CAPÍTULO 51

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Alison adormeceu em meus braços tão silenciosamente que quase não percebi o momento em que ela pegou no sono

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Alison adormeceu em meus braços tão silenciosamente que quase não percebi o momento em que ela pegou no sono. Com a cabeça apoiada sobre o meu braço e a palma da mão descansando sobre o meu peito, ela de repente parecia tão pequena que chegava a ser desarmante. Eu estava genuinamente fascinado, evitando até mesmo respirar alto demais para não acordá-la: a versão adormecida de Alison era serena e vulnerável; não tinha nada da postura impecável e intimidante da garota que ela era quando acordada.

Depois de mais alguns minutos de admiração silenciosa, retiro com cuidado a cabeça de Alison de cima do meu braço – que já tinha começado a ficar dormente – e envolvo suas costas com uma mão e as pernas com a outra, erguendo-a suavemente pelo colchão até que a base de sua cabeça esteja perfeitamente posicionada sobre o travesseiro no início da cama. Sem despertar do seu estado de inconsciência, Alison murmura algo que não entendo e então suspira baixinho, ficando completamente imóvel a não ser pelo subir e descer tranquilo de seu peito.

Resvalo as costas da minha mão em seu rosto, sentindo a textura aveludada da sua pele marrom e perfeita. Assisto com atenção cada detalhe de sua face, desde o arco escuro de suas sobrancelhas e o comprimento dos seus cílios até o contorno de seus lábios cheios e a curva de seu queixo.

Bonne nuit, ma belle — sussurro, puxando o edredom suavemente sobre o corpo de Alison, ajeitando o cobertor ao redor dela para que ficasse o mais aquecida possível durante a noite. — Ma belle princesse ballerine — me despeço, depositando um beijo sobre a ponte de seu nariz antes de me encaminhar para a porta.

Contudo, antes que meus dedos possam sequer tocar a maçaneta, paraliso no lugar. Apesar de saber que Alison está segura aqui, parte de mim ainda quer ficar ao seu lado, velando seu sono para que ela não corra o risco de acordar no meio da noite confusa ou assustada por estar sozinha em um quarto estranho. Alison sempre foi uma pessoa extremamente fiel à rotina. A súbita mudança de ambiente afetaria seu físico tanto quanto o psicológico.

Ao me dar conta de que eu não seria capaz de deixá-la, vou até o canto do quarto e ergo a poltrona que fica próxima da janela, carregando-a através do cômodo sem emitir nenhum ruído até posicioná-la ao lado da cama onde Alison estava dormindo. Pescando um dos muitos travesseiros que haviam sobre o colchão, me sentei na poltrona e acomodei meu pescoço na almofada do melhor jeito que pude, cruzando os braços sobre o peito. Não era o mais confortável dos leitos, mas tudo bem. Era bom estar perto dela.

— Olha só para você — murmurei para Alison, mesmo tendo total consciência de que não seria ouvido. — Como é possível que alguém fique tão bonita enquanto dorme? Acho que ser teimosa e cabeça dura deve fazer bem para a pele — resmunguei, com um sorriso, antes de abafar com a mão o bocejo que ameaçava escapar da minha boca.

A última coisa em que penso antes de cair no sono é no par de tênis que deixei fora do closet no meu quarto e no fato de que amanhã eles provavelmente estarão parcial ou totalmente destruídos por intermédio do meu adorável, porém implacável cachorro, Loki.

Suspiros de uma garota nem um pouco interessada em vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora