CAPÍTULO 39

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Depois do choque inicial gerado pela invasão surpresa e nada bem vinda dos meninos ao meu quarto, eu me levanto da cama e enxoto todos eles para o andar de baixo, começando por Zaden, que está mais próximo de mim, e terminando por Sebastian, que é...

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Depois do choque inicial gerado pela invasão surpresa e nada bem vinda dos meninos ao meu quarto, eu me levanto da cama e enxoto todos eles para o andar de baixo, começando por Zaden, que está mais próximo de mim, e terminando por Sebastian, que é quem está mais perto da porta. A felicidade de tê-los de volta é ligeiramente abalada pelo enorme constrangimento que sinto por ter sido pega em flagrante no que deve ter sido o momento mais comprometedor da minha vida.

Engulo em seco enquanto fecho a porta do cômodo atrás de mim, dando o meu melhor para não relembrar a sensação das mãos de Zaden sobre os meus seios. Por instinto, abaixo os olhos para a minha blusa e sou tomada por uma onda de alívio assim que vejo que nada está aparecendo. Ter esse tipo de preocupação e passar toda essa situação embaraçosa era o que eu ganhava por dar liberdade a um filhote pervertido do capitalismo, pensei, meu rosto ainda ardendo de vergonha. Respiro fundo uma vez, me recompondo e então soltando o ar logo depois.

Mais cedo, quando vi Zaden parado à minha porta, ele estava com uma cara tão triste que acabei baixando a guarda bem mais do que deveria em relação às suas investidas. No entanto, ao invés de ter me rendido e ficado de agarração com ele, eu deveria ter me concentrado e perguntado mais sobre o que ele pretendia fazer a respeito da descoberta da traição e do filho secreto do seu pai. O senhor LeBlanc fizera com que uma imagem idealizada dele se formasse na cabeça de todos que o conheciam; saber que ele tinha sido capaz de trair a esposa, engravidar outra mulher, esconder a existência do filho bastardo de todos e até dar um tapa no rosto de Zaden quando ouviu que ele queria seguir carreira na música fez com que eu tivesse que engolir um enorme bolo de raiva. Imaginar um cenário onde alguém levantava a mão para Zaden na intenção de realmente machucá-lo ou puni-lo (o que era bem diferente das nossas briguinhas) me deixava tão revoltada que dava vontade de gritar.

Enquanto eu descia a escadaria logo atrás da barulhenta fileira de rapazes que liderava o caminho, toquei as costas do loiro que estava de pé no degrau à frente do meu, só para confirmar se estava tudo bem. Para a minha surpresa, Zaden se vira para me olhar com um sorriso tranquilizador nos lábios, tirando minha mão de suas costas e levando-a até a sua boca para depositar um beijo em meus dedos.

O gesto me pega completamente desprevenida, e aquece o meu coração por completo. Fico tão desconcertada que a única coisa que consigo fazer em resposta é abrir um sorriso encorajador e meio sem jeito. Eu precisava urgentemente aprender a reagir melhor diante de demonstrações de afeto como aquela.

Assim que chegamos ao fim das escadas, ouço as vozes de papai e mamãe vindas da varanda do jardim nos fundos da casa, e me dou conta de que a saída deles mais cedo não havia sido por acaso: tudo era um plano para que fossem receber Charles e os meninos no aeroporto. Quase não dava para acreditar que eles estavam de volta. Que o meu irmão finalmente estava em casa outra vez. Comigo.

— Ainda não caiu a ficha de que vocês estão mesmo aqui — digo, encarando-os atentamente para ter certeza de que não se tratava de uma alucinação.

Suspiros de uma garota nem um pouco interessada em vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora