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Raniely

Diminuo a velocidade dos meus passos, conforme vou chegando perto da cozinha, como uma criança que tá prestes a levar uma bronca, paro antes que eles percebam que tô aqui

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Diminuo a velocidade dos meus passos, conforme vou chegando perto da cozinha, como uma criança que tá prestes a levar uma bronca, paro antes que eles percebam que tô aqui. Daqui já consigo ouvir a voz de Helena, ela parece discordar de alguma coisa que Fabrício ou o outro homem tá falando, mas não consigo distinguir o que ela fala. Minhas mãos tão soando tanto que preciso passar elas na blusa, mas é perdido, mal sequei já tão preguentas outra vez. tô me cagando de medo entrar na cozinha e descobrir o que o tal Wesley veio dizer. Mas num deve de ser nada que vá nos prejudicar não, do contrário Fabrício já teria vindo atrás de mim, ou colocando esse homem pra correr, né não?

Minhas perguntas ficam sem respostas, eu preciso direcionar elas pra alguém de carne e osso, não a parede. Dou um passo incerto no rumo da cozinha, mas paro, quando Fabrício passa pela porta apressado. Os olhos me encontrando e não conseguindo disfarçar a preocupação neles.

— Rany! — diz, com um engolir em seco.

Um segundo depois os braços dele tão em volta do meu corpo, num abraço tão apertado, que me apavora.

— Fabrício, que tá acontecendo? — pergunto, tentando dá um passo atrás, mas ele mantem o agarro ao meu corpo.

Devolvo o abraço e tento amparar ele da melhor forma que consigo, o coração dele bate tão depressa, que consigo sentir. Olho sobre o ombro dele e vejo Helena, ela tem uma expressão de desalento, acho até que vejo um brilho de lágrimas não derramadas nos olhos dela, mas num posso ter certeza, já que vira e se afasta.

— Fabrício, tô ficando cada vez mais nervosa — sussurro. — Que tá acontecendo?

Ele solta um suspiro tremido, antes de dá um passo atrás, segura meu rosto nas mãos e me dá um beijo demorado. Os lábios dele tremem, deixando esse beijo com um ar de desespero, que faz mil farpas de gelo tomar meu estômago.

— Eu sinto muito, Rany — diz, depois de um segundo olhando pra mim.

— Pelo quê? — franzo o cenho.

— Raniely? — uma voz desconhecida chama, vindo de trás de Fabrício.

O homem alto que me encara, que se diz meu irmão, mas ao invés de cabelos escuros, tem um de castanho puxado pro médio, a pele é caucasiana, mas dois ou tons mais clara do que a minha e de Adão, os olhos dele são castanho escuro, não verde... Em resumo ele é muito diferente de nós, mas parece com o papai. Sabe aquelas pessoas que não tem nada igual, mas só de ver sabemos que não parentes? Pois esse homem é sem dúvida um parente do meu pai.

 Sabe aquelas pessoas que não tem nada igual, mas só de ver sabemos que não parentes? Pois esse homem é sem dúvida um parente do meu pai

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Fabrício- O arrependido (Homens do Sertão- Livro 4)Onde histórias criam vida. Descubra agora