CAPÍTULO 34

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JAKE

Hum, eu sinceramente não estou conseguindo se concentrar nessas pesquisas. Estou tentando faz tempo já mas sempre me pego olhando para ela, dormindo na minha cama com o meu gato.
  Ela até tentou ficar acordada e pesquisar nas redes sociais de Anthony alguma postagem recente mas quando virei para pergunta se ela achou algo, ela estava caída dormindo e agarrada no gato. Ri com a cena pois o besourinho é tão carente por atenção que estava quase estampado um sorriso na sua cara peluda. Desde que adotei ele da rua ele tem sido o meu melhor amigo. Mesmo que ele não fale eu sinto que ele sente minhas emoções e eu sinto as dele. É estranho um animal ser assim, é estranho que os animais entendam mais o ser humano do que as próprias pessoas. As vezes me identifico com ele também, acho que isso que faz nós nos entendermos. Nunca achei que um animalzinho poderia ser a melhor coisa que eu pudesse ter e ser a minha companhia diária.
  – Não! Não por favor!
A voz  de choro da Isabelly soca meu rosto fazendo eu sair de meus pensamentos e voltar para onde estou.
Não faça isso!
Ela se debate na cama enquanto começo a ver lágrimas descerem por seu rosto. Meu corpo imediatamente responde sozinho me levando para perto dela, tiro o gato assusto de perto dela e  Sento na cama me inclinando para ela, se posicionando a uma distância de suas costas. Ela está tendo um pesadelo e não sei se acordo ela ou não. Nunca lidei com situações assim. Então não faço a mínima ideia se o certo é deixar acordar sozinha ou não!
JAKE!
Meu nome sai em grito pela sua boca e lágrimas escorrem de seu rosto. Fico desesperado para acorda - lá desse pesadelo.
– Ei, Isabelly. — meus dedos correm pelo seu braço.
Ela continua a se mexer desesperadamente na cama.
– Isabelly — agarro seu braço chacoalhando ele. — Acorda, é só um sonho acorda.
Seu corpo para de se mexer e ela vira seu corpo lentamente para mim. Seus olhos estão vermelhos e lágrimas circulam por eles.
– JAKE, você está aqui! Você está bem? — suas mãos agarram meu braço fazendo meu corpo se deitar na cama. Apoio meu cotovelo na cama e repouso minha cabeça na minha mão. — Eu tive um pesadelo horrível Jake. Um homem tinha matado você e eu não consegui fazer nada pra impedir. — sua voz se mistura com choro e seu corpo fica encostado no meu enquanto seu rosto está soterrado em meu peito e suas mãos agarram minha blusa com força.
Nossos corpos assim tão pertos fazem faíscas se formarem em minha barriga mas tento ignorar pois isso não é apropriado no momento.
– Ei estou aqui, eu estou bem. — deito na cama e uma de minhas mãos vai até sua bochecha tirando seus cabelos do rosto e massageando. — Foi só um pesadelo Isabelly.
– Foi tão real Jake. — ela funga tentando parar de chorar. — Não é a primeira vez que eu sonho com você morrendo. Não é! E isso está me assustando. — suas últimas palavras saem quase mal entendidas no meio de seu choro.
Meu coração afunda no meu corpo. Como assim ela está sonhando que eu morro? Nunca pensei que ela estava tendo pesadelos assim comigo.
– É apenas um sonho Isabelly. — abraço seu corpo, e ela nem liga que nossos corpos estão grudados. — Nada vai acontecer. — inalo o cheiro doce de seus cabelos.
Suas mãos e seus braços apertam meu corpo com força. É como se ela estivesse com medo de estar no pesadelo ainda e precisasse me sentir para poder ter certeza. Nossos corpos estão entrelaçados em um abraço. Seu rosto está em meu pescoço e sua respiração é rápida e profunda fazendo meu corpo se arrepiar com o ar quente de sua respiração. Meu rosto bate no topo de sua cabeça fazendo eu sentir o doce cheiro de seus cabelos. Seus cabelos cheiram shampoo de maçã verde e tenho vontade de ficar sentindo esse cheiro por horas.
– Eu estou com medo Jake. — sua voz sai abafada e seu rosto vai se desaproximando de meu pescoço, fazendo eu me sentir gelado.
– Não precisa ficar. Olha eu estou aqui e está tudo bem . — tento acalmar ela e suas mãos apertam mais ainda ao redor das minhas costas.
– Você tem certeza? — ela pergunta agora mais calma.
– Toda certeza. — minto, pois eu estou com medo também. Nós sabemos que corremos perigo igual anos atrás mas não quero que ela se preocupe comigo.
– Você vai estar aqui quando eu acorda de novo? Você vai estar bem? Isso aqui não é parte do sonho? — ela pergunta parecendo tão vulnerável agora que faz meu coração despencar porque percebo que ela está preocupada comigo e isso é algo que eu não quero, ela já tem muitos problemas e eu não quero ser mais um. Não quero ser um problema que vai atormentar até em seus sonhos. Mas eu não falo isso para ela.
– Eu estarei aqui Isabelly. — acaricio seus cabelos. — Eu sempre vou estar aqui, e isso não é um sonho.
– Vai ficar tudo bem ?— sua voz sai mais calma.
– Vai ficar tudo bem. — digo e sem perceber me pego beijando o topo de sua cabeça.
Já me preparo para escutar um insulto dela ou um empurrão no meu corpo mas ela não faz nada, apenas continua na mesma posição.
– Você pode ficar aqui? — sua voz sai cautelosa.
– Aqui na c-cama? — pergunto confuso e assustado com sua pergunta.
– Sim.
Sinto meu corpo tomar um choque e então abraço ela mais ainda.
– Não vou sair daqui. — afirmo com segurança.
Seu aperto afrouxa e sinto seu corpo relaxar. Meu corpo juntamente com o dela relaxa e sinto ele leve. Quando eu acho que ela vai sair da cama ou virar de costas ela não faz. Isabelly apenas arruma a cabeça em meu braço e faz ele de um ninho, se enrolando em mim. Não sei o descrever o que estou sentindo nesse momento, sei que não deveria ficar feliz, ela está vulnerável e talvez amanhã se arrependa por isso ter acontecido mas não posso negar que sinto como se pudesse explodir de felicidade a qualquer momento agora. Pego meus lábios se abrindo em um sorriso e minhas mãos acariciam seu cabelo. Ata respiração se torna leve e lenta novamente. Ela dormiu em meus braços. Acompanho sua respiração leve e sinto meu corpo ficando meu corpo me abandonando a cada segundo, tento manter meus olhos atentos,mas eles me abandonam e não vejo mais nada.


