CAPÍTULO 17

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Bom dia Nova York, bom dia mundo, bom dia viajem. Bom dia viagem... É hoje! A semana passou rapidinho e hoje já é o dia de partir.

Ontem arrumei minhas malas e a Gaby também. Não sei quanto tempo vamos ficar. Contudo peguei minhas férias adiantado, mesmo que voltemos logo vou poder curtir uns dias em casa ou saindo daí.
Nosso vôo está marcado para as 8:30 da manhã, e agora são 6:50 e já estamos indo para o aeroporto. Preferi ficar cansada lá e saber que não vamos perder o vôo, do que ter qualquer imprevisto e não conseguir viajar hoje.
Ainda bem que o tempo está calmo, e a previsão é tempo bom até o nosso destino. Não sou muito fã de avião e muito menos voar com o tempo fechado, agora sabendo da previsão já estou mais calma.
Pelos meus cálculos chegaremos em duskwood no começo da tarde quase. Vamos ficar hospedadas na casa da Jessy, ela se ofereceu. E confesso que não pensei em negar, gosto muito da Jessy e passar um tempo a mais com ela não será problema nenhum.
- Por que tivemos que sair tão cedo mesmo? Estou morrendo de sono sentada nesse banco - reclama Gaby pela 3 vez, e olha que só faltam 40 minutos, e daqui a pouco já vamos se dirigir pra embarcar.
- Já é a 3 vez que você pergunta isso, e você já sabe que se acontecesse algum imprevisto iríamos conseguir chegar a tempo no vôo.
- Mas não aconteceu nada, você e seu pessimismo sempre.
- affs Gaby só mais 10 minutos e já vamos se dirigir para o embarque.

QUEBRA DE TEMPO

Até que enfim estamos no avião. Vou conseguir dormir bastante até a hora do desembarque e tentar manter meus pensamentos relaxados até chegar lá.
Analiso as pessoas que estão no avião e são várias, esse vôo lotou realmente. A Gaby está sentada do lado da janela tirando umas fotos pra postar, tenho certeza. Eu preferi não ficar do lado da janela pois não gosto muito de olhar pra baixo. Mexo minhas mãos e meus pés freneticamente enquanto olho para as outras poltronas ao lado. Em uma bancada tem um casal jovem de mãos dadas, aparentam ter uns 22 anos talvez. O moço está segurando a mão da mulher e falando alguma coisa que não consigo entender, pelo rosto dela percebo que ela está nervosa e com medo. Provavelmente é a primeira vez que vai voar de avião mais mesmo com medo está no lado da janela, surpreende.
Uma mulher de meia idade passa e se sentada na poltrona atrás da minha, pela cara dela parece que está estressada, rosto vermelho, maxilar travado, narinas dilatadas e punho fechado. Algo diz que o seu dia não começou bem.
Um homem de blazer preto, camiseta verde musgo e calça social preta, passa rapidamente olhando para seu celular, deixando apenas o cheiro de seu perfume e se senta em uma poltrona a frente da minha. Ele não desgruda os olhos do celular nem por um minuto e fico pensando o que ele tanto vê no celular? Bom daqui a pouco ele vai ter que guardar sua vida social no bolso por algumas horas. Fico observando mais e mais as pessoas no avião, até começar a ficar distraída já que essa é a maneira que eu descobri para despistar o nervosismo, então fico observando as pessoas. Assim minha mente fica ocupada com algo por um tempo até eu conseguir dormir. É uma das minhas estratégia para poder voar de avião. E se essa não dá certo eu tomo remédio para dormir. Evito aviões pois tenho medo, por que são tantas tragédias com eles que eu fico pensando que não estou preparada para morrer agora. Pelo menos não hoje.

QUEBRA DE TEMPO

Começo acordar escutando a voz da Gaby e inalando o cheiro bom do perfume do moço da frente.
-Acorda bela adormecida, já vamos pousar - minha prima sacode meu braço.
- Quanto tempo dormi? - pergunto sonolenta.
- A viagem toda? Achei que você tinha entrado em coma até.
-Haha, não sei como fui dormir tanto mesmo sem remédio, mais me sinto ótima pelo menos. Evitei horas de medos e pensamentos ruins dormindo.
- Nossa mais você já tem medo de avião mulher, meu deus.
Ignoro e começo arrumar meus cabelos que estão bagunçados de tanto dormir. Meu pescoço dói um pouquinho pela mal posição mais tudo bem. E sinto o avião perdendo a altitude enquanto pousamos.
São quase 5 da tarde e acabamos de desembarcar do avião. E meu deus, quando desci as sensações da primeira vez que vim aqui bateram com tudo na minha memória. A urgência de vim aqui, a preocupação, o medo e a desobediência, que 4 anos atrás eu senti quando coloquei meus pés em duskwood.
Paro e fico observando o aeroporto, até que vejo uma ruivinha se aproximando sorrindo. Jessy!
- Aaaa oi Isabelly, como é bom te ver de novo, que saudades - ela me puxa para um abraço quase chorando e me abraçando forte. Retribuo o abraço no mesmo momento e digo que sinto muito.
Escutamos uma tosse e olho a Gaby esperando eu apresentar elas. Até esqueci por um momento que minha prima estava aqui.
- Ah Jessy, essa é minha prima Gaby, Gaby essa é a Jessy.
- Ah oi Gaby, prazer em conhecer - diz Jessy animada abraçando minha prima, que retribui o abraço sorrindo e falando que é um prazer conhecer ela. E que a Jessy é mais linda pessoalmente do que nas fotos até.
- Pelo tipo vão ser grandes amigas - digo sorrindo.
- Sem dúvidas, sem dúvidas - responde ambas animadas ao mesmo tempo.
- Vamos então? Meu carro está estacionado perto da rua, ajudo a levar as malas.
A viagem até a casa da Jessy é tranquila. Vou observando tudo, cada detalhe da cidade, não deixo nada passar em branco. E como é bom estar aqui sabendo que agora estamos em segurança e todos bem e tranquilos. Apenas Gaby no começo não parecia está muito feliz, olhava pela janela com um olhar triste e distante, duskwood não traz muitas lembranças boas a ela, e nem a mim. Eu lembrei um pouco o que aconteceu, mais ela que estava por fora nunca esqueceu e acompanhou tudo de perto, então deve ser mais difícil voltar aqui. Pego na sua mão e aperto dizendo em apenas um sussurro "vai ficar tudo bem, está tudo bem" ela sorri e relaxa mais pouco.
Chegamos na casa da Jessy e ela mostra os quartos que cada uma vai ficar. Arrumamos nossas coisas, e agora são 19 hrs da noite e estamos comendo pizza e rindo sobre o que a Jessy tá contando que aconteceu nesses tempos com o Richy.
Abre uma brecha e eu decido perguntar:
- Aliás como os outros reagiram quando você contou que eu viria para duskwood e queria encontrar todos?

A VINGANÇA JÁ FOI SELADA Onde histórias criam vida. Descubra agora