele só me chama assim quando é algo muito sério.

_ A culpa não é sua, apenas preciso que você volte bem e me der noticias, só assim ficarei aliviada.

Fecha os olhos concordando.

_ Vou fazer o possível...

_ Victor temos que ir...

Escuto a mesma voz de dias atrás o chamar como foi da outra vez, meu coração se aperta por ter tão pouco tempo com ele.

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