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Raniely

— Posso entrar? — Wesley pergunta, colocando a cabeça pra dentro do quarto onde estou terminando de vestir Rafaela

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— Posso entrar? — Wesley pergunta, colocando a cabeça pra dentro do quarto onde estou terminando de vestir Rafaela.

A cena me lembra um dia que Adão foi gritar comigo na casa de Graziela. Um nó se forma na minha goela, por não confiar muito em falar sem começar a chorar confirmo com u balançar de cabeça.

— Veja só como essa moça tá bonita! — ele diz, passando as costas dos dedos na têmpora de Rafaela, que lhe abre um sorriso banguela e pela primeira vez vejo um sorriso gentil em Wesley.

Ele fica muito bonito quando deixa a fachada de brucutu ruir, bem que Helena disse.

— Como vocês estão? — pergunta, olhando pra mim, a mão se esticando, como se pra tocar as olheiras que sei tarem sob meus olhos, mas recua a mão no último instante.

— Bem, Fabrício finalmente conseguiu dormir — respondo fazendo uma careta. — Tive que colocar umas gotinhas do clamante que Helena me deu no suco dele, se não a adrenalina não ia diminuir.

— Entendo.

Desvio os olhos de Wesley, lembrando como foi angustiante esperar pela volta dele, depois que nos despedimos em Bezerros, sabia que ele tava do lado da mãe, mas meu coração não aquietou até que ouvi o carro se aproximando de casa, Rafaela também tava impaciente e assim que abri a porta e vi ele correr pra nós, mas cair de joelhos, não pensei duas vezes, fui ao seu encontro e pude finalmente respirar. Ficamos os três agarrados na passarela de concreto que dá na porta de casa, por sorte o sol num tava mais tão quente e o gramado tinha sido aguado há pouco e refrescou em volta. Só que no instante que entramos em casa, Fabrício começou a tremer, os olhos passaram a arregalar e quando tentava falar, só sabia nos pedir desculpas, meu coração doeu assistindo a tortura dele. Helena que tava no escritório veio ao meu socorro e me deu as benditas gotas.

Deixei ela com Rafaela e fui levar ele pra tomar um banho, sai toda molhada das vezes que ele me abraçou e chorou no meu ombro, mas por fim consegui limpar ele e o convenci a tomar pelo menos um copo de suco, bastou três goles e cinco minutos depois dele deitar a cabeça no meu colo tava dormindo. Nunca imaginei que o homão medonho que me pega no colo com facilidade ia parecer um garotinho assustado, mas ali tava ele e ser quem lhe trouxe um pouco de tranquilidade me fez sentir bem pra cacete.

— Tenha paciência com ele — Wesley pede, depois de um tempo em silencio. — Foi muita coisa junta e culpa é como veneno, lembre a ele que apesar dos pesares, vocês tem motivos pra seguirem em frente e não deixar nada mais lhes separar.

— Eu terei... — Pego Rafaela de cima do trocador e vou pra poltrona lhe alimentar, agora só leite materno não satisfaz a comilona e passei a dar mingau, então assim eu ver a mamadeira, ela estende as mãos e Wesley ri. — Veja só, ele sabe sorri.

Não demora e ele fecha a cara, rolo os olhos e estalo a lingua desaprovando.

— O quê? — indaga.

Fabrício- O arrependido (Homens do Sertão- Livro 4)Onde histórias criam vida. Descubra agora