Coroa de Sangue

♟ Capítulo V: a dama faz sua jogada ♟

Antes de tudo, recomendo aos leitores de antes de 05/01/2022 que releiam o capítulo anterior porque mudei alguns acontecimentos + juntei a primeira versão desse capítulo com ele, portanto o capítulo que estão prestes a ler é completamente novo.

Obrigada por esperarem e terem paciência comigo kkkkkk prometo que não vou largar Coroa dessa vez e provavelmente termino antes de fevereiro.

Vocês são sensacionais, sério. Seus comentários são incríveis, muito obrigada por todo o carinho (e MUITO obrigada aos leitores de Regiorum também!!!) <3

Caso alguém goste de ouvir música enquanto lê, fiz uma playlist de Coroa!! O link está aqui na história como link externo, caso esteja lendo na web, ou no link da minha bio (no perfil), caso esteja no celular.

Agora, vou parar de enrolação e bem vindes ao capítulo 5 (finalmente)!!

***

O sol já tinha se posto no horizonte, e Louise se esgueirava pelas escadarias laterais para não ser vista. Gostaria que sua casa tivesse passagens secretas como os castelos de livros, o que infelizmente não era o caso.

Tinha perdido o jantar por causa de Isac pela quinta vez desde que se conheceram, mas não se importava tanto assim. Gostava dele, mesmo que fizesse parte apenas de um sonho, uma fantasia que estava alimentando para ignorar seu futuro cada vez mais iminente e inevitável. A despedida seria difícil quando finalmente chegasse...

A garota balançou a cabeça, ignorando o pensamento por ora. Ela entrou no próprio quarto escuro, fechando a porta atrás de si e atravessando o recinto para abrir as cortinas. A luz da lua cheia invadiu o quarto, deixando os arredores com um brilho prateado de sonho.

Louise queria estender esses dias para sempre.

Uma batida na porta a distraiu dos pensamentos, fazendo seu coração dar um salto. Não podia ser ele, mas...

Sem esperar pela resposta, sua mãe entrou. Tinha um castiçal dourado na mão, franzindo a testa provavelmente pela escuridão do quarto, e estava com o cabelo solto.

– Está se preparando para dormir, espero. Amanhã será um dia atarefado.

– Por quê? Vera não me avisou nada.

– Sabe que ela está ajudando na organização do casamento e das mudanças que acontecerão logo. Não tem tempo para cuidar de todos os seus compromissos diários. – Ela suspirou, como se fosse óbvio. – De manhã a costureira virá tirar suas medidas para o vestido. Durante a tarde, estudará sobre Coastan, já que vai morar lá em alguns meses, e Seasan, o reino contra o qual estamos evitando uma guerra. Além disso, você e o Rei Dominic vão jantar juntos.

Lou assentiu, mesmo que a contragosto. Sabia que não podia fugir disso, não importava o quanto quisesse. As vidas de tantas pessoas que poderiam morrer nessa guerra estavam em suas mãos. Vendo sua reação, a Rainha suavizou a própria expressão.

– Sei que não é isso que você queria, mas...

– Tudo bem, eu entendo. De verdade. Eu ando meio distraída ultimamente, vou tentar me esforçar mais.

A mulher deixou o castiçal na mesa de cabeceira e a abraçou, pegando Louise de surpresa. Ela ainda tinha cheiro de flores e baunilha, usava o mesmo perfume desde que a garota se lembrava.

– Não queria que as coisas fossem assim, apesar de saber que uma hora ou outra aconteceria. Promete que vai me mandar cartas depois que se mudar?

– Prometo. – Lou enterrou o rosto no ombro da mãe, como se ainda tivesse dez anos de idade. Parte dela ainda se sentia assim; uma criança cheia de responsabilidades prestes a cair sobre sua cabeça.

Mas o abraço se desmanchou. A mãe se afastou, pousando as mãos em seus ombros. Os olhos dela refletiam a luz das velas, como se estivesse prestes a chorar, mas devia ser apenas impressão.

– Durma um pouco, já está tarde. – Ela ajeitou uma mecha do cabelo de Louise, colocando-a atrás da orelha. – Outro dia conversamos mais.

Com essa fala, Rainha Martha pegou o castiçal que tinha trazido e acendeu um dos candelabros sobre a penteadeira. Deu um beijo da testa de Lou e saiu, fechando a porta atrás de si.

– Boa noite – a garota murmurou, mesmo que estivesse sozinha.