Serena Snape, filha do professor de poções de Hogwarts, Severo Snape, e da deusa da sabedoria e da guerra, Atena . Foi juntamente com suas duas melhores amigas, filhas de Hades e Apolo, para Hogwarts, descobrir mais sobre suas origens bruxas. Tudo i...
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Eu não precisava me preocupar em olhar para o caminho que seguia, minhas pernas se moviam como se por vontade própria. A memória do caminho até a torre de Astronomia estava bem gravada, e cada grama do meu ser saberia chegar lá até mesmo de olhos fechados.
Mesmo assim, redobrei meu cuidado para não ser pega por nenhum monitor ou pelo zelador e seu gato suspeitamente encapetado. Detenções ainda estavam fora de cogitação, mesmo tendo o peso de uma profecia para lidar, Dumbledore não abria exceções para mim. Não como faz com o Potter.
Não tenho raiva do Potter, realmente. Mas não posso dizer que sou sua amiga, não temos um convívio diário. Sou mais velha que ele, por isso não frequentamos as mesmas classes. Acredito que só trocamos poucas palavras, de forma educada, quando ele e os amigos iam até os gêmeos que passavam boa parte do tempo livre comigo e com as meninas. Se fosse resumir minha relação com o Potter em uma palavra seria: Comprimento. Não me lembro de nenhum diálogo entre nós que passou do "Bom dia", "Boa tarde" e "Boa noite". Não que eu o ache chato, apenas não tínhamos interesses em comuns e raramente nos cruzávamos.
Passei pelos corredores escuros, seguindo em passos de bailarina. O silêncio era tranquilizador, mas ao mesmo tempo chegava a me assustar. Cenários onde o silêncio era quebrado por uma voz perturbadora em minha cabeça, vinham e iam por minha mente. Eu não estava preparada para mais uma fobia. Aranhas e altura já estava de bom tamanho para o meu currículo.
Medo de sonhar, ótimo! Só o que me faltava.
Eu queria dormir, queria descansar de fato. Para mim se passaram apenas algumas horas presa no meu sonho, mas o meu corpo ficou seis dias preso em um sono ao qual não realizou sua função de ajudar o meu corpo a relaxar. Parecia que eu nem ao menos dormi nesse tempo todo. Meus olhos estavam cansados, mas eu não iria ceder. Ficaria acordada e quando o sol nascesse, pediria a meu pai uma poção para me manter acordada. Usaria a desculpa de que não dormi direito para ele não desconfiar.
Talvez eu devesse começar a fazer um estoque de poções e esconde-los em meu dormitório. Pensando pelo lado positivo, assim eu teria mais horas para estudar e tentar decifrar a profecia. No final, não perderia tanto. Nunca mais sonhar parecia uma vantagem agora.
Quando cheguei as escadas, pelo reflexo da luz, pude ver uma sombra escura e alta, logo atrás de mim. Com o coração na boca, virei-me pronta para enfrentar meu perseguidor. Mas não tinha ninguém. Procurei com os olhos qualquer vestígio de alguma alma humana, mas o corredor estava vazio. A única pessoa que se atrevia a quebrar as regras naquela hora, era eu.
Constrangida por ter imaginado coisas, subi as escadas que davam acesso a torre de Astronomia. Eu estava cansada, provavelmente tinha confundido com minha própria sombra. Se alguém tivesse me seguido a uma hora dessas, não teria ficado nas sombras, teria vindo me dar uma bronca e me mandado de volta para meu dormitório. Na melhor das hipóteses, era apenas mais um garoto idiota com os hormônios a flor da pele que se esgueirou para encontrar alguma menina, as escondidas. Os professores ficariam surpresos com a frequência que isso acontece.
