Capitulo 23

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Azriel on:

Eu nunca achei que pudesse realmente amar alguém, mas quando eu vi Zara, ferida, com um caráter duvidoso e uma beleza avassaladora, eu soube, era ela.

E eu estava certo, até minhas sombras haviam percebido o quando ela significava para mim, eu falhei com ela algumas vezes, e eu me culpo por isso.

Mas vê-la aqui, me perdoando depois de tudo, não me afastando, e me fazendo prometer que não me esconderia, o amor que eu sentia por ela se fez mais presente que nunca.

E eu sabia que era hora de contar minha história.

- Eu era o filho bastardo de um senhor illyriano, durante 11 anos eu morei com meu pai, minha madrasta e meus dois meio-irmãos mais velhos.

- Enquanto eu morava com meu pai, minha madrasta me manteve em uma cela sem janelas nem luz, tão pequena que quase não cabiam minhas asas. Eu podia sair apenas uma hora por dia para ver minha mãe, durante uma hora por semana. Eu não tinha permissão para treinar ou voar, ou fazer qualquer coisa que os instintos illyrianos berrassem para que eu fizesse. Então com o tempo minhas asas começaram a atrofiar.

Ela olha para minhas asas por um momento antes de voltar a me olhar, diferente dos outros que escutaram, ela não tem pena, e sim raiva ou melhor ódio, Zara parece estar com tanto ódio que tenho certeza que se meu pai, madrasta ou meio-irmãos estivessem vivos ela os caçaria e os tortura-ria.E eu quase tenho pena deles, quase.

- Quando estava com 8 anos, meus meio-irmãos decidiram que seria divertido ver o que acontecia quando se misturava os dons de cura rápida de um illyriano com óleo e fogo - Zara acaricia minhas mãos, me incentivando a continuar - fui salvo pelos guerreiros no acampamento do meu pai quando ouviram meus gritos, mas não foram rápidos o bastante para salvar minhas mãos.

Ela olha para minhas mãos, epertando-as em um sinal de compreensão.

- Com 11 anos fui atirado em um acampamento de treinamento illyriano, refúgio do vento, onde fui bem recebido pelos senhores de lá por causa dos meus poderes de encantamento de sombras.
Eu eventualmente conheci Cassian e Rhys, enquanto treinavamos - dou um pequeno sorriso - Cassian é claro me deu uma surra, Rhys foi tentar me ajudar e acabou apanhando também, e depois viramos amigos, treinando juntos, e participando do rito de sangue, durante o rito ficamos com medo que algum de nós morresse e procuramos uns aos outros, tivemos sorte de sairmos os três vivos.

Suspiro, sentindo-me mais tranquilo por contar esses detalhes.

- O pai de Rhys ficou com medo quando viu que o mesmo estava se tornando mais poderoso que ele, e tinha se aliado a mim e a Cassian, que éramos os guerrreiros illyrianos mais poderosos, então ele decidiu nos separar na guerra, dando a Rhysand uma legião, Cassian foi nomeado como soldado de infantaria e eu fiquei como seu encantador de sombras pessoal, durante os sete anos que duraram a guerra nós procurávamos os nomes uns dos outros na lista de mortos, e agradeciamos a mãe quando não encontrávamos, então quando Rhys se tornou grão-senhor, ele me nomeou seu encantador de sombras e mestre-espião e nomeou Cassian como General de seus exércitos e nos tornou parte de seu círculo íntimo. E estamos juntos até hoje.

Falo  e olho para Zara ao ver seu silêncio.

- Espero que tenha se vingado - fala e eu respondo.

- Me vinguei, os cacei e os matei - falo com medo de sua reação e ela sorri antes de responder.

- Tiveram o que mereciam.

- Não está...com nojo? - pergunto confuso e ela me olha intensamente respondendo.
- eles tiveram o que mereciam, Az, se fosse eu, faria o mesmo.

Admiro seus olhos dourados por um tempo, nossos rostos estão próximos e eu tenho vontade de me inclinar um pouco, apenas para beija-la.

- O círculo íntimo chegará aqui no fim da tarde, Fenrir também virá, para conversarmos - falo e ela assente desviando o olhar e se movendo para levantar da cama, franzindo o nariz.

- Preciso urgentemente de um banho, estou cheirando a sangue - fala e eu me levanto também, passando por ela que prende a respiração quando meu peito encosta no seu.

- Pode usar meu banheiro - falo abrindo a porta do mesmo - quando sair terá roupas em cima da cama - ela assente e passa rapidamente por mim prestes a entrar no banheiro mas eu seguro seu braço, ela para e olha para mim, o cenho franzido em confusão, ela parece tão afetada quando eu pela proximidade.

- Obrigado - falo e ela assente, eu me aproximo apenas para plantar um beijo rápido em sua bochecha, apenas para sentir sua pele, a sensação de beija-la mesmo que seja na bochecha.

E me afasto, caminhando até a porta, as sombras serpenteando felizes pelo ar, e saio do quarto, dando a Zara a privacidade necessária, descendo para a cozinha para pegar algo para ela comer, pois deve estar com fome.




























































* Espero que gostem.
Bjs.

Corte de Sombras e Lâminas ( REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora