CAPÍTULO 41

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ISABELLY

   Uma lágrima quente escorre pelo meu rosto, ela faz o caminho de minhas bochechas até meu queixo, e cai na minha roupa se desintegrando. Pressiono os dedos nos meu lábios e percebo que minha boca está aberta. Um som sai da minha garganta. Estou soluçando. Então tudo aquilo não passo de uma mentira? Foi tudo uma mentira dele? Essa foi a maneira que ele encontrou de tentar me proteger?
  Afundo na cama sentindo meu corpo pesado demais. Pensamentos demais. Minha cabeça pesada demais. Informações de mais. Verdade de mais.
  Não é como se eu já não desconfiasse que tudo poderia ter sido mentira, o jeito que ele olhou pra mim o jeito que ele falava. Eu sabia que algo estava errado. Mas ler e saber que sim era tudo mentira é mais difícil, é mais difícil por que eu não sei o que fazer. Eu gosto dele, eu gosto muito dele. E eu sei que ele gosta de mim. Não nós arriscariamos tentando salvar um ao outro se não nos amasse. Esses sentimentos foram reprimidos, eu nunca consegui admitir depois de tudo que eu ainda amava ele, mas agora eles estão tão na cara e tão naturais que eu me sinto estranha. Eu me sinto estranha por querer esquecer tudo que aconteceu e focar no que aconteceu esses dias apenas. É como se 4 anos atrás fossem 100 anos.  É como se nada mais importasse se não o agora. É como se eu precisasse apenas de uma certeza para eu me entregar e perdoar sem senti medo.

           
                                JAKE

  Acordo com uma batida na porta.
– Entre. — minha voz sonolenta se arrasta pelo quarto.
Jessy entra no quarto.
Não sei o que ela quer ou o que ela está fazendo aqui. Nesses dias ela não veio aqui nenhuma vez, apenas ficou com Isabelly, então acho isso mais estranho ainda.
– Bom dia. — ela se senta na cadeira perto da porta.
– Bom dia.
Jessy enfia as mãos nos bolsos da blusa e se encosta na cadeira.
– Que bom que você está bem também.
– Obrigado. — puxo meu corpo para cima para tentar sentar na cama mas sinto um ardor insuportável na minha perna e faço uma careta.
– Imagino que isso aí deve ser horrível — ela aponta para minha perna.
– É suportável. — dou de ombros.
– Jake eu sei do darkness. — ela diz e fico mudo. Não sei o que dizer.
– A gente se encontrou Jake, eu e o Darkness já saímos algumas vezes mas não sabia que ele tinha contato com você.
– Ele não tinha, foi pouco tempo atrás que ele entrou em contato comigo. — Minha voz sai aguda.
– Eu sei, ele me disse.
– E por que isso agora? Por que está me contando isso? — pergunto mal segurando minha dúvida.
– Eu não sei, queria esclarecer as coisas. — ela pega uma mexa do cabelo e enrola no dedo. — Talvez você possa ter uma vida igual a dele, talvez você não precise se privar tanto e da pessoa que você gosta.
Minhas sombrancelhas se juntam e minha boca fica seca.
– Eu não sei.
– A Isabelly gosta muito de você Jake. E eu não sei o que ela vê em você.
– Deve ser a mesma coisa que você vê no darkness. — rebato me sentindo ofendido.
– Hein, não quis dizer dessa forma. — ela bate as palmas da mão nas pernas. — Enfim não quero me aprofundar nisso, só apenas faça as coisas certas dessa vez OK? Talvez a vida deu uma segunda chance pra vocês dois agora, então corrija seus erros e seus arrependimentos por que está na cara que nesses anos você viveu de arrependimento e culpa.
Sinto como se levasse um tapa na cara. Suas palavras me deixam atordoado. Isso é tão na cara? E ela está certa.
– Isabelly acordou. — meus olhos se arregalam e sinto meu corpo ficar mole. Minha visão vai ficando turva e sinto as lágrimas chegando aos meus olhos.
– Ela acordou? — uma lágrima desce pelo meu rosto e nem tento esconder isso da Jéssica.
– Sim. Não sei por que ela estava chorando hoje a noite enquanto você dormia mas ela estava com um caderno, acho que é seu.
  Meu estômago se embrulha e meus olhos percorrem o quarto e a mesinha do lado da cama. Meu caderno não está aqui. Eu esqueci lá!
Ela leu!
– Me leve pra lá! — forço minha voz para não falhar.
–O que?
– Jéssica me leve agora pra lá! Por favor.
– Você sabe que não consigo te colocar em uma cadeira de roda não é? — ela faz uma careta se levantando.
– Chame alguém, mas por favor me leve até a Isabelly! — suplício.
  Ela me encara por um instante e tenho certeza que ela vê a aflição em meu rosto, já que ela levanta e se dirigi a porta chamando algum enfermeiro. Passa alguns minutos e trazem uma cadeira de roda. Meu coração palpita e meu corpo está atento. Ela deve ter lido tudo, ela sabe de tudo agora. Eu quero vê-la mas não sei o que vou dizer.
  A cadeira de rodas é empurrada me tirando do quarto.

A VINGANÇA JÁ FOI SELADA Onde histórias criam vida. Descubra agora