#AVISO CONTEÚDO IMPRÓPRIO PARA MENORES DE 18 ANOS.
O primeiro encontro de Fabrício e Raniely aconteceu há muito tempo, o rapaz, no entanto, não conseguiu esquecer a garota de grandes olhos verdes despertou nele, sentimentos que achou não ser possíve...
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Quanto tempo dura um amor? Um dia, um mês, um ano ou é pra vida toda?
E se a pessoa por quem seu coração bate mais depressa não quiser lhe ver mais na frente dela, nem pintado de ouro? E se ela tiver prestes a casar com o cara que deveria ser seu meio irmão, mas na verdade é um zé ruela-pau no cú que não ama ela como ela pensa e merece?
Oras, quem sou eu pra falar como alguém deve amar outra, num é mesmo? Afinal sou o covarde que deixou que o coração mais doce e gentil fosse magoado de um jeito tão forte, tão intenso que passar o resto da vida me arrastando atrás dela ainda vai ser pouco, perto do que eu mereço.
— Burro, burro, burro! — digo, com a voz meio embolada devido ao tanto que já bebi e batendo a mão em punho em minha têmpora, pra ver se assim eu aprendo ou encontro uma saída pra essa dor que queima meu peito como fogo em brasa.
Ahh, se arrependimento matasse... se fosse esse o caso eu tava mortinho da Silva e enterrado pra deixar de ser otário. É, porque é isso que eu sou, um otário que deixou a melhor oportunidade de ser feliz escapar por entre os dedos.
"Vai lá, Bichão, faz uma boa ação achando que a vida vai ser generosa contigo!", minha mente bem embriagada zomba de mim.
Como eu poderia fazer alguma coisa diferente? Deixar o sonho do meu melhor amigo ir de mal a pior? Justo quando ele tava começando a erguer depois da perda da esposa? Não era justo com ele. O problema é que quando decidi manter a palavra que dei ao meu pai, eu num fui justo com ela... ok, vocês devem tá tudo confusos e perguntando o que esse bêbado tá falando, num é? Xiiii, calma aí que eu vou contar, deixa só as ideias se assentarem em minha cabeça.
A primeira vez que eu vi Raniely ela devia ter uns treze ou catorze anos, tava de visita na casa de mãe, nas férias de julho e tomei um baita susto quando ela entrou na sala como um furacão, procurando o merdinha do meu meio irmão. Aparentemente ela e Marcelo tinham uma apresentação e o fi de rapariga tava dando pra trás em cima da hora, covardão que era. Já ela tava a coisa mais linda num vestido de chita florido, os cabelos repartido no meio em duas tranças, os lábios carnudos pintados de vermelho vivo, o que fez os olhos verdes dela se destacarem ainda mais. Fiquei paralisado, era a menina mais bonita que eu já tinha visto, sei lá o que tinha de diferente nela, só sei que me deixou sem fala por uns segundos. Pensando bem, Niely tinha o mesmo tom de pele azeitonado das maioria das mulheres de Bezerro, cidade do interior do Pernambuco, onde eu nasci, mas nunca residi, no entanto, é o lar de mãe. Mas bora voltar ao assunto, Raniely: ela tinha os traços comuns da mistura que é o povo nordestino, rosto arredondado ainda pela pouca idade, corpo até então com poucas curvas, mas de alguma forma a demoniazinha me pôs doido por ela, sem nem fazer esforço e só piorou quando abriu a boca, presenteando meus ouvidos com sua voz grave.
— Onde tá o fi de rapariga do Marcelo? — indagou, colocando as duas mãos nos quadris, jogando o peso do corpo mais pra direita, numa pose petulante. — Que foi, o gato comeu tua língua?