Minha Alfa Me Odeia - Livro III alternativo - Supercorp

Capítulo Vinte e Nove

P.O.V LENA LUTHOR

Kara passou aquela semana inteira no apartamento comigo, ela me ajudava a tomar banho, ela cozinha e cuidava de mim. Sei que é um frase clichê para se dizer mas Kara foi a melhor coisa que me aconteceu, ela estava sendo maravilhosa.

Mas ainda assim eu estava me sentindo incompleta, Katie ainda não tinha aparecido e minhas esperanças de que ela estivesse bem estavam se esvaindo a cada dia.

Eu estava mais fraca, frágil e não conseguia me transformar.

Estava sem minha loba e sem minha parte sobrenatural, eu realmente sentia falta do saco de pulgas.

Winn e James ainda não conseguiram me explicar oque Ben estava tramando, não era como se eu pudesse fazer algo, eu não passava de uma simples humana agora.

Seria esse o preço que eu teria de pagar por tudo de ruim que eu fiz ? Mas Katie não merecia isso. Eu precisava dela.

~Por favor Katie, eu não consigo sem você.~

Eu gritei em meu subconsciente mas como todas as outras vezes, sem resposta. Naquele dia Kara foi para seu primeiro dia no emprego, Imra a repreendeu e disse que não esperaria mais por ela, com muito custo eu a convenci de que eu ficaria bem e estaria esperando por ela.

Kara tinha saído há apenas duas horas e eu já estava com saudades, sem nada para matar o tempo eu decidi ir a uma praça que tinha ali na rua detrás do edifício. Eu nunca tinha ido mas ela me parecia uma boa opção no momento.

Eu peguei a bolsa, a carteira e as chaves de casa, deixando o celular na mesinha. Eu queria espairecer e um celular não ajudaria. Ainda mais com Andrea me mandando mensagem de 5 em 5 minutos querendo notícias.

Ela estava neurótica. Eu não a culpava. Todos estavam.

***

Eu já estava fora do prédio, desejei um breve "Bom dia" ao porteiro na saída, olhei para os dois lados e respirei fundo, eu não saia já havia alguns dias.

Helena ainda me assombrava e mesmo sabendo que Kara a tinha matado, meu subconsciente não dava a mínima para essa última parte. Ele estava sempre em alerta, ninguém me pegaria de surpresa novamente.

Eu me pus a andar em direção a praça, eu só sabia de vista que tinha um lago ali. Não gastei mais 5 minutos para chegar. Atravessei toda a praça indo em direção ao laguinho.

Tinha uma árvore grande que fornecia uma sombra sobre o gramado, eu retirei da bolsa um lençol e o forrei no chão. Também trouxe um livro e uma garrafa com algum tipo de suco.

Se alguém me dissesse há um ano e meio atrás que eu estaria na situação em que estou hoje, eu iria rir na cara de quem ousasse.

Sem minha loba, sem minha Matilha e completamente apaixonada por Kara.

***

Eu realmente consegui me concentrar na leitura, li até um pouco mais da metade do livro mas Katie era um assunto que martelava em minha mente.

Estar sem ela, era como estar vazia.

Observei algumas crianças brincando ao longe, elas riam e corriam com seus pais. Pessoas passeavam com seus cachorros, outros caminhavam sozinhos.

Já tinha passado da hora do almoço, estava quase completando três horas da tarde. Eu não sentia fome o suco tinha me saciado. Eu resolvi ficar mais algum tempo.

Mas a medida que o sol ia se pondo dando espaço a escuridão, as pessoas também iam se retirando.

A praça não era tão bem iluminada e então eu também decidi que já era hora de ir. Joguei tudo dentro da bolsa novamente.

A brisa da noite batia em meu rosto, balançando meus cabelos negros. Eu observava os arbustos que dançavam em sincronia.

Quando a silhueta de dois homens surgiu, eu forcei os olhos e lá estavam os rostos desconhecido.

Eu mudei de direção, e eles saíram dos arbustos. Eles riam e conversavam atrás de mim, sem minha audição de loba, eu jamais conseguiriam ouvir.

Eu também não estava tão rápida, eles me alcançaram ficando um de cada lado.

— Nós ouvimos dizer que você não passa de uma humana inútil.

O que estava a minha direita disse o outro o acompanhou na gargalhada.

— E como não nós atacou até agora, julgo ser verdade. Né ?

Um deles me segurou pelos ombros me estancando no lugar. Eu arqueei a sobrancelha para ele.

— Nosso chefe vai gostar de saber disso.

Chefe ? Seria Ben ?

— Vamos levá-la, ele vai nos ser grato pelo resto da vida.

E o outro canalha, concordou. Eu cruzei os braços para eles e alternei meu olhar entre os seus.

— Eu posso ser uma humana agora, mas eu tenho a inteligência de uma Alfa, e fui criada para ser uma.

Eles rosnaram para mim, e um deles avançou, eu dei um chute onde eu mais sabia que doeria. Não há homem e nem lobisomem que não sinta.

Ele grunhiu de dor, mas abriu o caminho e eu tive a brecha que precisava, eu corria. Quando mais precisávamos não aparecia uma alma viva. Mas como eu disse, eu não era tão rápida. Uma humana inútil eu diria.

O mais alto me agarrou pelos cabelos, fazendo com que eu perdesse o equilíbrio, meus joelhos cederam e foram de encontro ao chão.

Eu gemi com o contato, e eles arderam. O sangue se misturou com a terra. O homem se arrastou sobre mim segurando meus braços.

— Você se acha esperta não é ?

E fincou as garras em meus punhos, eu gritei.

~ Me deixe sair Lena.~ Eu ouvi ecoar em minha mente. ~ Me deixe sair, não foi culpa sua~

~ Katie ? Sair de onde ? KATIE ??~ Mas ela já não estava mais lá.

Minha atenção voltou para o homem que havia me mordido em meus ombros, o outro ainda se levantava.

— Eu adoraria matar você. Mas eu te...

Dei uma cabeçada nele e ele vacilou no aperto de meus punhos, eu o empurrei de cima de mim, me levantando rapidamente. Ele ia me acompanhando e eu dei um chute em seu rosto. O sangue jorrava de seu nariz.

Eu vi me pus a correr novamente, dobrei a esquina já vendo a portaria do apartamento, sorte a minha que Andrea e Nia iam saindo no exato momento. Elas se assustaram.

— Lena ? Oque acon...

Andrea fechou o cenho quando viu minhas feridas e meus cabelos desgrenhados. Eu apenas apontei para trás, os dois homens pararam de correr assim que as viram.

— Eles estão com Ben.

Andrea não precisou de mais nada, ela passou por mim com fumaça saindo pela cabeça. Nia me puxou pelo braço.

— Deixe que ela lide com eles, você tem um problema maior lá em cima.

E apontou pro alto. Kara, eu imagino.

***

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