A GUERRA TEM QUE ACABAR

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Elisye

De fato acreditei que morreria hoje.
Aura me levou até aquela soberba rainha, mas ao contrário do que imaginei, ela me recebeu docilmente, muito diferente do que aconteceu quando cheguei aqui como se fosse a rainha de Anúria.
Eu juraria até que ela está emocionada ao me ver.
Por mais que ela pareça imponente e ameaçadora, não consigo ter medo dela, por isso, não me incomodo quando ela se aproxima e toca meu rosto.

— O que houve com sua face?! — ela me pergunta.

Que sínica.

— Não seja hipócrita, não foram vocês que induziram o rei a me atacar?!

— Eu não sabia que eras tu!

— Aham, então a vida da rainha de Anúria não era importante?! — Desdenho. — Você pode me dizer como me livro desse rabo?! Ele pode ser útil na água, mas agora é um empecilho.

— Apenas concentre-se em ter suas pernas de volta.

Do jeito que ela fala parece fácil, difícil mesmo é fazer. Estou até com medo de ficar com uma perna de um lado e do outro metade do rabo.
Que horrível que seria!

Concentre-se Elisye, pare de ser doida.

E não é que deu certo.
Graças a Deus!
Ser uma sereia parece muito encantador, mas prefiro minhas pernas.

— Pode me colocar no chão, Aura!

Eba, até minha voz voltou ao normal.
Agora eu preciso descobrir o que essa tal Serena quer comigo; não entendo porque ela me parece tão familiar.

— Por que tinha tanto interesse em mim? E não me venha com essa de que é porque sou meio sereia, não sou burra a esse ponto pra acreditar nisso. Você não teria tanto trabalho pra me trazer até aqui se não fosse algo importante.

— Hum, perspicaz! Tens razão, és importante para mim.

— Por quê?!

— Teremos muito tempo para ter essa conversa, agora vou cuidar para que esteja bem instalada.

— Eu não aceito isso!

— Não tens outra opção!

Ah, que mulher irritante.
Melhor mudar de estratégia e foco.

— Eu quero ver o Darsah agora mesmo! — Exijo.

Estranhamente, vejo ela olhar noutra direção e sorrir.

— Ele está logo atrás de ti.

Viro-me rapidamente e meu coração salta de felicidade.
Darsah está logo ali, diante de mim e corro em sua direção.
É óbvio que desejo muito dá um abraço nele e o beijar, mas agora só quero esbofetear a cara dele por ter me deixado tão assustada.

— Seu cretino, como ousa me deixar tão preocupada?!

— Não tive a intenção!

— Não teve? Então por que não voltou pra casa?! Vai dizer que esse bando de sereias estavam te mantendo em cárcere?!

Não me conformo que um guerreiro como ele tenha se deixado aprisionar dessa forma.

— É a verdade!

— Ah, é?! Se podia pegar uma refém, por que não fez isso antes?! — Pergunto olhando para a moça que ele está ameaçando.

— Solte a curandeira, príncipe! Vamos conversar!

Ouço a rainha dizer.

— Agora vossa majestade quer conversar?!— Eelay questiona.

— Não temos outra alternativa! — Serena admite.

Luzes No CéuOnde histórias criam vida. Descubra agora