#AVISO CONTEÚDO IMPRÓPRIO PARA MENORES DE 18 ANOS.
O primeiro encontro de Fabrício e Raniely aconteceu há muito tempo, o rapaz, no entanto, não conseguiu esquecer a garota de grandes olhos verdes despertou nele, sentimentos que achou não ser possíve...
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O último grampo é colocado em meu cabelo, prendendo ele no penteado estiloso e clássico, para combinar com o vestido que estou prestes a vestir. Não olhei pra o espelho em momento algum, com medo de ter que encarar as olheiras profundas, consequências de uma noite mal dormida, mesmo agora que elas já tão escondidas pela maquiagem, que me foi feita, num olho pra ele, vai que meu reflexo me diga o que tô forçando minha mente a negar. Pra quem me olha, estou deslumbrando, minha pele tem uma cremosidade que lembra chocolate ao leite, até mesmo um ar de encanto é possível notar sobre ela, mas por dentro tô uma verdadeira bagunça. Se bem que bagunça num é a palavra certo, tô para vazia, sem brio.
A porta do quarto é escancarada e Laiane entra acompanhada de mãe, as duas já tão arrumadas, os vestidos no mesmo tom verde claro, só que com modelos diferentes. Enquanto o de mãe é um corte reto e longo, o da minha prima, que também será a madrinha, vai até abaixo dos joelhos, em um tafetá drapeado, que evidencia as curvas do corpo da bandida. Fico feliz por ter decidido que ela seja minha madrinha de casamento, mas isso aconteceu após de uma longa conversa com Marcelo, ele acabou aceitando que tivéssemos apenas um par de padrinhos, por ele seria vários, mas eu num quero olhar pras fotos depois e me perguntar que eram aquelas pessoas. Se bem que duvido muito que ficarei olhando pra álbum de fotos.
— Meu Jesus Cristim! — mãe diz, levando a mão a boca, os olhos brilhando das lágrimas que ela tá segurando pra não derramar. — Niely...
— Sem chororô, tia Tati, senão a noiva vai se borrar toda — Laiane diz, quando nota que meus olhos ficam cheios também.
Agradeço a ela em silêncio, a pressão em meu juízo tá tão grande que pra eu correr doida e Deus sabe o que nada de bom pode vir disso.
— Eu posso me emocionar, é minha única filha que tá se casando! — mãe ralha com Laiane, que só revira os olhos e estala a lingua com desdém.
— Tá bom, tia, a senhora pode chorar a vontade, mas agora bora ajudar ela a botar logo o vestido — lembra minha prima, e olha pro maquiador e a moça que arrumou meu cabelo. — Cês podem ir, nós cuida do resto.
Mesmo relutante, os dois saem e fico olhando pras duas, que parecem conversar silenciosamente. Laiane sai pra pegar o vestido que tava no armário, mãe olha pela janela, como se tivesse procurando por alguém, deixa os ombros caírem e em seguida suspira.
— Mãe, tá tudo bem? — pergunto, levantando.
— Tá sim, tá tudo certo! — fala, sem virar pra me olhar. — Só vendo se o motorista que vai te levar já chegou.
— Ahhhh... — Por um momento pensei que...
"Para, Raniely, ele num vem, num te olhou mais que dois segundos ontem e tu não pode simplesmente esquecer tudo que já passou por causa dele!", minha mente alerta pra que eu não volte aos mesmos questionamentos de ontem a noite. Motivo esse que não dormi nadinha e agora tô com um quilo de reboco na cara.