CAPÍTULO 41

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Adentro o corredor do Instituto a passos rápidos, meus sapatos ecoando mais alto no piso conforme acelero o ritmo em direção ao escritório da diretoria

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Adentro o corredor do Instituto a passos rápidos, meus sapatos ecoando mais alto no piso conforme acelero o ritmo em direção ao escritório da diretoria. A mensagem que Kimmie havia me mandado fez com que eu saísse de casa em um rompante de ansiedade e desespero, deixando Zaden, meu irmão e os meninos com a explicação mais vaga possível do porquê eu estava indo embora. Para falar a verdade, eu muito provavelmente teria surtado se estivesse sozinha – mas eu não estava: meus pais se encontravam apenas a alguns cômodos de distância, meus amigos e meu irmão tinham acabado de retornar de uma viagem longa e cansativa e Zaden... Ele tinha os próprios problemas para resolver. Tive que sair sem nem mesmo me despedir dele, porque sabia que bastava um olhar para que percebesse que havia algo errado. E ele definitivamente não precisava de mais uma distração.

Balancei os ombros, tentando dar algum descanso para os músculos tensos. Não deveria ter ficado surpresa pelo fato da Professora Brunet ter cumprido a ameaça de ir até a Diretora reclamar das minhas notas vermelhas em francês e alegar que uma aluna com baixo desempenho – ainda que fosse somente em uma matéria, – não deveria liderar a equipe de dança no Festival de Arte anual do colégio. Não, eu não deveria estar surpresa, mas estava. Surpresa era pouco, até. Eu estava em choque.

As aulas que eu vinha tendo com Zaden tinham sido um divisor de águas na minha trajetória com o francês: minha gramática estava quase impecável, meu vocabulário estava mais extenso e minha pronúncia estava notavelmente mais limpa. Até a própria Brunet havia percebido isso, porque ela não apresentava mais o costumeiro riso de escárnio quando corrigia minhas redações, mas sim um franzir de testa confuso de quem se perguntava como era possível eu ter melhorado tanto se ela não tinha feito nada para me ajudar. Achei que tinha progredido bastante, mas pelo visto não foi o suficiente.

Respiro fundo, tocando o pingente prateado da palheta de guitarra dividida ao meio. Meu dedo contorna a inscrição das iniciais gravadas no metal, gesto que me proporciona a confiança da qual preciso antes de entrar na antessala da diretoria. O que eu tinha que fazer agora era controlar o meu nervosismo e erguer a cabeça; não era o momento para perder a calma ou aparentar agitação. Eu estava lá para mostrar que era uma aluna exemplar.

— Boa tarde, Lucy. — Abro um sorriso ao cumprimentar a mulher responsável pelas reuniões da diretora. Ironicamente, ela tinha o mesmo nome da minha mãe, o que sempre me fez pensar que era o jeito do destino de me lembrar que eu tinha expectativas a cumprir. — Alina está disponível? Eu gostaria de conversar com ela sobre um assunto importante.

— Boa tarde, senhorita Walters. Para você ter voltado ao Instituto a essa hora da tarde depois de já ter passado a manhã inteira conosco, suponho que seja mesmo um assunto importante — ela comentou, erguendo uma sobrancelha. — Mas sim, Alina está disponível. Pode entrar para falar com ela.

— Obrigada — assenti, caminhando até a entrada do escritório e batendo na porta algumas vezes antes de ouvir um abafado "entre" vindo de dentro.

Alina Rostchield era uma mulher inteligente, bem-sucedida, elegante e, acima de tudo, justa. Eu soube disso no momento em que a conheci, muitos anos atrás, quando ainda era uma pré-adolescente e entrei neste mesmo escritório ao ser selecionada para uma entrevista com o propósito de ganhar uma bolsa de estudos. O enorme interesse dela pela minha dança, mesmo que fosse visando abrilhantar a instituição que ela administrava, fez com que eu me sentisse muito importante. Ela sempre acreditou no meu potencial, por isso eu nutria um grande respeito e admiração por ela.

Suspiros de uma garota nem um pouco interessada em vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora