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Já se passaram meses desde que Hermione ficou do lado de fora da agora familiar velha mansão de pedra. Observando a sujeira e as trepadeiras que disfarçavam o prédio, ela estava preparada quando passou pelas proteções.

Assim como ela tinha certeza de que a beleza da Ordem Escarlate se revelaria a ela, ela tinha certeza de que esta noite também seria obra de Draco.

Ao contrário de antes, ela nunca teve qualquer dúvida. Depois de tanto tempo, ela finalmente estava vendo as coisas com clareza.

Como esperado, as vinhas recuaram e o exterior enegrecido milagrosamente se transformou em um calcário claro e imaculado. A magia ondulou por sua pele, concedendo-lhe acesso através do pingente de rubi em seu pescoço, e assim como na primeira vez que ela atravessou a barreira, ela brilhou com fortes pulsos de calor contra seu peito.

Desta vez, ela não ficou parada na base dos degraus e se perguntou se estava fazendo a escolha certa ou errada. Ela não considerou todos os seus parceiros anteriores, nem revisou mentalmente a lista de todos os motivos que a levaram a procurar respostas na Ordem Escarlate em primeiro lugar.

Ela subiu cada degrau de pedra com intenção deliberada, o som dos saltos ecoando o tique-taque nervoso sob suas costelas. Cada um solidificou o sentimento de convicção que a alimentava.

Três batidas lentas na pesada porta de madeira, uma por cada motivo que sustentava sua certeza, e ela esperou.

Primeiro, Draco só pediu um tempo. Não espaço. Depois de tudo o que eles passaram e de tudo o que ela sabia sobre ele? Não havia como ele terminar as coisas sem falar diretamente com ela. Ele era muitas coisas, mas não um covarde.

Em segundo lugar estava a própria Ordem Escarlate. Embora ele fosse livre para fazer o que quisesse com seu próprio arquivo, o dela era dela. Até que ela autorizasse seu status de aberto ou procurando um novo par, era improvável que pudesse ser outra pessoa. Afinal, eles eram um clube de sexo, e oferecer reuniões "anônimas" para casais que representavam papéis não seria inédito.

Terceiro, e mais importante, era que era o cenário perfeito. Se não fosse um pouco dramático, era a única maneira de seguirem em frente. Isso ela sabia. Não era algo simples que pudesse ser resolvido em uma única conversa ou com palavras apaziguadoras. Eles já haviam passado desse ponto. Draco os estava forçando de volta às suas posições iniciais e zerando o placar, tudo isso recriando a primeira noite deles juntos. E ele estava fazendo isso em território neutro, onde poderiam avaliar, negociar e decidir como queriam avançar. Juntos.

Foi tanto um teste quanto uma oportunidade. Ela iria aparecer? Ela confiaria que era Draco, organizando a noite para eles? Ela estava disposta a andar cegamente, completamente inconsciente e despreparada para o que quer que ele quisesse fazer?

Era mais do que confiança, agora. Era compreensivo.

A porta se abriu e um homem mais velho, vestido com um terno formal indefinido e luvas brancas, ofereceu-lhe um sorriso amigável. O mesmo de antes, embora suas feições não mostrassem nenhuma indicação de reconhecimento por quem ela era, exceto pela maneira educada como ele disse seu nome.

— Senhorita Jean?

Ela quase se esqueceu do nome preferido que forneceu em sua pesquisa de admissão, quando ficou preocupada com a vergonha e o estigma que acompanhavam a forma como uma visita a um clube de sexo poderia afetar sua carreira no Ministério.

Um sorriso ridículo e estranho surgiu nos cantos de seus lábios. Se ela soubesse então...

— Você pode usar Granger, na verdade. Jean não será mais necessário.

Contradictions | DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora