Serena Snape, filha do professor de poções de Hogwarts, Severo Snape, e da deusa da sabedoria e da guerra, Atena . Foi juntamente com suas duas melhores amigas, filhas de Hades e Apolo, para Hogwarts, descobrir mais sobre suas origens bruxas. Tudo i...
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Os sapatos desgastados e pontudos ziguezagueavam pela sala do diretor, criando um constante barulho irritante de trotados. Mas, mais irritado ainda estava o dono dos sapatos. Severo Snape, vulgo, meu pai.
Quando conseguimos escapar da Floresta Proibida, fomos recebidos pelo diretor Dumbledore e pouco tempo depois a professora Minerva se juntou a ele. Por não estarmos tão feridos, fomos direto para sala do diretor. O caminho inteiro foi acompanhado por um silêncio mórbido. Eu não conseguia ler as expressões do diretor, ele estava tão imparcial quanto uma folha de papel em branco. Ele não pode nos expulsar, certo? Não queríamos confusão e nem matamos a Acromântula.
Meu joelho ainda ardia da queda, mas ignorei. O clima não estava tão agradável para pedir ir passar rapidinho na madame Pomfrey.
Foi quando entramos na sala do diretor que percebi um elemento bastante instável e furioso. Meu pai me aguardava dentro da sala, com uma cara que dizia claramente: "Você está muito, mais muito encrencada, mocinha".
E eu estava mesmo.
— Não preciso dizer que estou imensamente descontente e decepcionado com os recentes comportamentos de vocês, certo? — O diretor estava sentado em sua cadeira, olhando seriamente para cada um de nós, atreves de seus óculos de meia-lua.
Não ousei olhar para os lados, onde eu sabia que estavam Lilith e Julie. O Black estava praticamente colado em minhas costas, como uma sombra que bufava em meu pescoço. Também não ousei mandar ele se afastar. Minha voz só seria ouvida caso fosse necessária, qualquer deslize poderia me custar uma detenção, pontos ou pior! A expulsão.
— Está na hora de serem francos conosco e refletirem a seriedade das suas ações. Ir a Floresta Proibida sem a supervisão de um adulto responsável é estritamente proibido, uma regra tão clara como essa não deveria ser entendida por alunos de 16 anos?
Apenas balançamos a cabeça em concordância, como cachorrinhos que haviam sidos pegos pelo dono rasgando o sofá.
— Ao violar uma regra, vocês colocaram em risco suas próprias vidas e ainda poderiam ter criado um conflito desnecessário com as criaturas magicas que vivem pacificamente na Floresta Proibida. Graças a Merlim, nenhum de vocês saiu ferido. Porém a possibilidade existiu. Me diga, senhorita Snape, como acha que seu pai está depois de quase ter perdido a filha uma vez e agora ter que vivenciar essa preocupação novamente? — O olhar rígido do diretor me atingiu, porém foram suas palavras que acertaram em cheio meu coração.
Meus olhos procuraram o meu pai em desespero e senti a culpa me invadir quando vi grandes olheiras embaixo de seus escuros olhos que além da irá, refletia uma preocupação e aflição por mim.
A vergonha que eu sentia de mim mesma era tanta que nem mesmo pedir desculpas eu conseguia. E mesmo se eu conseguisse, seria o suficiente para ele me perdoar? Eu havia sido tão egoísta em não ter pensado nos efeitos das minhas ações. Se eu realmente tivesse me ferido ou pior, morrido, como o diretor Dumbledore havia dito, como meu pai ficaria? Ele só tem a mim. Meus avós paternos faleceram a muito tempo e meu pai não é muito social, então não tem um ciclo de amizades para levar ao longo da vida. Sem mim ele ficaria só.
