♟ Capítulo IV: duas peças avançam na mesma direção ♟

47 10 18
                                    

Um mês foi necessário para que entrassem em um acordo definitivo.

Louise decidira não ir com ele a Seasan, para não causar suspeitas. Em vez disso, preferiu mandar dois "guarda-costas" para impedi-lo de tomar decisões sozinho. O que era justo, é claro, apesar de bem irritante.

Rosa estava entre os guardas reais com posições mais altas na hierarquia; as duas tinham conversado bastante em particular, para que ela pudesse representar as decisões de Louise caso necessário.

Arvid, por outro lado, era – supostamente – o melhor falcoeiro de Trusan, e ficara responsável por garantir que as cartas chegassem em segurança e com velocidade.

Os três se esgueiravam pela capital do reino, o rosto de Isac coberto por um capuz de forma que era quase impossível para ele enxergar por onde andava: uma das desvantagens de ter um rosto tão conhecido – sua coroação como Príncipe Regente, alguns anos antes, tinha atraído uma multidão considerável –, mas ainda daria um jeito de usar isso a seu favor.

– O palácio está ainda mais protegido do que na última vez que estive aqui – Isac comentou, parando sob as sombras de uma rua lateral pouco movimentada. A informação sobre as passagens secretas ainda era importante demais para compartilhar, principalmente se conseguisse atingir seus objetivos; era melhor manter isso em segredo até uma emergência. – Talvez possamos usar uma estratégia mais demorada, como a forma que eu encontrei para entrar no seu castelo, alguns meses atrás.

Rosa semicerrou os olhos para ele, apoiando a mão na empunhadura da espada que tinha na cintura, a lâmina escondida sob a capa. Um péssimo blefe, na opinião dele. Nem podia considerar como uma ameaça.

– Não me parece uma ideia muito boa atacar um Rei.

Ela cerrou a mandíbula, sem responder.

– Vamos mandar uma carta para a Rainha, ela pode ter uma sugestão melhor – Arvid mudou de assunto. Não parecia bom de combate, mas até então conseguira se desviar de conflitos como ninguém.

– Que seja. Preciso de uma bebida, de qualquer forma.

Apesar do olhar de reprovação, Rosa os seguiu até uma taverna. O lugar era afastado o suficiente e estavam em um horário bom o suficiente para que Isac não fosse identificado. Ele conhecia aquela cidade melhor do que a si mesmo.

O falcão de Arvid se posicionou no telhado, para não atrair atenção indesejada. Ao entrar, os três se sentaram em uma mesa afastada e observaram os arredores.

Mesmo com dois anos de distância, quase tudo parecia igual, exceto por um detalhe: cartazes estavam espalhados nas paredes, indicando o a coroação... em dois dias. E aberta à presença da população, obviamente. Seria perfeito.

– Tive uma ideia.

– Que tal nos contar? – a garota murmurou, em tom sério.

– Não, agora não. Vou escrever uma carta para Izzy explicando tudo, prometo. Mas tenho algo para resolver. Sozinho.



***

O Isac é muito metido, tentei ao máximo filtrar o tom dele pra não ficar chato de ler kkkkkkk mas juro, lá no fundo (bem fundo mesmo), ele já foi uma boa pessoa. Mas vou parar de passar pano, não é esse o meu objetivo aqui! Ele também já fez muita coisa errada, como sabemos.

Enfim, como estão? O que têm achado? A história tá andando rápido (de novo), acho que gosto do ritmo atual. Vão acontecer ~umas coisas~ no próximo capítulo, marcando o meio da história, mais ou menos quando as coisas vão começar a se acertar. Eu ainda espero conseguir desenvolver melhor a relação dele com a Lou depois disso, vamos ver se funciona.

Não se esqueçam de comentar e deixar uma estrelinha, isso me ajuda muito a saber se vocês estão gostando e continuar escrevendo.

Se tudo der certo, nos vemos na próxima quarta (16/02), até lá <3

Coroa de SangueOnde histórias criam vida. Descubra agora