Sob orientação clara do chefe do Departamento de Execução das Leis da Magia, o quarto andar do St. Mungos era fortemente guardado por Aurores 24 horas por dia. Nenhum visitante entrando ou saindo.
Ninguém, exceto os altos escalões do Ministério, sabia que Draco Malfoy estava inconsciente na enfermaria de Janus Thickey e à beira da morte.
Nem mesmo seus contatos de emergência.
Ele não acordou quando ela fez uma cena e passou pelo guarda do lado de fora de seu quarto, citando as ordens diretas de Robards.
Ele não acordou quando ela desabou na cadeira ao lado de sua cama, estendendo a mão trêmula para pegar a dele, ou quando ela chorou entre seus dedos entrelaçados.
Ele não acordou no dia seguinte.
Ou no dia seguinte.
A cada hora que ele permanecia inconsciente, mais ela ouvia a risada enlouquecida de Adelaide Burke ecoando em seus ouvidos. Os insultos. As ameaças. Cada vez que Hermione fechava os olhos, ela relembrava o momento em que Draco olhou para ela com os olhos turvos, implorando para que ela ficasse em segurança.
Ela nem tinha dito a ele que o amava.
No terceiro dia, um Curandeiro puxou-a de lado. Foi a primeira vez que ela saiu do quarto do hospital desde que chegou. Subsistindo com salgadinhos embalados deixados pelos Aurores do lado de fora da porta e feitiços de limpeza, ela só dormia em crises e se acomodava na cadeira ao lado da cama de Draco.
A expressão do Curandeiro era sombria, mas a única coisa em que Hermione conseguia se concentrar era no peso da varinha emprestada de Draco em seu bolso e na estranha sensação de coceira na nuca por estar longe de sua cabeceira.
— Desculpe. Tentamos tudo ao nosso alcance, mas... ele já deveria ter acordado — disse ele com clara resignação. — A única coisa que podemos fazer agora é esperar, mas você pode considerar entrar em contato com seu chefe para ver se ele permitirá visitas ao Sr. Malfoy.
A mão dele pousou pesadamente no ombro dela, parando por tempo suficiente para ser tecnicamente considerado reconfortante, mas ele saiu pelo corredor antes que Hermione pudesse formar um pensamento coerente.
Cambaleando para trás, ela encostou-se na parede do lado de fora da porta de Draco. A tristeza ameaçou engoli-la inteira, inflando dentro de seu peito e sugando todos os outros pensamentos e sentimentos de seu corpo.
Ela não tinha ideia de como entrar em contato com a mãe dele.
Narcissa.
Já se passaram três dias e Hermione não havia considerado a mãe dele nenhuma vez.
A família dele. Amigos dele.
Nenhum deles sabia que ele estava atualmente entre a vida e a morte, preso entre dois mundos, mas não perto o suficiente para passar para um ou outro.
Narcissa. Theo. Blaise. Talvez até Pansy Parkinson também.
Hermione olhou para a parede, sua visão ficando tão distante que tudo ficou embaçado ao seu redor. Seus olhos pareciam secos e ásperos, como se ela tivesse areia presa sob as pálpebras. Ela piscou e depois piscou novamente.
Ela poderia enviar uma coruja para Theo primeiro. Só para ver se ele conhecia a propriedade onde morava a mãe de Draco.
Ou talvez Harry pudesse entrar em contato com o consulado internacional em nome do Ministério.
Não.
Não. Ela precisava ser a única a contatar Narcissa.
— Você está bem, Granger? — Uma voz rompeu a névoa vazia em que ela estava se afogando e Hermione se sacudiu. Warren estava na frente dela, com uma xícara de café de viagem ainda fumegante na mão. — Parecia que você poderia usar isso.
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Contradictions | Dramione
FanfictionQuando Hermione Granger se depara com um problema, ela recorre à pesquisa. Informações, hipóteses e experimentos... Tudo isso são coisas que ela conhece e adora, por isso não é surpresa que, quando se depara com um problema no quarto, ela saiba exat...