o Sol e a Lua

Boas maneiras

"Tão temperado que ficou insípido
Tão bons modos que ficou inóspito
Tão colorido que ficou ridículo
Tão cheio que ficou um vazio nórdico"

     Estava claro e limpo o céu, o clima agradávelmente frio, na mesa haviam pratos de diversas cores e espécies, na mesa estavam assentados nobres homens e mulheres, estavam a espera do rapaz, que logo e anunciado.

     "Eis que vem aquele que tem no olhar a ternura da flor de lótus, tem em sua face a beleza dos campos dourados do Sul, sua voz ecoa doce e suave como a brisa aconchegante da primavera, seus cabelos são como lirios dourados e sua bele branca como a neve, recebam aquele que e como a primeira neve"

    Logo o rapaz foi entrando, a luz do dia refletiu em sua coroa que brilhando o deixou ainda mais bonito e suave.

- ele e realmente muito bonito, esta muito bem arrumado,mas...quem e este que o acompanha?

     Os presentes comentavam assim, logo viu-se o Sol entrando, mais com
Aspecto de grandeza e majestade, seguia o rapaz, de cabeça baixa, a brisa passava dentre seus cabelos negros e lisos, suas roupas balançavam e o deixavam ainda mais majestoso e desejável naquele ambiente.

- chegamos!!! Ah está coroa encomoda um tanto é....
- humm

     Um dos nobres o olhava e balançava a cabeça de modo que dava para perceber que ele havia feito algo de errado.

- ah, eu quis dizer, que, que, bem...
- venha, sente aqui.

    Era o senhor do vento que este tempo todo havia cuidado do rapaz e lhe educado, os dois se olham e o senhor, dá uma apertada na mão do rapaz que cochichando fala:

- ai, esta me machucando...
- desculpe, quero dizer, você merece, que maneiras são essas? Na frente dos nossos convidados, do seu convidado!!
- ah já da pra parar, esta cena esta ridícula é...
- eu trouxe um presente para o jovem que certamente ira se agradar!!

    Era a senhorita da flor cintilante do Sul, estava muito bem vestida, mais aquela não era só mais uma senhorita, era aquela cujo o rapaz tinha digamos, uma queda, na verdade era uma queda mesmo por ela, o rapaz era apaixonado nela desde a infância, quando ouviu oque a mesma havia falado, o rapaz fica vermelho e as palavras fogem de sua boca, oque faz o senhor rir discretamente, ele já sabia daquela paixão desde que o rapaz era só um pequeno garotinho.

- ah sim, oque trouxe para meu moço? ele está muito feliz em te ver!!
- paree, ele, ele, ele esta sendo exagerado, quero dizer, claro que estou feliz, quero dizer, não, alias, han, sim é....
- hmm

     O Sol olhou com cara de riso para o rapaz e faz um movimento que se dava pra entender que era para o mesmo parar por ali.

- a senhorita esta bem acomodada?

   Pergunta o Sol, afim de tirar o rapaz daquela furada.

- ah sim, estou, mais quem gostaria de saber?
- ah desculpe minha arrogância, sou hóspede de vossa alteza e ternura, estou aqui para ser ensinado por ambas realezas...
- o seu jeito de se expressar e muito peculiar e reverente, nem parece que es desta época vossa alteza, se posso lhe chamar assim...
- perdão se fui reverente de mais...
- não quero interromper a conversa, mais onde está o rapaz?
- ah ele deve ter ido fazer algo, bom com licença, irei atrás dele...

     O Sol sai sorrindo sabendo já que o pequeno rapaz estava envergonhado com a presença da jovem senhorita, vai ao encontro do rapaz que está no seu quarto, sentado no chão coberto com uma fronha, com as bochechas rosadas com o rosto molhado, o Sol o descobre, ver que em seu rosto continha lagrimas e logo indaga:

- oque te passa? Porque está triste? Não está feliz por ver a senhorita?
- estou!! Mais sempre que tento falar com ela, as boas maneiras fogem da minha boca e ela acaba dando atenção a outro, você estava lá!!! Ela nem me notou....

    O pequeno rapaz se encolhe abraçando suas pernas, oque faz o Sol se encher de pena e logo fala:

- ei, olhe para mim, ela vai te notar, se não te notar, existem inúmeras senhoritas belas e jovens que te desejam....
- porque sempre olham para os rapazes mais altos? Os mais fortes?eu queria ser assim majestoso igual você.
- saiba, ser assim me custou um tanto que....
- que?
- enfim, não vai querer saber, agora levante!!

    O sol levantando o rapaz, ajeita suas roupas e logo lhe abraça, o rapaz o abraça de volta e logo fala:

- estou feliz por você estar aqui agora...me ensina muito, eu que era pra estar te ensinando....
- pare de falar e vamos para o pátio, estão te esperando lá, ouvi falar que vão te cortejar hoje
- ah não, de novo não!!
- hahaha, vamos, senhor desejado por todas...
- pare, está me deixando com vergonha de novo.

      Os dois saem andando no corredor, brincando um com o outro, ambos felizes, sorrindo, gargalhando.logo chegaram ao pátio principal, onde todos estavam assentados a espera dos mesmo, a senhorita estava do lado de um dos nobres mais jovens, o rapaz da brisa suave e fria.

- eles demoraram...
- sim, estava pensando já que o rapaz havia desistido...
- não exagere, ele certamente teve um bom motivo pra ter saido assim.
- senhorita, achas que ele não quer se assentar conosco?
- não acho que este seja o motivo....
- se não for... ele não foi educado certamente é...
- é?? Como disse?

     O Sol se pos na frente do nobre com olhar de seriedade e majestade como sempre, em sua voz havia intimidação,o nobre logo recua, e sem querer confusão responde:

- nada, senhor porque não se senta? Ja iremos começar os cortejos....

     O sol desviando o olhar, vai em direção a seu assento que ficava ao lado do rapaz que com um sorriso discreto o saúda com um cochicho.

- pensei que fosse bater nele...
- não seja assim, eu só fui procurar saber...

    O rapaz cai na risada oque deixa o senhor do ar bravo que logo se levanta e fala:

- sem mais enrolações, vamos aos cortejos....meu moço certamente está ansioso para receber os cortejos e votos, não e mesmo?

    O senhor olha para o rapaz com intimidação, oque faz o rapaz abaixar a cabeça e falar:

- sim, estou ansioso....

    Os cortejos logo começam e demoram, logo chega a vez da senhorita, o rapaz distraído, não nota que era sua vez, oque o pega de surpresa.

- bom, minha vez chegou....
- pode começar...

     Logo a senhorita se levanta, se possiona e começa a falar com voz suave e doce.

     " Assim como a primavera é muito amada pelas árvores, pássaros e peixes... Você não conhece sua primavera espiritual íntima. Ela ainda não veio, você ainda não a convidou. A primavera exterior vem e vai, vem e vai, mas a primavera interior só vem e nunca vai. É uma primavera eterna. Suas flores são flores da eternidade.
Uma vez iluminado você fica para sempre iluminado. Não há nenhum modo de voltar atrás. Quão mais esplendorosa e quão mais milagrosa será a primavera interior! Mesmo a exterior é tão grande; a interior não é apenas quantitativamente grande, ela é também qualitativamente grande.
A busca da verdade é a busca da primavera interior."

      O discurso pega o rapaz de surpresa, oque o deixa, envergonhado, sem reação, o Sol vendo a situação, se põe a bater palmas para salvar o rapaz daquela situação, todos batem palmas junto logo a jovem senhorita, pega em suas delicadas mãos, presentes para o rapaz.