– Que poha é essa?! — escuto uma voz e meu corpo mexendo.
Abro meus olhos e Isabelly está saindo do meu braço e se arrastando rapidamente pela cama até chegar na ponta.
– Bom dia. — digo sem dar bola.
SÓ SE FOR PRA VOCÊ! — e lá está a bela Isabelly de novo. Seu cérebro erguendo um escudo de novo. — o que aconteceu ontem?
A claridade do dia revela seus cabelos bagunçados e sua cara amassada de tanto dormir. Até assim ela continua linda.
Droga Jake! Droga! Tira esses pensamentos, não é hora!
Sacudo minha cabeça tentando me livrar de meus pensamentos e vejo ela me encarando com uma carranca.
– Você teve um pesadelo ontem, não lembra? — pergunto se sentando na cama e soltando um bocejo.
– Lembro! Mas preferia nem ter lembrado dessa humilhação! — sua cabeça cai em suas mãos e seus cabelos tampam seu rosto.
– Você até pediu para mim ficar na cama. — provoco tentando arrumar meus cabelos.
  Você é um idiota Jake, você é. Se ela ergueu o escudo você não precisa também mas você sempre faz isso!
  Ela ergue a cabeça e me olha com um olhar assassino.
– Não quero falar sobre isso Jake Donfort! — suas narinas se dilatam. — Se você insistir eu vou te matar agora mesmo!
– Você não acha que eu já não morri o suficiente no seu sonho? — sento na cadeira olhando para ela.
   Idiota, idiota.
Com ódio Isabelly bate o pé no chão e se levanta vestindo a blusa de frio e vira as costas saindo brava.
– VOCÊ É INSUPORTÁVEL! INSUPORTÁVEL! — escuto sua voz ainda alta quando ela sai do quarto e entra no banheiro.

Vou até a cozinha e preparo o abençoado café de todos os dias e algumas panquecas. Isabelly está todo esse tempo trancada no banheiro pra não quer ver minha cara. Tudo bem.
  Sento na mesa bebendo meu café e escuto a porta se abrindo. Ela sai com o cabelo penteado e o rosto agora normal. Rapidamente ela se dirigi pra mim quando me vê.
– Vou pra casa, tchau. — ela se vira e começa a andar.
Sinto uma fisgada no peito e obrigo meu corpo a levantar da cadeira. Última vez que senti isso foi quando minha mãe foi morta. Não estou entendendo isso agora.
– Espera. — alcanço ela antes dela chegar na porta. — Deixa eu te acompanhar pelo menos?
– Eu sei o caminho de volta Jake. — a diz dando de ombros.
– Eu sei, mais posso? Não sei, só sinto que preciso ir junto. — confesso.
Sua pose se enfraquece e ela parece normal de novo.
– hum, tudo bem, mas vamos a pé então.
– tanto faz . — dou de ombros. — mas você vai comer antes. — viro e aponto pra mesa.
– Só vou porque estou com fome. — ela diz passando por mim.

  Saimos e essa manhã está fria, meu corpo sente frio mesmo com minha jaqueta. Não sei, estou com um uma dor e aperto no peito e também junto algum pressentimento  ruim, por isso decidi acompanha- lá.
– Hum Jake?
– o que? — pergunto.
– Eu não sei, você não está com um aperto no peito? Porque eu estou. — ela massageia o peito enquanto andamos.
– Estou sentindo algo. — confesso.
– Tipo?
  Alguns carros passam por nós enquanto andamos. Meu celular começa a tocar com alguma notificação e pego rapidamente enquanto Isabelly olha para mim assustada. Um carro vem rápido atrás de nós e freia bruscamente ao meu lado, olho para trás rapidamente e de repente sinto  uma pancada na cabeça e caio no chão gritando pela Isabelly. Um homem de máscara preta agarra Isabelly e pressiona um pano no seu nariz e suas pernas vão amolecendo. Tudo acontece muito rápido em questão de segundos. Grito por ela e tento me levantar do chão, minha visão ficando embaçada e se escurecendo a cada tentativa de levantar e agarrar o homem, até que sinto outra pancada forte na minha  cabeça e minha visão escurece fazendo meu corpo e meu cérebro desabar em plena escuridão, enquanto meus gritos ecoam na minha cabeça.

A VINGANÇA JÁ FOI SELADA Onde histórias criam vida. Descubra agora