os três

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" ela era o sol, ele era a lua,
ambos tão jovens, prontos para amar
ela tão clara, ele tão escuro
ambos em busca de se encontrar
ele corria, e ela fugia,
e o sol via a noite a tomar seu lugar,
e vinha outro dia, e ele corria,
e ela surgia a iluminar,
ela era a vida, e ele o destino,
ambos seguiam pro mesmo lugar,
da morte fugiam,no medo corriam
juntos dividiam o mesmo vagar,
quando tinham tempo,jogavam ao vendo
o sonho de um dia poderem contar
aos filhos e netos o amor tão discreto
que se fez presente ao mundo enfrentar
que não tinham medo,nem dor, desespero,
e fizeram de tudo pra entrelassar
o claro ao escuro, passado ao futuro,
a vida e o destino n'um mesmo amar
e quando o impossivel tornou-se visível
quando o sol e a lua poderam estar
tão perto um do outro,o dia e a noite
que mesmo quem viu não pode acreditar,
todos descobriram que desde esse dia
e essência de tudo está no amar,
e a vida contava aos netos da historia
que ao vento contara no mesmo lugar
o destino contente, e oni-presente
fazia da vida feliz por amar,
e foi essa a história que está na memória
do amor impossível que até hoje está
presente na mente, e nos faz contente
por saber que tudo terá seu lugar,
sua data marcada, sua hora exata,
e se for pra ser, com certeza será,
já que se eles podem, podemos agora
e a nossa vitória está por chegar
também amaremos, também sofreremos
e o impossivel, vamos alcançar
teremos história, teremos memória,
de um lindo amor que virá a aflorar.

Fornecem a luz
As orquídeas não são todas que reluz
Deduzi que poderia ser feliz
O luxo limita a capacidade
O material distorce a realidade
O dinheiro transforma realidades
Na verdade, poderia me encontrar em alguma cidade
A espera da beldade
Mas recebo, mesmo,
A maldade."


      inebriado com aquela assustadora cena, o servo, ainda euforico, vai ate a porta do palacio, onde se jazia uma cançao... ele ouvira a melodia com medo...ali perto caminhava um misterioso homem vestido de preto  e com uma capa, ele olhava para o servo com satisfaçao, como se soubesse do que iria acontecer depois que ele cruzasse o portao do grande templo,  ele com duvida foi ate o homem e lhe indagou.

- quem es tu? oque queres comigo?

- tu es tao tolo, que nem reconheces a imagem que esta a tua altura, eu por outro lado, sou aquele sensato que sempre desaprovou teus malignos caprichos... olha a tua volta, nao vedes oque esta a ocorrer?

- oque quer com este destino?

- olha tu mesmo, observa o destino que te aguarda... os tres... juntos, sol, lua e universo... a ordem perfeita finalmente se reestabelece, depois de tanto tempo nas sombras, eu pude retornar e me juntar a esta caçada que esta prestes a acabar...

- tu es...

- sim, eu sou teu pior medo, aquele que faz os ceus se acenderem nas tempestades, o roxo impenetrante do raio de odio, a ira de Deus, sou aquele que pode te condenar ao fim...

      o servo num espanto caiu, ele estava prestes a coagir a imagem daquele poderoso deus, nao mais poderia interromper os jovens deuses, seus frutos haviam caido de seu proprio pe, o ceu escureceu, uma brisa gelada batia enquanto uma grande fenix pousava no portao do palacio, que lentamente se abria, mostrando a imagem de tres jovens deuses que estavam ascentados em tronos escarlates.


'' Em fissuras no espaço-tempo, no decorrer dos séculos e diásporas por ilhas e continentes, os indivíduos continuam em busca de heranças por vezes irrecuperáveis, num jogo de espelhos impossível, alimentando chagas de um passado utópico. Crenças ilusórias de que as heranças que recebemos são perpétuas e equivalentes aos legados que deixaremos, idealizando um passado - seja histórico ou subjetivo - que se esvaneceu. A memória muda e reconstrói o que já se foi, entre armadilhas, feridas, deuses e destinos. Na literatura, nos clássicos, nos contemporâneos, no cotidiano. São mutáveis e por isso doloridas todas essas categorias, assim como é próprio da vida.

Nada de mestres ou reis
Quando o ritual começa
Não existe inocência mais pura
Do que nosso doce pecado

Na loucura e imundície
Desta triste cena mundana
Só então sou humano
Só então me torno puro''


      o servo caiu de joelhos, o sol olhava com chamas nos olhos, viu-se que era certo aquilo acontecer, havia ficado preso naquela mentira a seculos, a lua olhando para o mesmo, segurava uma estrela de vidro cintilante nas maos, o servo olhava tambem, segurava uma flor de vidro tambem, o sol levanta-se lentamente e caminha ate o servo, com uma taça de vidro nas maos, que continham o sangue do mesmo, ele chega ate o servo que se encontrava paralisado, as  amargas e penetrantes palavras escorriam de sua boca enquanto ele derramava se proprio sangue na cabeça do servo que aos poucos ia se dissipando, e voltando a sua forma e lugar verdadeiro...como um grande e tenebroso buraco negro que ha seculos estava sugando toda a energia do sol afim de se tornar mais poderoso que o rei.


'' Leve-me à igreja

Louvarei como um cão
No santuário de suas mentiras
Vou lhe contar meus pecados
Para você afiar sua faca
Ofereça-me aquela morte imortal

Sem culpa, forças destrutivas da humanidade
Nós nos destruímos como os sábios profetizaram
O coração apodrecido da vida enterrado pela criatura
Sob o céu vermelho da natureza agonizante

O que se foi, nunca será dado à luz
Impulsionado pela ganância
O parasita final
a Coroa da criação
Mestre do universo novamente sou''


o Sol e a LuaOnde histórias criam vida. Descubra agora