– Um acordo?
– Sim.
– E o que te faz pensar que eu aceitaria?
– Depois do que aconteceu dois anos atrás, você também não anda muito bem politicamente. – Isac ignorou a expressão ultrajada de Louise. – Você parece ter reorganizado a situação para se manter durante o momento de instabilidade, mas isso não vai durar muito tempo se você continuar sozinha. Precisa de apoio diplomático, e não vai conseguir isso se...
– Ah, claro. E você vai fazer o quê? Se oferecer para ser meu conselheiro ou algo assim?
– Fui criado para governar.
– Eu também.
– Você sabe muito bem que reis e rainhas têm papéis diferentes. Achei que gostasse de xadrez. Mas não é esse o meu ponto. Não quero um cargo aqui. Quero voltar para Seasan e tomar meu lugar de volta, algo que não consigo fazer sozinho. – Ela abriu a boca para discordar de novo, e ele aumentou a velocidade das palavras para não ser interrompido: – Se você me ajudar, podemos fazer acordos políticos e resolver tanto o meu problema quanto o seu. Podemos ter uma nação ainda mais forte e estável. E você não vai precisar de Coastan.
Tudo bem, não era um pedido de casamento muito decente. Ele não tinha muita certeza de que conseguiria sequer chegar até ali, para ser sincero. Falar sua proposta já era suficiente. Se Louise fosse esperta, aceitaria.
Ela ficou em silêncio, considerando a proposta.
– Preciso analisar minhas opções.
– Quanto tempo quiser.
A Rainha observou Isac atentamente pela primeira vez no dia, em seguida disse:
– Te encontro no nosso lugar daqui a uma semana. E você está demitido. Não acredito que conseguiu um emprego como ajudante de estribeiro.
– Tenho minhas habilidades.
***
As horas se arrastaram como se o passado estivesse se agarrando ao presente e impedindo-o de passar. Isac se arrependeu assim que lembrou que não tinha combinando um horário com Louise, mas se recusava a mandar qualquer bilhete perguntando.
Em vez disso, chegou cedo e aguardou. Pelas janelas, observou o sol subir no céu, atingindo seu ponto máximo, e começar a descida. Em certo momento, começou a imaginar que ela não escolhera um horário de propósito. Talvez quisesse testar sua persistência.
Por fim, quando o astro celeste estava prestes a se pôr, Louise chegou e se sentou na mesa à sua frente.
– Chegou cedo – ele disse, tomando um gole de chá.
Ela deu um sorriso sarcástico, sem responder. Em vez disso, pediu ao garçom uma xícara para si e aguardou em silêncio. Isac se recusava a reclamar; teria toda a paciência do mundo.
– Você venceu – Iz disse, por fim. – Eu aceito. Mas apenas se eu tiver a decisão final sobre tudo o que faremos nesse acordo. Não esconda nada de mim dessa vez.
– As decisões serão em conjunto. Nenhum dá um passo sem a concessão do outro. E, como você disse, sem segredos.
– Fechado. Por onde começamos?
***
Hoje teve dois capítulos porque vou começar a postar toda quarta e sexta feira, então, como sexta passada não tinha postado, aqui estamos para recuperar. Dia 11/02 sai o capítulo IV e o plano é terminar de postar em 04/03 (logo antes do início das minhas aulas!)
É a partir daqui que a história começa a andar de fato, confesso que estou animada com a progressão dos eventos. A ideia é manter o ritmo mais acelerado da Parte I aqui também, só deixei os primeiros capítulos devagar para ficar mais fácil de pegar o contexto.
E aí, o que estão achando? Será que eles vão se meter em problemas? Será que o plano vai dar certo? Eles vão conseguir trabalhar juntos depois de tudo o que aconteceu no passado?
Muito obrigada por todos os votos e comentários até agora <3 o feedback de vocês ajuda demais!
Nos vemos na sexta, espero que fiquem bem <3
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Coroa de Sangue
Roman d'amourO Reino está em guerra, e a única chance de vencer está nas mãos da Princesa Louise, mesmo que ela preferisse manter as batalhas no tabuleiro de xadrez. A garota está pronta para ceder ao seu dever, mas se vê em um dilema que pode mudar tudo: cumpri...