Iwaizumi (1° pessoa):
Oikawa não foi ao treino na manhã seguinte. E eu sei que isso provavelmente deve ter doído como uma facada pra ele, porque ele odiava faltar treinos. Acho que, na cabeça dele, se ele perdesse algum treino, o resto de nós estaria em vantagem. E bem, Oikawa odiava qualquer um que tivesse alguma vantagem sobre ele.
Ele não foi ao treino de vôlei, mas foi nas outras aulas. O mesmo valia pras aulas normais; se ele estivesse em condições de ir à a escola, ele ia. Caso contrário, os outros ficariam na frente dele porque não haviam perdido nenhum conteúdo. Por isso, mesmo mancando e levando mais tempo para se locomover, Oikawa havia ido para a escola.
Ele parecia bem; fez piadinhas sobre o tornozelo e usou a lesão para flertar com garotas fazendo comentários bregas do tipo "Que tal um beijinho para ajudar a sarar?". Todas elas riam e de alguma forma, os flertes ridículos sempre funcionavam. Eu observei as interações vergonhosas de longe, torcendo para que um piano de repente caísse em cima da minha cabeça ou que alguém derrubasse ácido sulfúrico nos meus olhos.
Oikawa estava sorridente e irritante, como sempre. Mas eu o conhecia bem demais para achar que tudo estava bem. Quando se convive com Tooru por muito tempo, você aprende a distinguir quando ele está sendo sincero ou quando está vestindo a máscara de confiança que usa com todos.
E embora eu possa garantir que ele continua chato e desagradável quando está sendo ele mesmo, eu soube que ele estava fingindo assim que o vi pela primeira vez naquela manhã. Ele parecia inabalável. Havia perdido semanas de treino e mesmo assim, nem piscava. Distribuía sorriso doces à todos e parecia bem calmo. Calmo demais.
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Durante o intervalo, quando a minha paciência se esgotou e eu me cansei de ficar em pé observando Oikawa conversar com um grupinho de garotas, eu o arrastei pela camisa até uma parte mais vazia da escola. Ele protestou e tentou se soltar, mas bastou que eu fuzilasse ele com os olhos uma única vez que ele desistiu de tentar resistir.
Quando chegamos ao pátio em que costumávamos almoçar porque estava sempre vazio, eu empurrei Oikawa em um dos bancos livres e parei em pé diante dele.
-Sente-se ai, vamos bater um papo. - Eu disse, depois de fazer Oikawa se desequilibrar e cair sentado no concreto do banco.
-Aí, Iwa-chan! Por que você é assim? Podia ter sido mais educado, não acha? Eu ainda estou muito debilitado! - Ele resmungou.
-Sim, e é exatamente sobre isso que vamos conversar. - Eu falei, cruzando os braços.
Oikawa piscou, confuso.
-O que?
-Você não devia estar na escola. - Eu esclareci
Oikawa soltou uma risada sem graça e franziu as sobrancelhas.
-Desculpe? Você está falando sobre o que?
-Você devia ficar em casa, Oikawa. Tem que ficar quieto por algumas semanas, se ficar andando por aí a manhã toda, nunca vai melhorar.
-Mas... Foi você quem me arrastou até aqui. Podíamos ter ficado onde estávamos antes, mas você me trouxe até aqui então é meio que culpa sua eu ter andado mais hoje. - Oikawa falou.
As palavras de Oikawa foram como um baque e eu me senti muito, muito idiota. Minhas orelhas ficaram vermelhas e eu franzi o cenho. Sim, ele estava certo, mas ainda assim, estava tentando me distrair.
-Isso não importa! O que eu quero dizer é que está na hora de você parar de fingir que está tudo bem e lidar com a situação do jeito certo.
-Eu estou lidando com a situação muito bem, Iwa-chan. Agora, se me der licença... - Ele disse e tentou se levantar, mas eu o empurrei de volta pro banco.
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✭♡ ❝ ᴛʜᴇ sᴛʀᴏɴɢᴇsᴛ. ❞ ✭♡ | ➸ ɪᴡᴀᴏɪ (Oikawa x Iwaizumi)
Roman d'amourHajime Iwaizumi nunca viu Tooru Oikawa como nada além de seu melhor amigo insuportável e mulherengo. Porém, algumas provocações de Oikawa fazem com que ele se questione como ele realmente se sente, e nesse meio tempo, acaba percebendo que Oikawa tam...