𝐂𝐚𝐩𝐢𝐭𝐮𝐥𝐨 𝟕

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Não me lembro muito bem se foi o monitor da Sonserina ou o meu próprio pai que me acompanhou até meu salão comunal

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Não me lembro muito bem se foi o monitor da Sonserina ou o meu próprio pai que me acompanhou até meu salão comunal. Assim que sai da enfermaria, meus sentidos voltaram à tona, de uma vez só. Fazendo com que uma fome avassaladora de seis dias em coma me consumisse por inteiro. Meu estomago doía tanto, implorando por comida. Pela primeira vez, qualquer coisa a minha frente parecia um alimento em potencial. Inclusive coisas que eu jamais deveria considerar comestível, ao menos se não quisesse ir para Azkaban.

Lembro de ter lido em um dos livros que minha irmã, Annabeth, levava para o chalé, que alucinações era um sintoma comum quando o corpo humano passava muito tempo com falta de recursos primordiais, como comida. Bom, pelo menos não cheguei no estado de ver bifes dançando em minha frente. Mas a fome estava alterando meu humor, a um ponto de que se alguém falasse qualquer mínima coisa que pudesse me irritar, eu morderia ela.

Talvez imaginando isso, quando entrei no meu dormitório, ignorando completamente quem havia me trazido até lá, encontrei uma bandeja em cima da minha cama. A bandeja estava farta, cheia de todo tipo de comida que poderia saciar uma família inteira. Mas eu sabia, que a única pessoa que tocaria naquela comida, seria eu.

Como um animal que havia ficado enjaulado e privado de alimentação, ataquei a bandeja com uma destreza assustadora. Meu único foco era acabar com o buraco negro que ameaçava engolir meus órgãos caso não fosse devidamente alimentado. Minha primeira vítima foi uma coxa de frango enorme, que foi reduzida a ossos em menos de trinta segundos. Logo em seguida foi a torta de frutas, os morangos no topo desapareceram em um piscar de olhos. As torradas e ovos desceram juntos pela minha garganta, me fazendo soltar um gemido de satisfação.

Eu estava pronta para atacar as batatas recheadas, quando escutei uma tosse forçada, e uma voz bastante conhecida.

— E lá se foi nosso piquenique de boas-vindas a Serena — zombou Lilith.

Ainda com a boca cheia, com pedaços da última refeição que comi enchendo minhas bochechas, tentei falar:

— Se tocar, morre. Só meu.

Confesso que falar com a boca cheia não é algo que eu faço com frequência, na verdade, não faço nunca. Mas sempre tem uma primeira vez para tudo. E hoje eu lutaria e mataria para comer até não sentir mais o peso da comida descendo pela minha garganta.

— Fiz um banquete digno de um deus, e ainda recebo ameaças! Da próxima vez coloco laxante na comida, para você aprender a me dar valor — brincou, sentando-se próximo a mim, mas em uma distância segura da minha comida.

Ignorei o seu comentário e finalizei meu banquete com as batatas recheadas. O queijo dentro delas derreteu em minha boca, e a sensação de satisfação invadiu meu estomago. E eu já não era mais um monstro sedento por comida, agora já poderia descansar como uma mortal comum.

— Toma, bebe água, ajuda a descer — disse Lilith, me entregando um copo de vidro.

Peguei o copo e virei toda água em três únicos goles. Seis dias sem comer e bebendo somente poções era algo que meu corpo não estava acostumado. Mas se passei seis dias na enfermaria, vivendo a base de poções, como diabos eles conseguiram me fazer beber as poções?

𝐒𝐋𝐘𝐓𝐇𝐄𝐑𝐈𝐍 𝐏𝐑𝐈𝐍𝐂𝐄𝐒𝐒 ➵ 𝙷𝙿✗𝙿𝙹𝙾Onde histórias criam vida. Descubra agora