capítulo 31

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A primeira tentativa de aproximar o Tom do Richard foi um completo fiasco, o Richard foi até o Tom enquanto eu observava tudo perto das escadas que mudavam de lugar, o Richard caiu de cara no chão depois de ter tropeçado nas próprias vestes fazendo o Tom sair de perto dele e ir para o lado da Belatriz

Mesmo assim eu não poderia desistir, não posso deixar as coisas como estão e ao decorrer da semana empurrei o Richard até o Tom várias vezes mas nada adiantou, foi o contrário do que eu esperava ao invez do Richard mudar o Tom era o Tom quem estava corrompendo o Richard fazendo ele se empenhar casa vez mais em conseguir sua amizade, a vida não é nada fácil me joguei na poltrona perto da lareira sentindo que a vida não poderia piorar, ouvi um choro abafado vindo do dormitório dos meninos, achei isso estranho já que não era pra ter ninguém por aqui esse horário

Fui até o dormitório seguindo o som das pequenas fungadas que faziam eu acreditar que quem quer que estivesse chorando não iria parar tão cedo, quando finalmente tomei coragem para entrar no quarto aonde haviam várias camas não vi nada além de um cobertor que tinha um volume muito estranho

" Vai embora !"

Ouvi uma voz conhecida que estava muito fraca pelo choro, a pessoa que eu sempre pensei ser a mais feliz do nosso grupo agora estava escondida em baixo dos lençóis chorando igual uma criança

" Vitor o que aconteceu? "

Perguntei ao me sentar na beirada da sua cama esperando que meu amigo saísse de baixo dos lençóis que tinham se tornado seu casulo, vi os lençóis se moverem mas não parecia que o Vitor estava disposto a me contar

" Pode contar pra min, eu não vô dizer pra ninguém, você vai se sentir melhor depois de desabafar "

Ele se sentou na cama ainda escondendo seu corpo com os lençóis, e depois de algum tempo em silêncio apenas ouvindo suas fungadas ele finalmente começou a falar com a voz muito fraca

" Ee.... Eu beijei o sonserino "

Ele falou num fiapo de voz, o que !!!? E isso não era motivo pra se comemorar porque ele está tão triste ?

" Eu não posso Berta, minha família jamais aceitaria "

Agora eu entendi tudo, a família dele não o apoiava, esses pais nunca mudam, será que custa muito deixa o filho vive a própria vida ?

" Que se dane eles Vitor, você tem que ser feliz e se o sonserino te faz feliz fique com ele "

Falei confianteme tentando confortar meu amigo só que sua crise de choro se intensificou mais ainda depois de me ouvir

" Eu num posso, bocê num entendi a viba bão é um conto de fabas "

Seu nariz tinha entupido e sua pronuncia estava muito engraçada mas tive de me segurar para não rir

" Vitor entenda uma coisa não é só porque nossa vida não é um conto de fadas que temos que desistir daquilo que queremos, se sua família não aceita tente mostrar a eles que não precisa de sua aprovação, você ainda é jovem Vitor está na hora de cometer erros e viver a vida que você quer ter, não tenha medo de errar os erros nos fazem mais fortes, e se sua família não aceita agora, ela vai ter que aceitar um dia "

Após me ouvir em silêncio ele tirou o lençol da cabeça revelando seu rosto inchado e seus olhos vermelhos

" Bocê é muito boa com as palabras "

Ele limpou suas lágrimas na roupa e depois começou a olhar pro chão

" Não se preocupe Vitor você não está sozinho, pode deixar que se sua família não aceitar, você pode vir morar comigo eu estou oficialmente te convidando pra morar na minha casa, você é muito privilegiado sabia, não é qualquer um que pode vir na minha casa "

Após dizer isso vi um pequeno sorriso se formar no seu rosto

" Eu tô falando sério, pode conta comigo meus pais com certeza vão deixar você ficar com a gente, então não precisa ter medo de encarar sua família "

Acariciei suas costas e olhei em seus olhos que começaram a se encher de lágrimas novamente

" Bocê é a melhor amiba do munbo "

Ele se agarrou no meu pescoço e chorou até se sentir satisfeito, eu não o impedi afinal de contas ele precisa chorar pra se acalmar

Alguns minutos depois

O Vitor já estava mais calmo, seu rosto não estava mais tão vermelho e seu nariz havia desintupido

" Mas... Vem cá me explica direito que história é essa que você beijou o sonserino ?"

O rosto do Vitor voutou a ficar vermelho mas dessa vez não foi pelo choro, ele tentou esconder seu rosto com as mãos mas eu o impedi

" Não é pra contar pra ninguém !"

Por fim ele cedeu jogando minha mão pro lado e me olhando ainda com as bochechas coradas

" Eu estava no corredor e... o Artur estava andando ao meu lado nós fomos pra perto do lago e... Eu não sei explicar foi mágico simplesmente aconteceu quando me dei por min ele estava com a boca colada na minha e sua mão na minha nuca "

A cada pausa que o Vitor fazia eu me sentia mais nervosa e ansiosa, quando ele terminou de contar a história imaginei os dois perto do lago no por dó sol se beijando com a luz da água cristalina refletida neles, eu devia parar de criar esses cenários, as vezes eu me acho muito romântica mas não tem como controlar minha animação

" Mas e aí foi beijo de língua ?"

Depois de me ouvir o Vitor ficou mais vermelho do que já estava (se isso era possível ) ele não me respondeu, pegou o travesseiro e começou a me bater

" Sua mente poluída, para de me fazer pergunta vergonhosa "

Nos dois começamos a rir e terminamos aquela tarde conversando sobre como as aulas estavam puxadas e as tarefas estavam aumentando, era bom ver o meu amigo sorrir novamente, por aquele curto período de tempo eu esqueci que o destino do mundo bruxo dependia do meu irmão e apenas curti aquele dia como se fosse uma adolescente normal que o único problema eram as tarefas acumuladas








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