17.2

405 96 11
                                    

Raniely

Minhas mãos tateiam pelo corpo de Fabrício, enquanto tento controlar as lagrimas que rolam solta, mas preciso certificar de que ele tá bem, estamos bem, o pior passou

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Minhas mãos tateiam pelo corpo de Fabrício, enquanto tento controlar as lagrimas que rolam solta, mas preciso certificar de que ele tá bem, estamos bem, o pior passou. Seus mãos seguram meu rosto e o verde azulado me chamam pra mergulhar profundamente nesse mar ressacado e deixar que as ondas me levem para seja lá onde elas desejem.

— Niely, minha demoniazinha! — O sorriso que ele me abre é tão lindo, que faz meu coração desaprender como se bate, estico a cabeça e colo minha boca na dele, que se encolhe com o contato.

Puxo a cabeça pra trás assustada, só então percebendo que seu lábio tá machucado, começo a esticar a mão pra tocar ali, mas sou impedida por sua mão indo pra minha nunca, a boca de volta na minha, um grunhido rouco vindo da garganta dele, que me arrepia inteira e já não lembro que ia fazer com a mão, no instante que a lingua dele se enrosca com a minha. Levo minhas mãos pros cabelos dele e derramo nesse beijo todo o medo, o desespero e a saudade que senti dele. Como eu pensei que podia ficar minha vida toda sem ele?

— Rany... — Fabrício sussurra, depositando beijos por todo meu rosto.

Sorrio, recebendo o carinho dele, até que as vozes ao nosso redor fura a bolha que nos encontramos. Viro e encontros os paramédicos colocando Marcelo em um maca, o chão onde ele tava tem uma grande quantidade de sangue, meus olhos voltam pra Fabrício, para me certificar que conferir ele realmente, mas não há nenhum buraco sangrando no corpo dele, no entanto Romena agacha e com um geste de cabeça me pede pra afastar um pouco.

— Não... — Fabrício reluta em me soltar, meu coração aperta, vendo a apreensão em seus olhos.

— Mininu, preciso limpar essa feridas, se não vão infecionar — Romena ralha, estendendo a mão pra pegar as dele, meus olhos seguem o movimento dela e então percebo que em volta dos pulsos dele tá em carne viva.

— O que ele fez com você? — Um aperto se forma no meu peito. — É tudo culpa minha — gemo, desviando meus olhos pra longe dele. Se não tivesse sido tão burra....

— Num é não! — A ferocidade na voz de Fabrício me faz erguer o rosto e encarar ele. — Marcelo é um psicopata, veio planejando contra nós desde muito tempo, Niely.

Os olhos dele vão pro sofá, onde dois paramédicos examinam Graziela, ela pisca, parecendo não tá sabendo onde está, nem se dá conta da intravenosa sendo conectada ao braço dela.

— Se tem alguém precisa se desculpar sou ele — ele diz, permitindo que Romena limpe seus cortes. — Ele quase... Romena, o que aconteceu?

Fabrício parece tão confuso, que me lembra das fotos que Graziela me mostrou dele pequeno, o olhar sempre perdido, como se buscasse respostas impossíveis de encontrar.

— Eu trabalho com o menino Wesley — ela sinaliza na direção do meu irmão, que agora fala alguma coisa com Helena, mas mantém um olhar atento em nós —, nunca ando sem minha arma, a bolsa de Rafinha tem um compartimento embaixo que acomodou ela bem, eles nem se ligarem em revistar ali, idiotas.

Fabrício- O arrependido (Homens do Sertão- Livro 4)Onde histórias criam vida. Descubra agora