CAPÍTULO 31

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As flores mais belas e perfumadas escondem o doce veneno da traição."

~João Vitor Rocha

  Eu acho que provavelmente eu não escutei bem, ele deve ter falado outro nome e sobrenome só pode, não é de la Roche. Não não é... Jake deve está errado, ou eu escutei errado...
  Estou tremendo, meus olhos estão fixos na parede a minha frente. E minha cabeça está parecendo uma chaleira fervendo. Só escuto aquele barulhinho irritante avisando que já ferveu o suficiente. Por que esse barulho não passa? Minha cabeça já não ferveu o suficiente? Ou tem que explodir de tantos pensamentos? Meu corpo está ficando gelado, sinto calafrios subindo pela minha espinha. Minha mão começa a apertar algo. Estou apertando tão forte que não sei como tenho forças, pois sinto meu corpo mole.
   Sinto um chacoalhão e com dificuldade olho  para o lado. Jake está  olhando para mim e para baixo. Sigo seus olhos e vejo minha mão no braço dele apertando forte, e marcas das minhas unhas em sua pele. Solto seu braço rapidamente e junto minhas mãos uma sobre a outra.
– Isabelly respira, calma por favor. — diz o Jake com um tom de preocupação.
–  ANTHONY DE LA ROCHE? Você tem certeza desse nome? — pergunto sem conseguir fitar outra coisa que não seja a parede .
– Sim. Eu procurei bastante e no sistema esse nome apareceu algumas vezes.
MAIS ISSO NAO PODE SER VERDADE, EU NÃO ACREDITO, NÃO ACREDITO. — explodo saindo de cima da cama e andando pelo quarto.
– Mas é verdade Isabelly. E por que você está reagindo assim? Eu não estou entendendo.
– Eu não consigo entender — continuo, andando de um lado para o outro — não consigo, por que ele por que? Você pode ter visto errado talvez?
– Não, eu não vi errado. E meu deus Isabelly você conhece esse Anthony? — ele se levanta da cama.
Meu silêncio predomina o quarto. Eu não sei o que pensar agora. Foi como cravar uma faca em minhas costas e eu me recusar a aceitar que fui ferida, é assim que estou me sentindo.
– Fala Isabelly! Você está me deixando confuso e preocupado! — Jake exige quase perdendo a calma.
– Eu não sei Jake, eu não sei o que pensar agora. Eu não consigo aceitar o fato de ser ele visitando o Michael. — minha voz sai embargada enquanto tento controlar para que minhas lágrimas não caiam.
Sinto Jake se aproximando das minhas costas e suas agarrando meu corpo e me girando para ficar de frente para ele.
– Por favor Isabelly me diz quem ele é. Preciso estar a par de tudo que nós ajude nessa situação.   — sua voz sai calma.
– Anthony era um cara que eu estava me relacionando antes de vir para duskwood. — sinto o corpo Jake endurecer. —  Uma semana antes de eu vim para duskwood ele me pediu em namoro. — engulo o nó que se forma em minha garganta. — Eu não aceitei e ele reagiu normal. — Jake cambaleia um pouco mais fingi que isso não acabou de acontecer.
– Meu deus! Meu deus! Isso muda tudo. Mas por que você não aceitou? Talvez isso tenha desencadeado.
Respiro fundo tentando encontrar minha voz.
– Eu achei que gostava dele ou poderia gostar, mas na verdade eu não gostava, e eu não poderia ficar com ele com outra pessoa em minha mente. Mas eu adiei esse conversa até o dia que eu acordei na casa dele decidida a falar sobre isso. Só que foi tarde de mais por que antes de eu falar ele me pediu em namoro — as lembranças daquele dia invadem minha memória.
– Ok.
  Olho para o Jake e um brilho estranho está em seu rosto mas logo ele percebe e esconde.
– Sinto muito.
– Mas só que eu acho que isso não teve haver com a visita dele com Michael. — Minha memória começa a trabalhar, tentando deixar meu emocional de lado. — Você consegue ver o histórico da primeira visita dele? — pergunto olhando para Jake. Vejo seus olhos se alertarem e percebo que ele está pensando a mesma coisa que eu.
– Claro! — ele se apressa e vai até o notebook. Sento do lado dela na cama e fico observando ele trabalhar, enquanto eu não entendo nada. Então fico tentando me acalmar e deixar meu racional trabalhar.
Por favor corpo use seu sistema de defesa agora.
Alguns minutos se passa e as teclas do Jake param de fazer barulho, até que ele fala.
– Aqui, olhe você mesma. — ele vira coloca o notebook no meu colo.
Começo a ler as informações até que chego na data. 6 meses antes foi a primeira visita. Sinto uma náusea se estabelecer no meu corpo quando reconheço sua foto na ficha e saio da cama correndo a procura de um banheiro. O Jake sai correndo atrás de mim também e deve ter percebido e grita:
ALI NA PORTA DIREITA!
Vejo a porta e abro correndo para dentro, me abaixando e vomitando no vaso. Meus cabelos começam a cair no meu rosto, mas mãos rápidas agarram e seguram meu cabelo, mantendo longe do meu rosto.
  Termino minha humilhação no vaso e começo a me levantar sentindo o gosto ruim em minha boca, e minha visão turva.
– Toma — Jake pega uma toalhinha da gaveta e me entrega. — Lave a boca. Eu vou buscar uma água para você.
Olho para ele e agradeço mentalmente. Ele acena com a cabeça e sai do banheiro.
  Lavo minha boca e meu rosto, tentando fazer minha cor normal voltar e não ser substituída por essa palidez que estou. Ouço uma batidinha na porta e falo que pode abrir. Enxugo meu rosto e o Jake está na porta segurando uma garrafa de água. Ele se aproxima e me entrega. Agarro a garrafa sem pensar e bebo até a metade dela. Quando começo a me sentir melhor e meu corpo mais forte digo:
– 6 meses antes Jake, seis. Isso quer dizer que ele já andava me observando e a aproximação dele não foi coincidência. Q poha Jake, q poha toda vez que ele estava comigo ele tinha um plano na cabeça. — aperto a garra fazendo o plástico amassar na minha mão.
Jake me olha com um olhar compreensivo.
– Sim, você está certa. Foi a mesma coisa que eu pensei. Mas por que ele não concretizou nenhum plano antes? Quando estava com você. — sua última frase sai baixa.
– Eu não faço a mínima idéia. — solto meu ar me sentindo inútil por não saber o que pensar agora.
– Vamos voltar para o quarto, podemos ver se descobrimos algo a mais. — fala o Jake calmamente se virando para mim.
   Sigo ele e me sento na ponta da cama. Ele vai até a escrivaninha e se senta na frente do outro notebook e passa horas sentado lá,  sem seus dedos descansarem de tanto trabalharem e seu cérebro. Eu fico todo esse tempo sentada na cama sem me mexer. Apenas meus pensamentos estão agitados, meu corpo não. Meus olhos começam a pensa e minha cabeça também. Meu corpo cede e meus olhos se fecham, esquecendo onde estou e fazendo minha mente descansar.



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