14.

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Iwaizumi (1° pessoa):

Fiquei parado na frente da porta observando Oikawa seguir pra dentro da minha casa. Ele tirou o suéter de lã que estava vestindo e o pendurou no cabideiro, e então, tirou os sapatos e seguiu pelo corredor. Aquele maldito agia como se estivesse em casa.

Ouvi ele cumprimentar direito a minha mãe na sala, e me obriguei a me mexer. Fui até onde eles estavam e encontrei Oikawa sentado no sofá, parecendo bem confortável.

-Tooru, querido, por que veio tão cedo? Eu não preparei nada ainda! Você gostaria de uma xícara de chá? - Minha mãe ofereceu e ele sorriu.

-Chá seria bom. - Ele concordou, e minha mãe saiu pra cozinha.

Um pouco desconfortável, eu me sentei no outro sofá, de frente para a televisão. Ele estava me encarando. Minhas bochechas começaram a ficar vermelhas, e eu me odiei muito por isso.

Alguns minutos desconfortáveis depois, minha mãe voltou com uma xícara de chá e a entregou a Oikawa. Ela me perguntou se eu queria também, mas eu neguei e ela saiu da sala.

-Por que não vamos pro seu quarto? - Oikawa sugeriu, mas eu neguei com a cabeça.

-Aqui está bom. Vamos, justifique-se logo pra você poder se sentir melhor com você mesmo e ir embora. - Eu disse, mas acho que soei um pouco ríspido demais, porque a expressão de Oikawa vacilou.

Minha casa não era tão chique como a dele. Ela só tinha um andar e a sala não era muito grande. Havia um sofá de veludo marrom encostado na parede, onde ele estava sentado, e outro no meio da sala, de frente pra televisão. As paredes estavam cobertas por papéis de parede beges adornados com algumas flores e haviam duas mantas coloridas, uma em cada sofá. Oikawa já havia vindo na minha casa muitas vezes antes e sabia onde ficava cada coisa. Quando eu era mais novo, lembro de ficar com vergonha porque a casa dele era muito maior e mais chique, mas ele me assegurou de que achava a minha casa muito bonita e confortável.

Ele ficou em silêncio por um tempo, até que decidiu abrir a boca novamente.

-Eu devia ter te contado. - Disse, baixinho.

-É, devia.

-Eu ia te contar. Ia fazer isso ontem, mas você me deixou plantado lá esperando.

-Por que eu iria até a sua casa só pra você me dizer que está indo embora se eu já sabia disso? - Eu disse, encarando o tapete.

-Bom, você podia ter me dito que já sabia, então. Aí eu não ia precisar te contar de novo e nós podíamos ter aproveitado a noite.

-Aproveitado a noite como? - Eu quis saber.

Fiz essa pergunta na intenção de soar algo como "Como eu poderia aproveitar a noite sabendo que você vai sair da escola?", mas percebi que parecia mais que eu estava perguntando o que teríamos feito durante a noite, e que essa pergunta deixava muita margem pra interpretação.

Oikawa arregalou os olhos um pouco, mas limpou a garganta e continuou, desviando o olhar:

-Hã, bom... podíamos ter visto algum filme legal, talvez?

Eu o ignorei e nós ficamos em silêncio por algum tempo.

-Iwa-chan, você sabe que eu não estaria me mudando de país nem nada do tipo, né? Se eu aceitar a oferta, eu vou estudar a umas quatro quadras de você e vou continuar morando na mesma casa. Nós ainda íamos poder continuar saindo e nossa amizade não precisaria acabar. Você só se livraria de mim durante as aulas. - Ele disse, rindo nessa última parte.

-Esse não é o problema, Oikawa. Se você quiser ir pra Shiratorizawa, tudo bem. É mesmo a melhor decisão.

-Se você acredita mesmo nisso, então por que está bravo? - Oikawa perguntou e eu considerei as palavras dele.

✭♡ ❝ ᴛʜᴇ sᴛʀᴏɴɢᴇsᴛ. ❞ ✭♡ | ➸ ɪᴡᴀᴏɪ (Oikawa x Iwaizumi)Onde histórias criam vida. Descubra agora