✭♡ ❝ ᴛʜᴇ sᴛʀᴏɴɢᴇsᴛ. ❞ ✭♡ | ➸ ɪᴡᴀᴏɪ (Oikawa x Iwaizumi)

9.

Iwaizumi (1° pessoa):

Nós paramos no meio do corredor vazio porque Oikawa não conseguia mais andar. Suas pernas estavam tremendo e seu rosto estava encharcado de suor e lágrimas.

Ele odiava chorar mais do que tudo. Ele odiava que qualquer um o visse chorar, até mesmo eu. E eu sempre soube disso porque Oikawa sempre teve essa mania de querer correr pra longe quando não conseguia mais conter as lágrimas, desde que éramos crianças. Ele achava que por alguém o ver chorar, pensaria que ele era fraco. E eu odiava que ele pensasse assim porque não era verdade.

Ele se afastou de mim e cobriu o rosto com as mãos, numa tentativa falha de evitar que eu o visse naquela situação. Mas o pé lesionado fez com que sua estabilidade não estivesse boa e ele quase caiu ao se soltar de mim. Imediatamente, eu o segurei novamente, passando meu braço por sua cintura para garantir que ele não cambaleasse nem tropeçasse, mas ele me empurrou novamente.

-Vá embora! Eu quero ficar sozinho! - Ele grunhiu, fungando baixinho.

Eu o ignorei e me aproximei de novo.

-Vamos, Oikawa. Vamos sair daqui. 

Eu ajudei ele a se apoiar em mim mais uma vez, apesar dos protestos, e nós andamos juntos até o vestiário masculino. Quando finalmente chegamos, ajudei-o a passar pela porta e ele se desvencilhou de mim para mancar até os armários. Estávamos sozinhos. Todos ainda estavam na quadra, provavelmente, ainda estavam cumprimentando os outros jogadores.

Observei Oikawa apoiar a testa em um dos armários e cerrar os dentes. Mais lágrimas escorriam por suas bochechas e ele fechou os punhos ao lado do corpo.

-Oikawa... - Eu disse, tentando me aproximar dele.

-Saia daqui, Iwaizumi! Vá embora - Ele rosnou, virando o rosto pro outro lado.

Ele parecia um animal ferido. Minhas entranhas se reviraram e eu engoli em seco, mas eu não hesitei. Eu dei a volta no banco que ficava no meio do vestiário e fui atrás dele. Coloquei minhas mãos delicadamente em seus ombros e o virei para que ficássemos cara a cara. Ele protestou contra isso, obviamente, mas eu o ignorei.

-Venha aqui, Oikawa. - Eu sussurrei, abraçando-o depois de virá-lo para mim.

Ele tentou se soltar mas eu apertei com força, e então, ele desistiu e afundou seu rosto molhado em minha pele. Ele passou os braços pelas minhas costas e me apertou na mesma intensidade, fincando as unhas em mim. Não vou mentir, isso doeu um pouco, mas eu não bati a cabeça dele na parede nem nada do tipo; eu permiti que ele fizesse o que precisasse fazer pra se sentir melhor.

Nós ficamos desse jeito por algum tempo, ele chorou até soluçar, e então começou a murmurar baixinho coisas que não eram verdade e que eu sabia que estavam assombrando sua mente naquele momento.

-É tudo culpa minha, nós perdemos por nossa causa. Eu podia ter salvado aquela bola... eu podia...

-Shhh. Não é verdade, Oikawa. Não é verdade.

-É sim. Eu estraguei tudo. Nós perdemos. De novo. 

-Oikawa...

-Droga! Nós perdemos! - Ele insistiu.

Ele me soltou e começou a esfregar os olhos freneticamente, embora as lágrimas não parassem de brotar no canto dos seus olhos.

-Pare com isso, vai se machucar assim! - Eu disso, agarrando seus pulsos.

-Eu devia ser mais forte. Eu sou um fracasso, Iwa-chan... - Ele sussurrou, encarando o chão.

Eu me senti como se alguém houvesse arrancado meu coração e fatiado ele em vários pedacinhos. Eu odiei vê-lo assim. Detesto admitir, mas prefiro quando ele está  zombando da minha cara e fazendo piadinhas ridículas. Eu queria vê-lo sorrir.