capítulo 16

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No outro dia

Acordei de manhã antes de todos, senti meu corpo pesado e eu não sabia porque todos haviam me ignorado ontem, quase não dormi a noite pensando sobre o motivo

Fui até o banheiro me arrumar e quando me olhei no espelho eu parecia uma usuária de drogas, meus olhos estavam tão vermelhos e minha cara estava muito pálida, 'é assim que você quer fazer amigos parecendo uma doida varrida logo no segundo dia ?' pensei comigo mesma enquanto tentava concertar minha aparência

Quebra no tempo

A primeira aula já começou sendo uma das mais cansativas, o professor que administrava a matéria era um homen de meia idade que já estava um pouco surdo, vários alunos perderam a voz gritando para que ele pudesse atendê-los, me sentei na última carteira o que foi uma péssima ideia já que eu não conseguia me concentrar em nenhuma palavra que o professor pronunciava

" Berta, posso me sentar com você ?"
Ouvi uma voz baixa atrás de min, o Vitor mal esperou minha resposta e já se sentou ao meu lado

" Oi, você tá entendo o que o professor tá falando ?"

Falei com a voz mais baixa que consegui

" Não, nenhuma palavra "

Ele me respondeu com um sorriso no rosto, era muito bom saber que pelo menos uma pessoa não fugia de min como se eu fosse uma alma penada, passei o resto das aulas ao lado do Vitor ele era a única pessoa que falava comigo, eu e ele passamos a maioria das aulas conversando sem prestar muita atenção nas matérias

Finalmente estávamos tendo um tempo livre depois de várias aulas, eu e o Vitor decidimos ir até o lago mas antes que pudéssemos chegar até o lado de fora nós deparamos com um pequeno problema

" Pega isso do chão agora ! Eu não acredito que uma idiota como você tá aprendendo magia, como eu pensava sangues ruins não deveriam estudar aqui "

Um menino alto de cabelos pretos e olhos negros estava obrigando uma menina a pegar seus livros do chão, eu não entendi muito bem a situação, mas olhando a cena no geral ele devia estar fazendo bullying com a menina, eu sabia que sangue ruin era uma das piores ofensas, mas eu não sabia se deveria interferir, nunca fui uma pessoa muito boa, se fosse para me definir com uma palavra eu diria que é antiheroina

" Sabrina "

Ouvi o Vitor dizer quase num sussurro, percebendo sua expressão de medo olhei com mais atenção para a menina que estava ajoelhada pegando os livros, foi aí que eu percebi quem ela era, a menina elegante que havia puxado Vitor pelo braço, pelo modo como o Vitor reagiu os dois deveriam ser muito amigos, dei um suspiro arrastado tentando me livrar da consciência pesada, decide agir sabia que talvez eu pudesse me arrepender disso mas meu corpo começou a caminhar na direção dos dois antes que eu pudesse pensar em qualquer coisa

Peguei a varinha das minhas vestes e parei em frente a garota

" Quem não deveria estudar aqui são pessoas como você que não tem nenhuma educação e se acham superiores aos outros"

Até eu me impressionei com a frase que tinha dito mas essa felicidade durou pouco, o menino me olhava com nojo, me senti como um chiclete que tinha grudado em seu sapato

" Olha só alguém querendo bancar o herói, pena que seus pais são só dois assassinos o que você vai fazer ? me matar ?"
Senti meu corpo tremer de raiva, ouvir alguém falar dessa maneira sobre meus pais fazia o meu sangue ferver

Sem pensar duas vezes apontei a varinha pra ele e tentei pensar num feitiço, mas não me vinha nada, era como se meu cérebro estivesse vazio

" É sério que vai me ameaçar ? Se é isso que você quer "

Ele pegou sua varinha e apontou pra min, foi nesse momento que falei a primeira coisa que me veio a mente

" Exspelliarmos!"

Assim que eu disse isso a varinha dele voou para a minha mão, o menino parecia atordoado

" E agora será que devo quebrar sua varinha ?"

Falei com a voz ameaçadora, fiz uma cara de brava mas isso sempre dava errado, sempre que eu brigava com alguém e fazia cara de brava a pessoa começava a rir ao invés de sentir medo, o Tom me disse que era porque quando eu fazia essa expressão parecia que eu iria soltar um pum, pelo menos foi o que ele havia me dito quando pequeno, mas eu estava começando a acreditar

O menino que estava na minha frente começou a rir tanto que até perdeu o fôlego

" tá bom, tá bom, você ganhou só não faz mais essa cara "

Em meio a risadas ele pegou sua varinha da minha mão e subiu as escadas, o clima ficou meio estranho depois disso, o Vitor parecia não estar entendendo nada enquanto a menina que estava atrás de min continuava parada

" Se você ia me ajudar pelo menos ajudasse direito "

Ela esbarrou no meu braço e começou a subir as escadas

" Sabrina espera!"

O Vitor foi atrás dela me deixando para trás, parece que ser um herói era mais difícil do que eu pensava

Quebra no tempo

Fui até o salão para almoçar, as pessoas da Grifinoria mantiveram distância de min, haviam dois lugares vazios ao meu lado, comecei a brincar com a comida ao invez de comer me senti tão solitária naquele momento, foi só quando uma coruja pousou no meu ombro que eu notei que todo mundo estava olhando pra min, o Vitor estava do outro lado da mesa me observando com um olhar triste no rosto enquanto os demais me olhavam por curiosidade

Havia só um grupo que estava conversando sem se dar ao trabalho de me olhar, os alunos da sonserina estavam entretidos conversando sobre algo muito engraçado, reparei em um menino de cabelos negros que parecia ser o centro das atenções era ele quem tinha me enfrentado no corredor, pelo jeito ele estava contando pra todo mundo o que tinha acontecido

A coruja pequena que estava no meu ombro começou a dar leves bicadas em min para chamar minha atenção, peguei a carta de sua pata e deixei ela comer um pouco da minha comida, abri a carta sentindo que aquela não era apenas uma carta comun







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