CAPÍTULO 44

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Num primeiro momento, andar de moto com Zaden me trouxe uma sensação tão nova quanto aterrorizante: as ruas pelas quais passávamos não eram nada além de construções borradas pela velocidade e todo veículo que se aproximava de nós me dava a impress...

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Num primeiro momento, andar de moto com Zaden me trouxe uma sensação tão nova quanto aterrorizante: as ruas pelas quais passávamos não eram nada além de construções borradas pela velocidade e todo veículo que se aproximava de nós me dava a impressão de ser tão grande que poderia nos engolir a qualquer segundo – e não estou orgulhosa de mim mesma por ter ficado tão apreensiva ao ponto de agarrar a cintura de Zaden como se minha vida dependesse daquilo. O meu ato desesperado com certeza se voltaria contra mim mais tarde, na forma de uma das muitas provocações do meu insolente parceiro de viagem.

Apesar da minha tortuosa experiência inicial, conforme fomos saindo da parte mais movimentada do trânsito para a rodovia praticamente deserta que levava para fora da cidade, minha preocupação foi se dispersando pouco a pouco até se tornar nada além de pura apreciação pelo vento gelado em meu corpo e pelo cheiro das árvores e do ar fresco ao meu redor. Enquanto eu erguia a cabeça brevemente para contemplar o céu, de repente me ocorreu que, diferente de estar confinada dentro de um carro, onde eu poderia admirar apenas a paisagem limitada através de um vidro, viajar de moto era como acompanhar a mesma rota do vento, em liberdade para sentir o calor suave do sol e observar o voo lindamente coreografado dos pássaros desbravando as nuvens.

Me aconcheguei mais um pouco em Zaden, abraçando-o sob a jaqueta e sentindo o ritmo tranquilo das batidas do seu coração. Eu estava muito grata a ele por ter inventado todo esse passeio maluco de última hora e me chamado para ir junto. Às vezes eu ficava tão presa à minha rotina de obrigações que esquecia de sair por aí experimentando coisas diferentes só por diversão, sem ter como propósito atingir um objetivo ou meta. Somente para criar boas memórias. Só porque eu podia.

Depois de cerca de mais dez minutos de viagem, passamos pela placa de boas vindas da entrada da cidade vizinha, e não demorou muito para que finalmente chegássemos ao nosso destino: uma construção gigantesca que parecia uma espécie de parque para skatistas e patinadores. Uma olhada mais atenta fez com que eu avistasse até mesmo uma recriação incrivelmente realista de um monte para escaladas e uma série de tirolesas. Era quase como um parque de diversões com tema de esportes radicais!

— Zaden, esse lugar é incrível! — exclamei, olhando maravilhada para todas as direções possíveis em busca de descobrir novas atrações. — Como você o descobriu? Eu literalmente nunca tinha ouvido falar daqui!

— Bem legal, né? — ele olhou para mim, abrindo um sorriso satisfeito. — Foi inaugurado no final do ano passado, bem na época em que eu e a banda fomos participar daquele programa em Nova York. Um amigo que veio no dia da abertura me recomendou bastante, mas as coisas estavam bem agitadas para mim; eu tinha acabado de me mudar, a agenda estava lotada e eu estava a poucas semanas de entrar em turnê, então não tive tempo de vir.

— Então quer dizer que também é a sua primeira vez aqui? — perguntei, surpresa. Mesmo com a rotina apertada, era difícil acreditar que um aventureiro como Zaden não tinha dado um jeito de escapar das obrigações para visitar esse lugar incrível.

Suspiros de uma garota nem um pouco interessada em vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora