Contradictions | Dramione

06

A edição de quarta-feira do Profeta tinha uma manchete chamativa e estava espalhada por todas as bancas no caminho de Hermione para o trabalho.

QUERIDO HERDEIRO MALFOY VISTO PELA CIDADE; DE NOVO!

Vocês leram certo, leitores, Draco Malfoy está se tornando o homem da cidade que estava destinado a ser. Após um longo período de inatividade social, parece que o herdeiro Malfoy voltou do esconderijo e está agraciando Londres com sua presença mais uma vez.

Na noite de sábado passado, o Sr. Malfoy foi visto em um pub local com a mesma morena misteriosa que relatamos pela primeira vez no mês passado. Foi visto pelo nosso repórter que os dois passaram pouco mais de uma hora e meia juntos, compartilhando a garrafa de vinho mais cara do pub, antes de saírem por uma entrada privada nos fundos. Embora o Sr. Malfoy não tenha retornado nossas múltiplas corujas solicitando a confirmação da identidade de sua convidada, outros frequentadores do pub comentaram que os dois estavam de ótimo humor enquanto riam e bebiam durante a noite.

Com seu novo trabalho profissional auxiliando o Ministério da Magia e sua amizade com Harry Potter, parece que o jovem Malfoy está dando grandes passos para reformar sua imagem e se livrar de seu passado de Comensal da Morte.

Dado que esta é a segunda vez que vemos esses dois juntos, nossos editores da sociedade estão certos de que poderíamos estar vendo um cortejo tradicional de sangue puro diante de nossos olhos. Poderia haver um casamento Malfoy no horizonte? Leia mais na página seis para ver nossas previsões sobre quando poderemos ver o casamento social do século.

Hermione precisou de tudo para não perder seu café da manhã na calçada enquanto ela ficava ali parada, olhando para as fotos como se tivesse sido imobilizada. Nem mesmo o roçar dos empresários na calçada conseguia desviar seus olhos. Percorrer dezenas de páginas em preto e branco, perfeitamente sincronizadas em uníssono, era a prova inquestionável – era Malfoy, vestindo o mesmo terno e camisa branca que ela lembrava, sentado em uma cabine sob uma luz fraca. Até mesmo seu cabelo ainda estava um pouco bagunçado, uma mecha solta caindo em sua testa enquanto ele ria de sua bebida.

Era o único indicador do tempo que passaram juntos, apenas uma ou duas horas antes, naquela mesma noite, e ficou gravado em sua memória. Foi a primeira coisa que ela notou quando ele a acordou de seu sono satisfeito em seu peito, sua visão chegando lentamente enquanto ela piscava para ele. Ele estava sorrindo para ela, suas feições suavizadas, e a visão de seu cabelo levemente despenteado fez seu peito tremer.

— Aí está você — disse ele, persuadindo-a a voltar à consciência. Sem pensar, ela ergueu a mão para colocar o cabelo dele de volta no lugar, mas ele rapidamente caiu para frente novamente. — Não se preocupe, é uma causa perdida.

Foi estranho vê-lo olhando para ela com uma expressão tão aberta. Ele quase parecia... afetuoso.

— Vamos agora, é hora de levantar. Não podemos ficar aqui para sempre. — Ele a despertou suavemente quando ela tentou fechar os olhos novamente. Seus braços eram tão fortes e quentes, e suas mãos traçavam círculos delicados na pele nua de seu braço e coxa que a fizeram flutuar de volta à inconsciência.

Agora ela entendeu. Ele estava ansioso para acordá-la porque tinha um encontro.

Flexionando os punhos ao seu lado, ela se forçou a desviar o olhar. Caminhando com cuidado, com um pé na frente do outro, ela se misturou de volta à multidão que ia e voltava dos negócios próximos com o movimento matinal.

Seu coração batia em um ritmo constante em seus ouvidos, refletindo seu ritmo, e ela lutou para manter a calma. Ela agarrou a alça da bolsa até que ela cravasse em sua pele, desejando que o leve tremor em suas mãos e pernas desaparecesse.