Fabrício
— Eu tô muito atrasada? — Helena, o meu contato com a agência de detetives que mãe conseguiu para fazer o levanto dos dados.
— Não, cheguei há pouco tempo.
Meus olhos inevitavelmente deslisam pelo corpo bem definido da morena, ela está vestida de uma forma que não deixe transparecer o serviço que tá me prestando, o vestido florido marca a cintura fina e por ser curto deixa as pernas bem torneadas a mostra. Com uma olhada em volta senta de frente para mim e segura minha mão sobre a mesa, antes de falar muito baixinho.
— Tem um cara a nossa esquerda de olho em nós, ele tava te olhando quando eu cheguei, agora sorria e beije minha mão — instrui.
Faço como ela diz e muito discretamente dou uma olhadela naquela direção, o sujeito em questão é meio entroncado, tenta esconder os olhos com a aba do boné, mas eu consegui ver bem as fuças dele.
— Eu já vi ele antes — digo a Helena, que enruga a testa, fazendo os olhos quase sumirem.
— Onde? — indaga, olhando pro sujeito de rabo de olho.
— Num sei ao certo, só sei que não é a primeira vez que eu vejo ele.
Helena remexe os ombros tensos, abre um sorriso largo e traz a mão a minha bochecha. Pra quem ver de longe, pode jurar que estamos em um encontro romântico.
— Eu lhe falei pra tomar cuidado, tamo vasculhando a vida de muita gente — alerta outra vez.
— Tô sabendo, querida! — respondo, também sorrindo, quando o garçom vem trazer os cardápios.
— Quero dois café coado e um pão de queijo — ela diz, sem nem olhar pro cardápio.
Só sorrio confirmando, o garçom olha de um pro outro e acaba dando de ombros.
— Se ele tá te seguindo, precisamos sair daqui pra eu lhe entregar o que tenho, mas já vou lhe adiantando que tem uma porrada de coisa — conta.
— O que quer dizer? — questiono, mas nosso pedido chega e preciso esperar para ter minha resposta.
Helena faz bem o papel de garota apaixonada, piscando e sorrindo em alguns momentos, em outro segura minha mão e entrelaça nossos dedos. Quando Wesley, amigo de mãe e dono da agência de investigação, onde ela trabalha, nos apresentou, achei que num ia dar muito certo. Ela parecia uma garota bobinha e deslumbrada com o Sonar, mas bastou que todos saíssem de perto e eu comecei a ver ela entrando no modo profissional. A doida, como Wesley a apelidou, vasculhou nosso sistema, coletou os dados para analisar e colocou um espião, qualquer irregularidade ela saberá. Nunca imaginei que uma garota bonita e que se mistura tão facilmente pudesse ser uma hacker tão eficiente.
— Tu tá pronto pra saber toda a verdade? Já adianto que a coisa é mais profundo do que o que imaginamos — informa, antes de toma rum gole do café.
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Fabrício- O arrependido (Homens do Sertão- Livro 4)
Chick-Lit#AVISO CONTEÚDO IMPRÓPRIO PARA MENORES DE 18 ANOS. O primeiro encontro de Fabrício e Raniely aconteceu há muito tempo, o rapaz, no entanto, não conseguiu esquecer a garota de grandes olhos verdes despertou nele, sentimentos que achou não ser possíve...